Minha caravela singra solta em seu mar.
Velas içadas fartam-se aos doces ventos
Passeiam destemidas em suas profundezas
Sentindo livre o suave sabor de navegar.
Quando cruéis noites de inverno castigam
Necessito corrigir o rumo, tornar preciso
O equilíbrio exato entre as ondas e o cais
Ou ante as calmarias que a tudo desligam.
Sigo assim solitário em ti recitando a loucura
Entre não retroceder ou arriscar a deriva
Parecendo infindável e eterna a procura.
Marujo, a um só tempo capitão e timoneiro
Sou eu o leme, a ancora, o casco e a estiva
Dessa indelével nau da qual sou passageiro.
PSRosseto
Comentários
Uauuu! Que maravilha! Quando estou lendo sinto a poesia lírica invadir-me.
Lindo, lindo poema.
Parabéns!