PAREDES

Dentro da casa as paredes são mais ousadas

Tem sentimentos

Já estão acostumadas com nossos ciúmes

Conhecem os pensamentos a pormenor

E comprimem ou enlarguessem nosso juízo

São confessoras e cumplices a todo momento

 

As externas são companheiras no gelo do inverno

Nos isolam das chuvas e dos ruídos

Protegem-nos das atiradeiras dos ventos

Suportam a quentura e o bruto peso do teto

Comprimem o piso, retraem o pavimento

Fazem do lar um reino

Onde penduramos nossas tralhas de vida

 

Algumas do lado de fora são vistosas fachadas

Outras no extremo interno tem invejáveis ângulos

Erguidas ambas as faces ao mesmo tempo

Pelo modesto pedreiro

 

Quando nuas revestem indômitas sombras

Porque se isolam mas somam mutuas

As externas desconhecem as de dentro

Como as internas ignoram as da rua

Mas sustentam a mesma estrutura e se complementam

Da casa do prédio do edifício entre colunas

 

Estar em paz é poder cuidar de ambas

Sem viver de aparência nem estar ao relento

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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