Poema Infame
Compra-se um poema
como se compra um gato,
que se desfaz na água de um lago,
se evapora sobe aos céus e sai de cena.
Que seja pequeno o bastante
e caiba em um dedal de prata,
fetiche feito de lata
cheio do veneno da serpente.
Compra-se um repente (improviso)
de voz grossa e de voz fina,
declamado em um mar neblina
e de eco estridente.
Compra-se um poema
sem uma razão o um porquê
feito assim tão de repente
mas todo feito pra você.
Alexandre
Comentários
Tentando comentar pela segunda vez.
Penso que poucas coisas o dinheiro não compra, como disse Danusa.
Belo poema Alexandre
Compra-se quase tudo, mas não se compra a inspiração real e sincera do poeta. Parabéns.