Ao sol que morre e se faz ausente,
abre-se as portas para a liquidez do anoitecer,
diluindo-se nas sombras da noite,
e leva com ele um sonho,
porque o sol se deixou morrer.
Fere, noite, as luzes à alma latente,
pois só a carne venceu todas as barreiras
e comeu a terra como fosse um penitente,
e a lua uma testemunha derradeira
de um corpo que, sem alma, vagueia.
O nada estendido no leito é um corpo sem a sua guarda,
imerso num profano de raios de uma tempestade,
neste corpo que perdeu sua imanência parda,
que de um inteiro só resta a sua metade,
pois foi ceifado na essência inapreensível do ser.
Os desejos nascem do fogo e não das cinzas,
neste pulsar galopante em suas veias,
nos preconceitos estão contidos todos os defeitos,
e as verdades são nítidas e concisas,
alvas, com os dois pés enterrados nas areias.
Alexandre Montalvan
Comentários
Caro Alexandre,sua escrita é formidável. Enche os olhos e a alma do leitor
Parabéns 👏
Olá poeta Alexandre
Exaltação: Sua criação poética é como as gaivotas e andorinhas que sobrevoam Campinas! Simplesmente bela.
Um forte abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Olá Alexandre
É sempre um prazer vir ao seu cantinho e me deliciar com seus sensiveis poemas.
Parabéns
Abraços
JC Bridon