Um imenso continente
Repleto de suas riquezas
Coberto de tradição
Envolto por muitas belezas
África, a terra que é mãe
Origem dos seres humanos
De lá povoaram o mundo
ainda que contra seus planos
Contam os estudiosos
Que o primeiro homem ereto
Habitava por estas terras
A origem do que hoje é concreto
Um lugar repleto de vida
com imensa diversidade
diferentes aldeias e tribos
e a sua ancestralidade
Pessoas com suas culturas
Arrancadas de suas moradas
Levadas para lugares distantes
Em ações desnaturadas
Dentro de navios negreiros
Atravessaram o Atlântico
Acorrentados em porões
Visual nada romântico
Vieram como escravos
De onde tinham linhagem
De vários lugares de África
Não queriam essa viagem
Ao chegar em nossa terra
Vendidos como objetos
Tratados com puro desprezo
Não eram seres completos
Mesmo com muito medo
Buscavam por liberdade
Fugiam para os quilombos
Ao encontro de dignidade
O mais conhecido de todos
Foi Zumbi dos Palmares
Um herói na resistência
Que protegia os seus pares
Foi num 20 de novembro
Que Zumbi foi degolado
traído e denunciado
seu nome ficou marcado
Foram longos 300 anos
De tamanha injustiça
Mortes e açoitamentos
Apenas por pura cobiça
A pressão vinda da Europa
e os interesses escusos
levaram a decisão do Império
de acabar com tantos abusos
O ultimo de todo o mundo
A acabar com tamanha maldade
Fomos nós, um Brasil de ganância
Que se veste de pura bondade
E assim libertaram os escravos
Jogando-os a própria sorte
Após séculos de exploração
Como se condenados à morte
Passados mais de cem anos
são metade da população
entre negros e mestiços
compondo esta nação
São crianças, mulheres e homens
Que em sua grande maioria
Não encontraram seu espaço
E habitam a periferia
A quem diga que é mentira
Que é apenas questão de vontade
Mas o que de verdade existe
É uma enorme desigualdade
Que precisa ser corrigida
Se não espontaneamente
por força da sociedade
que deve ter isto em mente
Um muro foi construído
separando a população
entre brancos e negros
derrubar, é obrigação
Por ora, peço desculpas
Sim, a você me irmão
Que sofreu e ainda sofre
Resquícios da escravidão
E não apenas em um dia
E nem por conveniência
que o sangue que é meu e seu
Tânia Pereira
Comentários
No Brasil, todos, têm um pé na senzala e outro na aldeia.Somos uma raça de mestiços. Branco aqui é somente o preconceito, por isto, preconceito no Brasil é imcompreensível! Belos versos!
Tânia diante da beleza e pureza
desta poesia só me resta aplaudir de PÉ abraço...
Maravilha plena de poesia. A verdade em poesia. Somos todos UM perante Deus. Aplausos mil
Brilhante, poetisa... Magnífico! Parabéns por Tão Bela composição e Homenagem!