Penúltima hora...último silêncio

Assim ficou acabrunhada a solidão que se
Perdeu no penúltimo silêncio desmentido
Na penúltima esperança a renascer expedita

O penúltimo sonho vibrando acossado iludido
Na penúltima hora comovida que se esgueira naquela
Penúltima felicidade a dois maturando corrompida

Dois dedos de conversa na penúltima
Noite a diluir-se qual abreviado eco surpreendido
Perante a penúltima rima acontecendo descabida

Um verso persuadindo a penúltima
Existência dos meus lamentos comovidos
Jazendo no penúltimo beijo quiçá depois tão aplaudido

Agita-se o mar brandindo a penúltima onda que se
Despenca na penúltima maré destemida…desaguando
No horizonte como um scotch bem bebericado e desinibido

Fica meu penúltimo silêncio acantonado nesta vil solidão
Esculpindo cada obsoleto gesto tão abatido pichando o muro
Adornado com meus últimos lamentos grunhindo resignados

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3688640?profile=original

  • 3688728?profile=RESIZE_1024x1024

  • "Esculpindo cada obsoleto gesto tão abatido pichando o muro
    Adornado com meus últimos lamentos grunhindo resignados"

    Aplausos de pé,poeta Frederico

    Bjssssssssss

     

    • Grato sempre fico com suas palavras gentis

      Votos de dia feliz

      FC

  • Parabéns, poeta! Conduz os versos com maestria. Saudação!!!
    • Obrigado caro poeta pelas palavras de carinho

      Bem hajas

      FC

  • O eu lírico do poema deixa transparecer muita melancolia à medida que o personagem vai descobrindo a escala do tempo, exatamente como a pessoa que precisa caminhar de acordo com suas limitações. Lindíssimos tercetos, Frederico.

    Reverencias!

    Destacado!

    • Grato fico com suas carinhosas e amáveis palavras

      Votos de dia feliz e em paz

      FC

  • Ninguém consegue ficar em silêncio perante tais soberbos versos, só me resta aplaudir, abraços da margem sul (Seixal) amigo FC.

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