O anjo da minha esquina
Era muito jovem ainda, quando conheci a menina
de cabelos cor de mel. Um encanto de candura
que mexeu com a minha frágil estrutura;
e não foi à toa na sua meiga finura.
Debalde fui ao céu buscar
uma colher do santo mel.
Era o céu de Afrodite
por desejar conquistar Judite
em minha desventura. Fui enganado,
trouxe fel. Fora em vão o meu esforço
torto de enganosa paixão. Sonho de menino
o qual nesta terra de peregrinos donde surgiu
mais um sonhador levado ao léu. O primeiro
amor que um dia em fantasia desapareceu
ao rasgar do fino véu. Cai nos braços de
Morfeu implorando a realização
daquele sonho pioneiro que era
só meu. Judite desapareceu
Passaram-se muitos janeiros
e aquele sonho me perturbou
o tempo inteiro. Um belo dia
quando àquela esquina surgia
uma senhora esguia, madura,
bela e muito vaidosa, na mesma
esquina daquela velha casa airosa,
para a qual se mudara. Algum sentimento
inocente não deixara transparente aquela lúdica
visão na minha mente-coração. Com o passar dos
dias, eu também já envelhecido, conheci o seu encanecido
marido, gente fina, que de mim houvera
numa linda primavera, inocentemente
roubado aquele jasmim do meu jardim,
minha menina de antigamente.Todo o dia
vislumbro Judite, mesmo que não acredite,
por certo foi arte da velha Afrodite conluiada com
Morfeu a desviarem o prumo do tão sonhado rumo
de mais um velho sonho que na quina da esquina
se perdeu... Restou à minha dor apenas
um pingo de amor…
- E será que Judite se lembra de mim?
- Certamente, sim!
- Você se lembra do seu sonho?
“Sonhar é viver”.
Comentários
Genial são seus olhos minha querida Marsoalex, muito obrigado, não mereço tanto. Bjs.
Esse momento de criação foi longe.
Aplausos pela obra.
Oi Edith, muito obrigado pelas suas ponderações. Bjs.
Aplausos excelentes
Fantástico maravilhoso abraços
Grato, Meire, pela generosidade de seu comentário. Abraço campônio.