Tecnológica!? Só que não!

Tecnológica!!?? Só que não!

Um dia desses, ao entrar em um táxi, guardei o celular, o que não passou despercebido. Tivemos uma conversa muito agradável, o taxista e eu. Conversamos sobre Literatura e os projetos dos quais faço parte e que são a maioria on line. O percurso durou uns 25 minutos. Ao chegar em meu destino ele não se conteve e perguntou: "_ Você falou que trabalha on line em seus projetos mas em nenhum momento eu a vi usar o celular, até o guardou na bolsa. Deve ter recebido várias mensagens?" Não pude deixar de sorrir e respondi: "_ Deve mesmo ter um monte de mensagens mas eu estava conversando com o senhor. Não tem como eu lhe dar atenção e responder as mensagens ao mesmo tempo e eu prefiro uma boa conversa face a face. As mensagens continuam aí e posso respondê-las agora." O taxista ficou me olhando, perplexo, como se eu tivesse descoberto a roda, não entendi bem o porque e agradeceu dizendo: "_ Fazem 5 anos que trabalho com este táxi e você é a primeira passageira que conduzo e que conversou comigo por inteiro. Muito obrigado! "
"_ O prazer foi meu!" Respondi e fui embora.
Muitos podem achar que estou me gabando, que acho que sou melhor que os outros...Não! Não sou! Simplesmente coloco em prática a excelente educação que tive. Atitudes assim não deveriam ser exceção e sim a regra.
Num mundo em que a tecnologia toma conta e afasta mais e mais as pessoas... Afasta!? Como assim!? Espere aí! Estamos mais próximos, mais comunicáveis, não é!? Deveria ser, mas na prática não é o que ocorre.
É só observar, por exemplo, a área de alimentação de um shopping, qualquer um, com certeza irá notar que pelo menos 80% mais ou menos almoçam com os amigos, mas conectados ao celular. Não conversam entre si. Passam pelo menos 20 minutos no mesmo ambiente sem trocarem uma palavra sequer, só teclando.
É lamentável o tempo que perde-se quando não percebemos o outro, quando não lhes damos a devida atenção.
Talvez seja por isso que as pessoas estejam cada vez mais solitárias e reféns de seus mundos virtuais.
Também já fui refém mas eu escolhi ter a liberdade de sentar em um táxi ou em uma praça de alimentação e ter uma ótima conversa e dar boas gargalhadas.
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Maria Angélica de Oliveira - 28 /04 /18
In Liga dos 7

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Angélica

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Comentários

  • Eu jogo no time da Marso, uso o celular quando é preciso, ou quando não tenho nada pra fazer.

    Parabéns pela maravilha de crônica do cotidiano.

     

    • Obrigada Edith pela visita.

  • Eu, pessoalmente, nunca fui refém do celular, mas o mundo está porque a maioria das pessoas vivem mais na virtualidade do que suas vidas reais. Ou será que a realidade delas é virtual? É o mais provável. Se, hoje,  estuda-se, trabalha-se, paga-se as contas, compra-se, namora-se, discute-se, briga-se, enfim, vive-se virtualmente, vai ser muito difícil reverter essa dependência desse mundo virtual, com suas benesses e suas mazelas. Resistir como eu faço é que está difícil!
    Excelente texto, Angélica!

    • Hoje,  eu resisto o máximo que posso. Não é saudável e perde-se muito da vida real. Obrigado Marso querida pelo comentário. 

  • Concordo plenamente contigo 

    • Obrigada Meire por sua visita. 

  • Quanta verdade,Angelica!

    Eu tambem prefiro passar a tarde ou a noite papeando com meus amigos

    Parabens !

    Beijosssssssssss

    • Obrigada Ciducha por seu carinho. 

  • Eu também, amiga!

    Deve ser por isso que as pessoas me procuram tanto para contar seus problemas.

    Eu gosto de ficar antenada, mas, acima de tudo, eu amo um dedinho  de prosa, uma conversa folgada e boas gargalhadas...

    Isso é contagiante, é mágico.

    Beijos!

    Nina

    • Obrigada Nina... Prosear é tudo de bom .

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