O que é existir?
Seria se sentir vivo ou vivendo?
Seria viver e não ser apenas
alguém sobrevivendo?
Seria se sentir real mesmo no fim do mundo?
Seria se sentir consciente mesmo quando
a sua mente grita por socorro,
um minuto, um segundo?
Eu não me sinto real,
Eu não sou e não nasci.
Cresci em um corpo que não é meu
e agora meu peito busca conforto
onde não há chance de existir.
Eu sempre procurei um motivo
para não desistir,
Mas esse vai ser o meu fim
quando a tristeza já fizer parte de mim,
consumir o meu corpo até a alma
Impedindo de ser feliz até que acabe.
E por mais que eu tente fugir,
Vai estar ao meu lado
Presente, presa para sempre.
Eu vou sempre falhar ao tentar
ser alguém novamente.
ISA Rocha
RESPOSTA — VOZ DO OUTRO LADO DO ESPELHO
Existir talvez não seja resposta,
mas o caminho que tu desenhas com a dor.
É o sopro que insiste, mesmo frágil,
mesmo quando teu peito se fecha para o amor.
Tu dizes que não nasceu —
mas vejo teu verbo vivo, pulsando em cada linha,
uma alma que sangra poesia
não pode ser sombra sozinha.
Teu corpo não é cárcere:
é território em reconstrução,
e ainda que a tristeza te visite,
ela não tem autoridade sobre tua razão.
Tu falas, enfim,
mas há nas tuas palavras uma semente indócil,
um silêncio que quer amanhecer,
um grito que não se dobra ao impossível.
Falhar não é morrer,
é apenas tropeçar no chão do próprio renascer.
E se a tristeza ficar ao teu lado,
que ela aprenda contigo a se desfazer.
Porque ninguém se perde para sempre,
nem mesmo quem pensa que já se foi.
Às vezes, o mundo acaba
mas a gente não.
A gente se refaz depois.
Comentários
Nicolle e Isa....deveriam emoldurar esse dueto, não lembro de ter visto aqui 2 poemas se encaixando tão perfeitamente. Feliz 2026 para as duas, Deus as abençoe
A menina do silêncio, do enigma, da concisão e por que não dizer do estigma, fala com profundidade de vivência — a tapeçaria além, de poética é simplesmente interessante, portanto, e sobretudo, o Poeta do Tempo e da Ternura, deixa aqui seus cumprimentos a ambas arquitetas do belo dueto — ©JoaoCarreiraPoeta.
Rocha
bonito dueto
Rocha e Nicolle
com toda simplicidade falo existir tem duas fases
a 1 a gente vive aqui
a 2 a gente vive eternamente bem distante do planeta terra
um dueto bonito
abraços
Olá Isa! Esse uma forte reflexão, no meio de tristeza, decepções, ou falta de uma boa ilusão, ou preenchimento. Eu também tenho uma sombra que invade e tá imune já, eu tenho que saber lhe dar. Uso o poema e enfim. Feliz Natal!
Nobres poetisas Rocha e Isa
O fim não é o fim, o fim é o começo de um outro viver, mesmo que seja uma semente plantada para que posssamos navegar entre os ditames que ela nos ensina e mostra.
Um outro renascer nos faz acreditar que tudo é possível, basta aceitar e acreditarmos nisso.
Belos poemas.
Parabéns
Feliz Natal e um Ano Novo realmente novo
Ave, doce Isa! Tudo especial e tudo muito brilhante. Que o Natal brilhe para ti, também. 1 ab