Rainha D. Estefânia
Recordada foi D. Estefânia também,
- Pedro Quinto a teve como eterna amada,
Como se conheceram não se sabe bem,
Ficando para a história, a impressão causada,
- Pedro não poderia amar a mais ninguém,
- Estefânia completamente apaixonada.
Amante do desenho, falava Francês, Italiano
E Inglês, além de conhecer o idioma Lusitano.
Castelo de Sigmaringen, solo Prussiano,
Actualmente constitui território alemão,
Aqui viveu muito durante muito ano,
O pai, militar, vivia em autêntica excursão,
Nada que lhe causasse qualquer dano,
Tampouco lhe prejudicaria sua educação.
Julho de mil oitocentos cinquenta e sete,
Sabe que foi a escolhida, se compromete.
Quem poderia ser o enviado de Portugal,
Senão o já conhecido conde do Lavradio,
Será ele a apresentar o pedido real,
Trata das negociações com todo o brio,
Garantindo os intentos do rei de Portugal,
Que se revelaria ser sentimento sadio.
Igreja católica de Santa Hedwiges, Dresden,
Primeira parte do casamento, é o Éden.
Vinte e nove de Abril, por procuração,
Mil oitocentos cinquenta e oito, o ano,
- Estefânia não hesita dar seu coração
Ao ilustre e amado monarca Lusitano,
Mês seguinte será o da confirmação,
Lisboa, para encanto do Luso soberano.
- Estefânia e D. Pedro, entre amigos,
Casam-se na igreja de S. Domingos.
- Pedro quinto, Luso rei amado,
Encontrara sua verdadeira cara-metade,
Sai o casal à rua, é logo aclamado,
Lisboa fervilha de vida e felicidade,
Constituirão casal jovem e apaixonado,
Dando longos passeios pela cidade.
“Nós somos dois verdadeiros adolescentes”
Diria D. Estefânia em ocasiões diferentes.
Não faltaram boatos de índole sexual,
Rotulavam D. Pedro quinto de impotente,
Nada parecia incomodar o casal,
Continuando a amar-se a tudo indiferente,
Dr. Ricardo Jorge daria contributo brutal
Divulgando dados de que era confidente.
A verdade nunca viria a ser reposta,
- Pedro, não liga, pouco se importa.
- Estefânia encorajou seu marido
A fundar hospitais e instituições de caridade,
O monarca não hesita atender o pedido,
Fazendo-o com todo o prazer e felicidade.
Hospital de D. Estefânia será construído,
Por expresso desejo de sua real majestade.
- Estefânia certamente ficaria feliz,
Seria inaugurado já no reinado de D. Luís.
- Estefânia e el-rei D. Pedro quinto,
Constituíram exemplo de amor e felicidade,
Muito do que aqui canto é o que sinto
Pela conquista da Lusa nacionalidade,
Lutas nas quais pouco vejo e pressinto
Do que o Luso povo vive na actualidade.
Nesses tempos de outrora havia ideais,
Hoje, tais sentimentos não existem mais.
Tanta luta por construir Portugal,
Tantos anos a escrever a Lusa história,
Hoje, conseguiram matar o ideal,
Não pensem matar também a memória
Deste povo, nobre, fiel e sem igual
Que não teme a luta até à vitória.
Morreu D. Pedro quinto, ficou D. Luís,
Morreram reis e rainhas, ficou o país.
Francis Raposo Ferreira
09/10/2019
Comentários
Prezado Poeta Francis... GRATIDÃO pela tua Presença e profícuas participações nesta NOSSA Casa!
Pessoalmente não conhecia NADA da História Real de D. Pedro V e de D. Estefânia. Pesquisando a AMBOS, confesso que fiquei super HEMOcionado... Maravilhado em saber e reforçar em meu intimo o AMOR pelos Semelhantes - qual o demonstrado na curta vivência de D. Pedro V. Deixo abaixo, de modo singelo meu pensar:
A "Caixa Verde" da Esperança...
Amado Poeta que ora em Nossa Casa habita
li com muita emoção tua história tão bonita
Resgatas para Nós a História de Portugal
e do Rei que transformava em bem o mal
Confesso que m'HEMOcionei co'a Pesquisa
que adentrou meu coração de forma precisa
O próprio Alexandre Herculano - o seu mentor
chorou no funeral do pupilo - pleno de Amor!
Pedro V - que teve o cognome de "Muito Amado"
com justiça pelo Poeta e Poesia ora é resgatado
O seu amor de Rei especialmente pelo povo pobre
certamente que perante Deus o torna mais nobre!
O Amor do Rei Pedro V pela D. Estefânia tão linda
os torna no Reino de Portugal mais amados ainda
Não fosse d'Ela a precoce morte por uma difteria
certamente que a História de Portugal melhor seria
A famosa "Caixa Verde" que implantou em sua grandeza
visava liberar os que o cercavam tivessem com ele franqueza
Por isso é que nem é possível neste esboço de Poesia
mensurar o quanto D. Pedro V praticava a Democracia!
Em distícos versos deixo em nossa Casa singelo agrado
ao Poeta que nos proporcionou histórico aprendizado!!!
10102019 - gaDs
*** * ***
Ficou o País e a história para toda posteridade.
Aplausos pela obra.
Cara Angélica, todo o Poeta só é poeta, quando escreve com sentimento, pois se assim não for, será somente um aglutinador de letras. Beijho e o meu sincero obrigado.
Fantástica, Francisco. É um privilégio que tive ler uma das mais lindas histórias do reinado lusitano, agora na tua suave poesia. O curto reinado de D. Pedro V,
sempre destacado pela rainha Estefânia, a qual só reinou por um ano, deixando ambos um legado para sempre gravado na história.
Que é empolgante e misteriosa, a meu ver, transformando o texto literário em um documento de pesquisa para as novas gerações.
Parabéns!
Caro Pedro António Avellar, boa noite. O meu sincero obrigado, mas viajar pela história de Portugal é isso mesmo, viajar por páginas e páginas de testemunhos e legados únicos no mundo. Abraço.
Que forma excelente de aprofundar o conhecimento sobre Portugal.
Parabéns! Estou encantada.
Abraço
Cara Marcia Mancebo, obrigado. A história de Portugal é uma das mais ricas de todo o mundo. Beijinho.