Segue o amor uivante,
Invisível sorrateiro poeta,
Viageiro confessor de afetos,
Alienando o coração em seus umbrais,
Abraseando o juízo evocado,
Da alma em rascunhos beijando o corpo.
Segue o amor em seus feitios,
Abstratos escárnios da carne,
Deitados em suas camas vazias,
Pálidos confessionários da noite,
Trânsito conflito aviltado,
Em lençóis frios amarrotados,
Embalsamando patéticos amantes.
Segue o amor em seus funerais,
Enterrando seus postiços,
Inidôneos hipócritas da avidez,
Sem nome e sem lar,
Enlaçado ao infortúnio da ilusão.
Segue o amor em seus nomes,
Estranheza da porta que se abre,
Vertendo de si a ironia chorosa,
Emaranhada de medo,
Feições póstumas do arrependimento.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
Comentários
Aplausos aos teus lindos versos.
Parabéns.
Destacado.
Esse é mesmo o amor? Belíssimos versos!