Enredo de uma tarde

 

a casa com seus silêncios têm vida e suspiros

e na entrada da varanda inicia-se o enredo

era uma vez e muitas vezes sempre a luz do dia

A rede velava à tarde, esperava os raios de sol

Os vasos acolhiam as flores que se debruçavam

Em cores e cheiros a vigiarem o momento

No alpendre o gato esbanjava moleza

 

Na cozinha uma voz calada

As louças se batiam e se lanhavam

A água escorria da torneira

Habitual como o bocejar das manhãs

Espumas se “viralizavam” em bolhas

A limpeza, o lustrar das maneiras

O pó adormecido nos móveis

Eram sonhos... empoeirados

Às vezes eufóricos, outras vezes:

 quem sabe...

 

gavetas abertas eram olhos desnudos

as mãos iam tocando superfícies

e as cicatrizes se abriam

de repente...  a velha rede...a varanda

o corpo esquecido, talvez

 

lá estão as flores agradecidas,

crianças fartas de amor, pensava

o gato delinquia  o tempo ronronando

e as pedras o aninhavam com ternura

A rede exibia suas rendas e prendas

enquanto o corpo enrolava-se em pudores

acolhido dentro d’alma ...lá estava

 

Jennifer Melânia

 

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Comentários

  • 3657120?profile=original

    • Oi, Edith! Saudades de você por aqui. Obrigada pela maravilhosa visita. Grata pelo destaque. Abraços de coração.

  • Parabéns, poetisa, lindo poema, versos muito bonitos. Abraços, paz e Luz!!!

    • Obrigada, Ilario, seja sempre bem vindo. Abraços.
  • Doce inspiração ao compor essa poesia. Lindo
    • Obrigada, Sandra! Boa tarde cheia de flores.
  • Um silêncio que gritam mais adoráveis momentos, acionando belos sonhos

    • Bom dia, amigo poeta!! Luz e paz pra vc.
  • 3656626?profile=original

    • Oi, Marso querida, grata por seu carinho. Grata pelo destaque de minhas humildes palavras. Bjs no coração
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