O AR DE SAL

O ar de sal não perdoa

Corrói o poste e a luminária

Carcome a cerca de arame

No bronze de orégano faz bolha

No vidro ocre cria mancha amarela

Estoura o metal da torneira

Estraga os pregos e a madeira

Derrete o visgo e o lacre

Desmancha o verniz estoura reboco

Descasca vinil destrói o plástico

Esgaça o elástico esfarela silicone

Debulha o pano queima a rede

Trava o motor apaga o led

Quebra a corda zinabra agua

Degenera o fio o pavio e a vela

Fura a panela e a louça

Embaça a prata

Teme somente o ouro

Que passivamente o enfrenta

 

Igual à língua do mentiroso

Com a mentira que inventa

Tudo estraçalha e arrebenta

Menos o tempo que a desmascara

 

PSRosseto

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Paulo Sérgio Rosseto

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • O dito popular diz que a mentira tem pernas curtas.

    Excelente poema, Paulo.

    Parabéns!

  • 1498455840?profile=RESIZE_710x

This reply was deleted.
CPP