Visita na antemanhã
por J. A. Medeiros da Luz
— Yossefe, assunte: tem uns caboclos chegando!
De três deles diviso os vultos na areia.
E lá vêm esses três montados em camelos.
Deixe o bebê no cocho, Yossefe, com as cabras,
E mais esses burricos e mais essas ovelhas;
Largue-o um só instante, que os peregrinos
Marcham em direitura para este aprisco.
— Sim, Miriam, e vejo também, lá no alto,
Uma estrela brilhosa sobre os caminhantes.
E são ricos... percebo as muitas pedrarias,
Rutilando igualzinho a estrelas nos arreios!
Ó doce Miriam, com medo me pergunto:
Que vieram fazer aqui por Nazaré??
Ouro Preto, 21 de janeiro de 2024.
[Comentos também podem ser dirigidos a: jaurelio@ufop.edu.br; © J. A. M. Luz]
Comentários
Que bom ter a oportunidade novamente de ler você, J.A.
Eu é que agradeço a visita e o incentivo, cara Margarida.
Em tempo, aproveito a ocasião para agradecer a você, Edith, Angélica, Zeca e Márcia, pelo empenho e eficácia na gestão de nossa casa aqui no ciberespaço. Parabéns!! Casa, aliás, tão aquinhoada de contribuidores assíduos e entusiásticos.
Abraço do j. a.
Muito obrigada em nome de todos. Abraços nossos.
Oi Medeiros boa tarde: —
Eu gostei muito do seu poemeto, mas num nego que gostei mais ainda do jeito da tua escrita.
Parabéns.
#JoãoCarreiraPoeta.
Obrigado pela gentileza das palavras, caro João Carreira Poeta.
Como, obviamente, o aramaico estará, para sempre, inalcançavel para mim — goiano migratório nestas Alterosas e já na terceira idade —, fundi o proseio que imagino pertinente a gente simples duma distante Palestina com minhas vivências pelas cidadezinhas dos cerradões de Goiás, onde fruí os dias luminosos da infância (vivências decorrentes de pais catarinenses um tanto nômades).
Abraço do j. a.
Oi J.A.M. da Luz:
Um belo e expressivo poema, caro poeta.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Caro Bridon:
Sinto-me agradavelmente obrigado por sua gentileza. Embora o labor poético, em sua materialidade estilística, tenha resultado algo desprimoroso, esse poemeto agradou-me, por tocar no tema essencial duma história que nos emociona desde a distante infância, a Natividade de Jesus.
Ademais, quis finalizar o poema especulando sobre a estranheza, no pensar do simples carpinteiro hebreu, que surgiria ao topar, repentinamente, com a peregrinada de Baltasar, Melquior e Gaspar, deixando o Golfo Pérsico, a Caldeia e as montanhas do Cáucaso, para um exercício de humildade na vila de Nazaré...
Abraço do j. a.
Um texto marcante. Parabéns
Agradecido pela visita, cara Lilian.
Por mais que os humanos exibam este hibridismo anômalo, entre a inefabilidade da ternura para com o próximo e a barbárie da violência, confiamos, afinal, que a afeição para com os outros seres que partilham nossa caminhada (e, mesmo, para com nós próprios) há de prevalecer. E não é necessário que a heterogeneidade de valores e de crenças seja suprimida. Que a tolerância seja-nos a lanterna a nos pestanejar nas brumas do futuro! E, nesse nessa linha, a mensagem que Yeshua de Nazaré nos legou será sempre inspiradora!
Abraço do j. a.
Parabéns! Gostei do seu texto.