Acerto do tempo

Percorri tantos dias

esqueci-me de acertar

o tempo vagando

ontem, hoje ou amanhã

 

Elucidei a existência onde

vivo dia a dia errôneo

memorizando os silêncios

indecisos alimentando

cada detalhe do meu quotidiano

que escapa engolido na voracidade

deste instante ilusório

acampado aqui sedutor

invadindo toda a cumplicidade

recriada no tempo redentor

 

Procurei por ontem

à margem do que

não existe mais

Descortinei todas as

revelações deixadas

neste poema estacionado

num particípio passado

onde imprimo meus versos

expulsados,expressados

compassados,dispersados

num trago de beijos impregnando

nossos seres agora tão acossadas

 

Tantos dias…tantas horas

e o tempo que cessa

paira agora no ventre

de um eco cantando

todas as palavras incógnitas

que deixo ruminando atónitas

 

Ao reencontrar-me nas esquinas

desta vida

refino minha razão exactamente

aperfeiçoando cada rima irrelevante

onde ostento a paisagem da vida

se reproduzindo atentamente

 

Tanto tempo…tantos dias

sem saber…na expectativa

exalando-te definitivamente

 

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3649528?profile=original3649559?profile=original

  • À mercê do tempo, todos estamos, mas o tempo à mercê da poesia, como você bem dispôs nesses versos, é mérito seu, Frederico!

  • 3648493?profile=original

  • 3647847?profile=original

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