INTROSPECÇÃO

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Há dias que o coração convulsiona-se, 
Tantas ilusões em seus portais, 
Que a mente revoluteia chorosa, 
Refletindo sentimentos em seus pretéritos, 
Manuseando peças obscuras da alma, 
Desejando simplesmente esconder-se, 
Dentro do eu em congestionamento. 

Uma tempestade de imagens, 
Monstros surreais de uma morte sem morte, 
Assaltando a razão em seus princípios, 
Precipício do tempo aos alienados, 
Tentando escrever no escuro, 
Uma realidade alternativa, 
Sem pergaminho e nem tinta. 

Palavras num nó de ideias, 
Distrações absurdas da mente, 
Dialogando com o corpo em soslaio, 
Ludibriando a boca anestesiada, 
lúdico sorriso sem brilho, 
Velado aos dissabores insolentes, 
De um longo dia em chamas. 

A ampulheta segue seu curso, 
Círculos deslumbrados da vida, 
Equilibrando-se entre o bem e o mal, 
Ambiversos perdidos em seus mundos, 
Buscando amor em amores paralelos, 
Tão vazios quanto seus viciosos laços, 
Envenenando-se diante do espelho. 

Sirlanio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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