POR UMA CAMA DESTAS

Por uma cama destas

A gente se deita e abre a estrada.

 

Seguiremos imperfeitos

Por qualquer caminho,

Amassaremos as coisas

Em meio a ausências e rejeitos

E roupas amarrotadas.

 

Escolheremos como e de que ter medo

Que cores tingiremos as paredes

De quais verdades iremos brincar

Em quais brinquedos passaremos a crer;

 

Se no tempo certo ou agora cedo

Deixaremos o porvir dizer

Em que solo devemos pisar.

 

Haverá sempre um abrigo

Próximo a uma margem mínima

Entre os sinceros sentimentos.

 

Nenhum estrondo ou silêncio

Irá abalar nossos propósitos

Mas caso haja a hora derradeira

Será esta única dose íntima.

 

Conviveremos com os ventos

Que têm por habito desalinhar

E tornar perplexo o propósito

Do que se acha fortaleza.

 

Jamais duvidaremos do que brota

Ainda que a madrugada esgote

Qualquer vontade em seguir.

 

Entre mãos firmes e dadas seguiremos.

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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