Minha sina

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Afinal, entendi que sou nada.
Nada mais que um fantoche da vida
Sem forças pra seguir a estrada
Rastejo levemente sem guarida.

O remorso vive a me perseguir
Há muito deixei de ser  nobre
Não tenho motivo pra existir. 
Nada sou, além  um homem pobre.

Minha mente é turbilhão de anseios
 e culpas ... Acordado  não tenho paz.
Tenho algo sagrado em meus devaneios,
Me tira da lama, como quem desfaz,
Como um  desatador  de enleios,
como se fosse meu capataz.

Levo comigo um inimigo, o medo
De levantar – me e  cair novamente 
Meus dias são cobertos de segredos
Na caminhada sou muito carente
de humildade pra pedir perdão
À  quem o amor me deu com o coração. 

Embriagar– me de tristeza é o que resta
Ficar no chão tem sido rotina.
Quem deseja alguém que não presta?
Viver assim na rua...é minha sina.

Márcia A Mancebo 
05/03/2020

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Comentários

  • Parabéns, cara Márcia: seu belo poema remeteu-me a minha infância, quando os adultos de então iam às lágrimas com a história do boêmio decaído, cantada na voz de Vicente Celestino (1894–1968), um dos monstros sagrados da música de então.

  • A auto constatação do estado de falência pode lever um ser humano a se recuperar.Ainda há uma certa consciência

    Parabéns poetisa Márcia por tão belo e emocionante poema.

    Abraços de Antonio

  • A sina do poeta. Este constante embriagar de tristezas e emoçoes

    Meus aplausos

    FC

  • Parabens, poeta.

    Muito bom este poema que mostra uma realidade do cotiiano...

    1ab

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