POR DEBAIXO DA PORTA

Caso esse vento arteiro soprando lá fora

Colocar agora a língua suave e assoprar

Pela mínima fresta por debaixo da porta

E levemente ventar por entre tuas pernas

Entrega-se lânguida ao frescor do arrepio

Que essa benfazeja brisa te acaricia

 

E caso resfria puxe a coberta

Aconchegue-se ao florido jardim

Do seu travesseiro

 

Mas se o sono faltar

Dê-se ao direito

Do devaneio

 

E se porventura incendiar

E tornar-se intensamente desperta

Jogue o lençol

Deixa-se nua

Aos doces apelos

Desse vento poeta

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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