O tempo

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Goteja o tempo pulsante, 
Exalando entre as estações, 
O perfume uterino da hermética vida, 
Maculada flor despedaçada, 
Deitada ao chão do infortúnio, 
Abraçada ao vício da aflição. 
Esvai-se a alma entre corpos sorrateiros, 
Vicissitudes de uma identidade ferida, 
Parida sob o caos de si, 
Enrolada no manto de espinhos, 
Aconchego da árida morte, 
Velado declínio espreitado. 
Vagueia o ser em seus amores, 
Constrangidos sentimentos infecundos, 
Cópula estranha ao toque da tristeza, 
Fornicada carência bastarda, 
Zombando da lucidez ultrajada, 
Torturada pela bárbara angústia. 
Gritam de suas prisões os solitários, 
Desconfiando da dúbia paixão, 
Espadas da facínora modernidade, 
Carregada de fascínios ardilosos, 
Açoitando o frágil querer, 
Acorrentando os corações pusilânimes. 

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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