Levava a velha guitarra sua companheira
Chegou na estação com o sol bolinando as estrelas
Não se despediu de ninguém para não deixar
Que alguém olhasse nos seus olhos e lhe visse chorar
O vento frio, o assobio e o fio da navalha
A dilacerar seus últimos dias de batalhas
A vida é uma lamina de aço e sua alma retalha
Por quem os sinos dobram tarda mas não falha
Ao longe o apito do trem no romper da aurora
Lentamente se aproxima é o trem das 7 horas
Pelos campos e cidades, por becos e lares ele passará
Porque o trem das 7 passa em qualquer lugar
Seu ponto de partida é por todos programado
No trem, só viaja quem tem bilhete carimbado
Nele, o por que do bem e o mal andarem lado a lado
Todos os segredos e mistérios nele serão revelados
E o trem das 7agora segue a sua estrada
E nele vai o condutor em mais uma jornada
Queria ver a sua cara quando perceber que há um desertor
Que desistiu dessa viagem e se mandou pro céu num disco voador
E tem nego que acredita que Raul cansou e foi dormir de touca
Ah! Ele vai é zumbizar feito abelha africana e pousar na sopa
Dos que ficaram pra viver e ser uma metamorfose ambulante
Tipo essa gente que age como se viver lhe fosse o bastante.
Por isso é chegada a hora da gente fazer aquilo que ele fez
Não há presente sem passado e o futuro diz que agora é nossa vez
E tentar outra vez é tudo aquilo que a gente sempre mais ouviu
Se não, como disse RAUL, contentem-se com o mingau e vamos
ALUGAR (OU VENDER) O BRASIL!
E fim de papo!!!
(Petronio)
Comentários
Espetáculo de poema.
Aplausos ao teu momento sublime de composição.
Momentos tristes de onde si vamos, em mutação de vida, para com a vida
Genial.
Parabéns, poeta, poema inspirado no Maluco Beleza, sujeito irreverente que curtia várias vertentes... Adorei seu versejar... Abraços, paz e Luz!!!