O ar de sal não perdoa
Corrói o poste e a luminária
Carcome a cerca de arame
No bronze de orégano faz bolha
No vidro ocre cria mancha amarela
Estoura o metal da torneira
Estraga os pregos e a madeira
Derrete o visgo e o lacre
Desmancha o verniz estoura reboco
Descasca vinil destrói o plástico
Esgaça o elástico esfarela silicone
Debulha o pano queima a rede
Trava o motor apaga o led
Quebra a corda zinabra agua
Degenera o fio o pavio e a vela
Fura a panela e a louça
Embaça a prata
Teme somente o ouro
Que passivamente o enfrenta
Igual à língua do mentiroso
Com a mentira que inventa
Tudo estraçalha e arrebenta
Menos o tempo que a desmascara
PSRosseto
Comentários
O dito popular diz que a mentira tem pernas curtas.
Excelente poema, Paulo.
Parabéns!