Sonhava, creio, a mirar o céu encoberto
Quando ao lado ouvi sua voz, em sussurro, cálida.
E, num esforço, eu avistei-a, formosa e pálida,
Então toquei-a, aflito, crendo-me desperto.
Você sorriu, com seu jeito, discretamente,
E debruçando-se num murmúrio ligeiro:
- Deixe-me partir, é hora, meu cavalheiro,
Respire, não inflame esse coração pungente.
Desesperei-me, num rouco e triste gemido -
E se desvanecendo, a mente me clareava
E me oprimia o peito, ansioso, dolorido.
Você, tão terna, aquietou-me e me acalentava:
Adormeci, e vi-a num campo florido,
E desfalecia a visão que me deixava!
pedro avellar
crédito da imagem :
https://storage.ning.com/topology/rest/1.0/file/get/3739446296?profile=RESIZE_930x
Comentários
Maravilhoso soneto, Pedro! Meus parabéns!
um abraço
Boa noite
Vim retribuir a nobre visita em minha humilde página
Fazia muito tempo que não lia algo tão terno e tão intenso
Amo poesias que falam de flores ,de campos floridos...
Amei de coração ❤️❤️❤️
Grande abraço poeta
Paz e luz
Fico grato, Ana Lúcia. A vida é florida, sim, se nossos olhos e espírito estão atentos às obras da natureza.
Um Abraço e Feliz Primavera pra você, que se aproxima essa data tão bonita.
Muito grato, Angélica!
Agradeço e elogio, Marsoalex!