O destino e seus prometimentos
J. A. Medeiros da Luz
A drapejar, flâmulas, às dezenas,
Golpeadas rijamente pelo vento
Invernal, entre intervalados
Comandos de trombetas, lá esperam,
Com o patear nervoso dos cavalos,
O início decisivo da batalha.
Césares, para além do Rubicão,
Às fartas, lançam dados, cubos numerados
Face a face, pelos ares, em demanda
De augúrios que lhes sejam favoráveis.
Arrojando-se, insensatos, em tais conquistas,
De "sempre mais, sempre mais", por oceanos,
Por vales, por planícies e por desfiladeiros,
Terminam, ao cabo das campanhas feras,
Por coligir cachos, pencas volumosas
— Bando de corvos do infausto Poe —
De ecos lancinantes repetindo:
"Nunca mais, nunca mais e nunca mais"?
Ouro Preto, 2025 – julho, 16.
[© J. A. M. Luz]
Comentários
Parabéns prezado Poeta JAM da Luz por este lindo bordado poético com suas digitais poéticas.
De fato a vida segue em suas Reflexões, nas grandes batalhas da vida....As conquistas por terra e marítimas ...e quase sempre com guerras.
Me impressionou sua menção ao Poema Corvos, de Edgar Allan Poe escritor Norte Americano e traduzido para o Português por Fernando Pessoa.
Um Poema intrigante, misterrioso de um Poeta também intrigante de personalidade aliada aos Mistérios e Fantasmas.
Sim, Prezado Poeta, não queremos mais os Corvos...Eles são perigosos e talvez possam nos digerir como alimentos espirituais...
Quem sabe um desabafo com uma certa desilusão com o ser humano...Os mistérios são implacáveis em nossas vidas, como o mistério da morte
Nunca mais Corvos,os estorvos que chegam em pencas a arremeter nossos destinos ao Além e ao Lėu.
Muito obrigado e abraços prezado Poeta.
Gostei demais do texto..
Não sou analista literário, mas expressei algumas palavras.....
J.A. que bela tapeçaria poética, ela tem uma brisa silábica e poética que só o sopro do Vale Encantado da Patagônia e tua imaginação tem! Parabéns! #JoaoCarreiraPoeta.