De repente o escuro,
O véu negro alucina,
O escuro traz mistérios,
Traz medos medonhos,
Arrepios e horrores,
Frutos que a infância criou,
São temores que enraizou.
O escuro é solidão,
É um vazio sem fim,
Desnorteia a concentração,
Trapaceia a mente,
Cega a visão,
Deixa sem noção,
Bloqueia a emoção.
Tatear a escuridão,
O torna pequenino,
Te faz menino,
O isola no tempo,
O tempo se perde nas horas
E as horas ao relógio implora,
A angústia dispara,
O manto negro te maltrata.
São malditos demônios,
Que ainda perseguem,
Atormentam, martirizam
E envolve teus medos,
Parar de temê-los,
Sufocar o ímpeto de evitá-los,
Não temer mais a escuridão,
Será o aliado primordial,
Cortará na raiz o cordão umbilical
E estará livre dessa maldição.
Ricardo Sales.
14.09.2018.
Comentários
Brilhante, poeta! Por isso Deus disse: - Faça-se a Luz -, porque o mundo estava frio, sem graça, sem brilho, sem vida. Aplausos!
A escuridão pode ser tanta coisa no imo do ser.
Reflexivo poema, Ricardo.
Parabéns!