A branca fumaça que amanheceu o dia
Não veio trazida pelo orvalhado véu
Nem foi velada pela vazante da maré.
Não ache que de repente apareceu do nada
E por nada cansou de ser densa
Como a criança que pensa que alguém
A esquecera na escola ou na porta da sala.
É oriunda do fogo que lambeu a mata
Ferveu riacho, incinerou raiz
Cremou insetos, expulsou a vida.
Agora, já passado esse tempo de estio
Sei que surgirão dentre os aceros
Ruelas e avenidas naquelas moitas cinzentas
Metros e metros de madeiras, lotes e glebas
A serem destocadas e vendidas
Como brilhantes raros nas prateleiras
Além de ampliar as áreas do seu sítio
Sem pecado e sem reservas
PSRosseto
Comentários
Como disse Edith, magnífica poesia!
Vixi maria! Que poesia magnífica!
As imagens vão surgindo à medida da leitura, assim como a reflexão.
Maravilhoso poema.