Escrevo quando a noite é quase nada,
e o silêncio enche o mundo ao meu redor.
É no breu que a alma dança, só e calada,
tecendo versos, onde sou maior.
A lua, testemunha abandonada,
vigia o rastro de um pensar sem fim.
As horas passam, frias e paradas,
e as palavras vêm brotar de mim.
Na solidão que o escuro então revela,
eu busco em linhas o que sou de fato,
na insônia feita de amor e cautela.
É no papel que o coração me acata,
pois só na escuridão é que se atrela
meu ser ao sonho — o doce e o ingrato.
Comentários
"Revelações da Madrugada."
Um belo soneto.
Helena, você é uma verdadeira artífice poética,
haja visto ter o poder de desenhar cada letra a seu bel-prazer.
Isso é lindo, é poético e cativante.
É um café quentinho num dia de inverno.
Parabéns!
E um abraço carinhoso.
#JoaoCarreiraPoeta.