Era um traço sinistro… Ele o trazia
em um tempo em que nada se notava...
Nada tinha… Só as vestes que trajava...
Nada mais do que o livro que ele lia.
Uma vida sem rastro ele seguia...
Nem chave de uma porta ele guardava.
E quando a luz de um sonho lhe tocava,
gracejava de si mesmo e sorria.
E um frasco de fatídicos esboços,
– uma caveira e dois cruzados ossos, –
foi–lhe o cálice, um dia, após a prece…
Hoje, vendo–lhe a foto na moldura,
relembro, frente à vida, a sua postura...
Como se todo tempo já soubesse.
(Paulo Maurício G Silva)
Comentários
Apesra de tétrico, achei lindo teu soneto.
Retrata muitos na atual sociedade.
Parabéns!
Obrigado querida amiga! Tenha um maravilhoso final de semana!! :)