Tenho guardados em estojos
Alguns caminhos já percorridos
Deixo-os dobrados, organizados
Dentro de envelopes recolhidos
E quando os quero refaze-los
Desdobro-os e volto a seguir
Pelos mesmos itinerários
A cada reinicio de caminhada
Percebo tacitamente
Como os meus pés tornaram-se íntimos
De certos chãos das estradas
Pois foi andando de ida ou retorno
Que recolhi essa identidade
Pisando por solos estranhos
Passando refém pelos sonhos
Incólume às agruras do nada
Dentro destas gavetas de curvas
Retas, ladeiras e revezes
Tantas vezes apreendi minha sorte
Questionando os rumos vorazes
Que me tangeram de um lado a outro
Levado por certos mandos
Enfim percebo já um tanto abastado
Que o prêmio muito além da procura
Em cada trilha foi haver te encontrado
PSRosseto
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