Pulsam na terra os traços mórbidos,
Pena secular aos dissímeis mortais,
Humana disparidade da morte,
Tocaia silenciosa do preconceito,
Entrincheirados nas esquinas do ódio,
Trazendo no coração suas confluências,
Forjada em dor e sangue.
Escravos, de escravos da soberba,
Sarcasmo da fragilidade em mãos vazias,
Ao manjar ignorante de vermes famintos,
Ínfimas criaturas encarniçadas,
Castigadas ao próprio fastio,
Transbordante de si no precipício.
Uma a uma seguem em chamas,
Atormentadas em seus infernos contraditórios,
Anjos demoníacos travestidos de compaixão,
Afogando-se no vômito de suas mentiras,
Suicidando-se nos paradoxos de uma falsa vida,
Túmulos atemporais de tolos.
Há um grito em cada canto,
Ecoando aos surdos transeuntes,
Agitando suas bandeiras desconexas,
Buscando abrigo em suas prisões,
Repletas de escórias sociais libertinas,
Escondidas em suas casas falidas,
Enquanto a existência os punem.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
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