CONSTRUÇÃO
Vossa memória, pai,
É uma casa de taipa,
Símbolo de permanência,
A despeito das intempéries
Que chegam e passam.
Metafísica, sobreleva-se
A tudo que não é conchego
E, tão simples, persiste
Em toda paisagem minha,
Com janelas e portas abertas.
Mais que natural, etérea.
Vosso barro e vosso sangue
Compuseram a argamassa
Para erguer esta morada, taipa
Sobrevivente à morte dos momentos.
Ainda me encosto a estas paredes
E me sustento no vosso amparo
Feito do que se fez eterno, pai:
Vosso barro e vosso sangue
Para além do tempo raro.
(E. Rofatto)
Comentários
Me emocionei demais, porque lembre-me da minha casa de taipa, lembro de meu pai, retocando as paredes, trocando o telhado.
Poema que emociona tanto pela história memorial, quanto pela beleza poética.
Meus aplausos e Destacado!
Grato, Edith! Fico feliz por saber que meu texto lhe reavivou lembranças tão preciosas e ainda tão semelhantes às minhas! Feliz também pelo destaque e, sempre, pela sua visita!
Uma linda construção poética que venera os mais belos sentimentos
Grato, José Carlos, pela leitura e comentário! Suas palavras vêm na medida do que quis repassar no meu texto!
Grato, Safira! Perfeita sintonia você você ajustou entre a imagem e o texto! Meu aplauso pelo significativo acréscimo à simplicidade de que trata ao meu texto!
Argamassa de sentimentos constroem teu poema, Edvaldo. Mas o amor vai além das paredes e dos versos. Lindo! Bjs
Grato, Marso! Sim, além das paredes e versos, vai o amor de uma vida inteira: meu pai, com seu exemplo de amor, cuidado e superação, foi a argamassa que nos moldou para a vida. Entendeu na justa medida o meu escrito!
Grato, Nieves! Não seria demais dizer que seu recado gentil em forma de imagem serve como um belo jardim à casa do poema! Um precioso adorno!
Obrigado, Selda! Pela visita e gentileza do comentário, envio-lhe o meu abraço e amizade!