Onde repousou minha promessa?
Minha voz tornou-se rouca,
Meu coração se perdeu,
E não tenho mais a túnica,
Enfeitada com o mais puro jade,
Conúbio engano que me raptou.
Os cisnes já não cantam mais,
Voaram para o céu azul,
E em outro lago pousará suas penas,
Águas turvas do meu infortúnio,
Jardim sem flores,
Palácio sem amores,
Deserto de dores,
A espera do amor ausente.
As palmeiras agora secas,
Refrescou-me no longo beijo,
Em que eu e a odalisca,
Embriagados de sonhos,
Recriávamos o amor sem enganos.
O véu da solidão me cobriu,
E o meu oásis petrificou-se,
No desalento do que nunca tive,
E jurou fidelidade aos meus olhos,
Cova estranha da minha amargura.
Sirlanio Jorge Dias Gomes
Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.
Comentários
Tristemente lindo teu poema! Aplausos!
Uma dor que frita dentro do coração apaixonado