SEM RESERVAS

A branca fumaça que amanheceu o dia

Não veio trazida pelo orvalhado véu

Nem foi velada pela vazante da maré.

 

Não ache que de repente apareceu do nada

E por nada cansou de ser densa

Como a criança que pensa que alguém

A esquecera na escola ou na porta da sala.

 

É oriunda do fogo que lambeu a mata

Ferveu riacho, incinerou raiz

Cremou insetos, expulsou a vida.

 

Agora, já passado esse tempo de estio

Sei que surgirão dentre os aceros

Ruelas e avenidas naquelas moitas cinzentas

Metros e metros de madeiras, lotes e glebas

A serem destocadas e vendidas

Como brilhantes raros nas prateleiras

Além de ampliar as áreas do seu sítio

Sem pecado e sem reservas

 

PSRosseto

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Paulo Sérgio Rosseto

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Como disse Edith, magnífica poesia!

  • Vixi maria! Que poesia magnífica!

    As imagens vão surgindo à medida da leitura, assim como a reflexão.

    Maravilhoso poema.

This reply was deleted.
CPP