Posts de Alexandre Montalvan (559)

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Essência da Manhã

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Essência da Manhã

 

Na essência primitiva

se espera que emane as feras

mas na posse contemplativa

a aura branca cativa

se expande em sua esfera,

é na mais pura correnteza

de falsas aguas

mas de enovelada surpresa

que da nome a incerteza

de intatiáveis aguas.

 

Mesmo que tudo se pareça magoas

o brilho é tanto e ofuscante

que nos prende por fazer sentir,

amar e por sorrir

até por aquilo que se espera vir

e na verdade brilha feito diamante

um brilho tocante

de mil fragmentos indefinidos.

 

 

A transcendência do desconhecido

o fulgor do teu rosto imberbe

transparece uma mistura

como a agua falsa que ferve

ou as improváveis magoas

seus textos e suas rasuras

mas tudo são só palavras.

 

A primitiva essência é tamanha

que legitima diluir-se no abstrato

no frescor das folhas de hortelã

ou na concretude de um inverossímil retrato

espelhado nas falsas aguas

de uma ensolarada

manha.

 

Alexandre Montalvan

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Por Entre Cacos

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Por Entre Cacos

 

O que há dentro deste oco

tanto desespero incontido 

a fúria deste que vos lê

semente morta sem sentido

 

O que tenho neste vaso fúnebre

e que me traz ambiguidades

olho e vejo tantos de mim

espalhados...vermes decepados

 

Emborquei todos meus mistérios

nesta noite inconsequente e pura

com meus olhos olhei a rua

no coração disparou meus medos

 

Sou um caçador de desventuras

sou meu próprio algoz

retalho-me como as faces da lua

e a tua mão não me deixa só

 

Esta chama é tudo que me resta

esta mão insana, este inverno

estou sempre neste inferno

a alma quente neste mar de lama

 

Viver é andar em cacos de vidro

o corpo segue a frente indeciso

a alma tua é só suicídio, mas nosso

olhar vislumbra o desconhecido

 

Alexandre Montalvan

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Alma de um Poeta

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Alma de um poeta

 

Tens a língua bifurcada das serpentes

Nas trevas que interiorizam o mundo

Abaixo de tudo que é baixo e entres

Almas dissecadas e escuras do profundo

 

Há tempos que se regozijas da mais

Suja e descabida sede de ultrajes

Volúpia ensandecida de vírus abissais

Mas sabe que só no amor a vida é suave

 

Enrodilha-se nas sombras com sujo ego

Escurecido por seu achar que nunca mais

Martelará com a mão a cabeça de um prego

Mas as estrelas escreverão destinos reais

 

Assim como revoam os negros urubus

Na noite o breu cria na alma o confronto

Círculos rabiscos nas linhas de uma cruz

O ponto central é quem escreve o que conto

 

Porem se este conto é real não importa

Pois o ponto é o teu viver postiço

Verme visguento vede teu fechar a porta

Abras o escuro antro deste teu sujo cortiço

 

Não diga de repente que tu respiras o ar

Imundo e bolorento mentindo ser tesouro

Que pintas da cor do ouro só para enganar

Aqueles que compram lona pensando ser couro

 

Mas o teu penar advir, eu não digo nem nego

Teu olhar tem a cor rosa de flor da maça

Sei este nosso mundo nunca será de um cego

Mas o que é melhor que o hoje senão o amanhã.

 

Talvez sim talvez não!  Azuis  os mares são?

O poeta e seu ego! Perdeu o trambelho?

O mar não é azul nem o céu é vermelho?

Eu não sei se são!

Mas sei,...estrelas choram luzes na escuridão!

 

Alexandre Montalvan

 

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Gandaia

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Eu quero respirar você...

cada pedaço do teu lindo corpo

engolir-te toda, inteirinha

na luxuria certeira e em um

indescritível conforto.

 

Quero deixa-te nua na cama

toda exposta e desarrumada

tocar com os meus lábios

a mornitude dos teus seios

introduzir em teus meios

a minha alma excitada

 

Vou explodir em centelhas

pétalas gentis de sois poentes

fazer-te a mulher mais amada

de todas as mulheres do mundo

amar-te com a alma serena

e o coração em chamas ardentes

 

Valha-me senhor deste meu sonho

não deixes que morra em uma praia

amor faz a existência mais bonita

e me afastará de um louco fica fica

com mulheres que ficarei numa gandaia.

 

Alexandre Montalvan

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Uma Doença Chamada Amar

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Uma Doença Chamada Amar

Como eu posso amar um olhar
Uma voz, um sorriso, uma palavra
O que acontece em minha alma
Esta carência profunda, maltrata

Faz me ouvir teu canto
E como por encanto, amar
E sentir cada tua palavra
Como navalha afiada

Cortando minha alma
Despedaçando meu coração
Eu sinto os meus olhos úmidos

Maldita lagrima que teima em rolar
Uma angustia invade o meu corpo,
E tal qual um pássaro morto
Eu emudeço, para ouvir melhor teu cantar

E a cada movimento teu, eu estremeço
E eu sinto tua emoção
Sinto você dançar em meu coração
E minha alma chora tentando tocar você
Mas Deus meu, é pura ilusão

De alguém que se alimenta de emoção
E que de canto em canto
Se arrasta neste recanto...
Para somente
Amar !

Alexandre Montalvan

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O Tempo

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O Tempo

Em um eterno retorno
Vive na alma humana
Com efeito sonoro
Um Tic e TAC...Tic e TAC

Pingos em uma poça de água
Passos em uma calçada
Tiros de uma automática

A morte

A estática
A difícil arte de viver
Onde estão os mortos
Porcos postos em uma funerária

Corpos cheios de feridas
Fétidas e maduras
Como a luz que irradia e se medra
Como um raio cósmico que acalma
Como a carne escura revela

Onde estão as rosas amarelas
As que brilhavam nos jardins como estrelas
Onde estão as que emitiam luzes sonoras
Como as rosas de outrora

Onde se encontram os floreados breves
Que havia tresantontem
De casais dançando sobre folhas
Eras antes de antes de antes

Em quais destinos se encontram teus sorrisos
Que um dia iluminaram a minha vida
E que hoje é o que mais eu preciso
Para aplacar a minha solidão 

Onde se encontra o horror profundo
Que por tanto o viver, ganhamos proteção 
Sentimentos que aos poucos se enregelaram
E trouxeram o inverno ao nosso coração.


Alexandre Montalvan

 

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Self

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Self

Em um sol errante do fim de tarde
ressoavam gemidos e alaridos
num desenho de pura e complexa arte
jazia no asfalto frio um homem caído

Na rua que a pouco estava vazia e lenta
agora fervilha louco bulício
espocavam selfs na cena violenta
eram rostos, risos um que de hospício

Morte, sangue que manchavam chão frio
Num tempo que perdeu todo o sentido
é somente uma Self para um perfil

o que é que no tempo ficou perdido
porque o moderno torna tudo sombrio
nada afeta nosso olhar apodrecido.

Alexandre Montalvan

 

 

 

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Soneto Indecente

Soneto Indecente

É com altivez que sobe pelas pernas
Uma poesia que nasce do nada
E do nada se dispersa eterna
Não há ninguém que a governa

E ela te suga a flor perseguida
Vermelha rubra que se abre melosa
E te faz repensar a tua vida
Vida que é suave e pouco cor de rosa

A emoção que transborda espontânea
Com verbo que acelera o coração
O amar que é da natureza humana

Que trás ao corpo poderosa sensação
Pela força da palavra soberana
E da poesia que nasce do tesão.

Alexandre Montalvan

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Castelo de Areia

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Castelo de Areia

A cada poça de silencio meu corpo
edificava-se nas sombras da
fumaça do incenso.
A alma perambulava nos extremos;
Ao abrir de portas,
entre o êxtase e o desengano,
desprezando a carne ali exposta.

Era o final de um gozo lento, mas 
passageiro e mais despedaçado
que inteiro, só me restavam incertezas.
Foram beijos e trocas de saliva que 
permeavam aqueles instantes, caricias
enoveladas de amantes extremados.

Era talvez o sentimento ficcional de
corpos gravados na memória de algum 
sonho, feito de fumaça de incenso
sem nenhuma realidade palpável ou fundamento
onde eu ponho...este meu sentir imenso.

Mas alguma coisa começa a morrer dentro de mim
E agora em minha volta a solidão permeia
Vejo rosas que estão murchando no jardim
E as poças se desfazem como um castelo de areia.

Alexandre Montalvan

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Último Instante

Último Instante

Como as folhas secas que o vento leva
em meu ultimo instante lembrarei teu nome.
Lembrarei teus olhos e os teus cabelos
lembrarei do amor que esta dor consome.

E neste frio sepulcro entre as folhas secas
lembrarei dos sonhos de felicidade
das nossas noites cheias de amor intenso
momentos de esplendores que deixam saudades .

E eu pensarei querida, não me desespere.
Em meu ultimo instante estarei nas trevas.
Eu estou sozinho. . . nesta terra fria
como folhas secas nas escuras relvas.

Relvas que me envolvem como foi um dia
meu corpo envolvido pelos teus carinhos
hoje estou aqui como pássaro sem ninho
restos da minha carne e da minha poesia.

Alexandre Montalvan

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Poema Sem Eira nem Beira

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Poema Sem Eira nem Beira

 

De alma em alma o poema cresce

E é assim por quem

De amor padece

Ou por quem não ama... e não padece.

 

Cresce na alma

Dos fortes e vigorosos

Ou daqueles que são somente traumas,

E também para quem

É só alegria

Ou por aquele que só se entristece.

 

O certo é que o poema não é mais inteiro

Ou ele vira o triplo

Da metade

Ou se transforma em mais

Que um e meio.

 

O poema cresce e se multiplica

E se estou errado que me

Botem freio

Ou na boca um rude arreio.

 

Para que eu me cale e nunca mais fale

Deste amor primeiro

Que é de um poema que alguem leu inteiro.

É de um poeta louco

Que por muito pouco não morreu

Prisioneiro

Por um amor possessivo de quem

O leu primeiro.

 

Alexandre Montalvan

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Décimo Terceiro Andar

 

Décimo Terceiro Andar

Nas bordas do sono
Acordei na noite
Em um sobressalto morno.
Como um soco ou um coice
Como o despertar de um sonho
Uma imagem me veio
Meu amor foi embora
E eu estava sozinho por inteiro.

Nos dias de hoje deslizes
Sem casa, sem teto
Com as nuvens ao vento
E os meus sentimentos
Em incontornáveis crises

Sentimentos perdidos
Na correnteza de um rio
Sob um céu infinito
Neste real finito mundo...coalhado
De sonhos...
Mares de braços e pernas
Escuros e frios.

Anjo de asas douradas
Você partiu
E levou partes de mim.

Foi um voo de andorinha
Leve como a brisa noturna
Você partiu minha rainha
E me trouxe o desalento

Mas eu ainda posso ouvir
Meu coração batendo
Neste exato lugar
Olhando a rua da varanda
Do meu prédio no décimo terceiro
Andar.

Alexandre Montalvan

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Você Sabe?

Você Sabe?

 

Ei! Você sabe o que esta despontando no horizonte?

Se souber quero que me diga

Se não quiser dizer, me aponte

Onde há nuvens encobrindo a vida!

 

Se há dor a caminho do calvário

e monstros desvairados

saindo do armário

é melhor sorrir ao ser fustigado

é melhor amar ao ser odiado

 

Há um céu que não te toca

um mar que não te molha

se você pensa em ondas, as marolas

e que molham os seus pés

 

Ei! Se você não sabe.. Também não sabe

a inveja que sinto de ti agora

há um mundo danoso aqui dentro

que não esta do lado de fora

mas que me traz tanta dor

há monstros que são

e não há como não sê-lo

e me fazem morrer pelo medo

pois arrepiam todos meus pelos

por sabe-lo

e viver este grande horror.

 

Alexandre Montalvan

 

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A Solidão das Palavras

Solidão das Palavras

Palavras são como aves
que voam rumo ao amargor ou a doçura
por caminhos tortuosos ou suaves
levam nas suas asas a urgência da procura

É nas palavras que nasce
a dor que a alma sente
é um parto dolorido e latente
feito por nós, criado por gente

E nas palavras também
que o amor floresce e brilha
sussurrando ao sabor do vento
este lindo e sublime sentimento

Palavras porque palavras
quem dera que não a tivéssemos
os olhos diriam tudo...e dizem
junto às palavras que não os conhecem

Entre o âmago e a essência
a palavra desconcertada ficaria
mas é pelo aroma da tua pele
que eu escrevo esta solitária poesia.

Alexandre Montalvan



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Renascer das Cinzas


Renascer das Cinzas

 

Ouço a minha voz como se não fosse eu,

pois estranho o som me parece

a dor que me aflige e que do silencio nasceu

nas pausas entres as frases

é tanta que me entristece.

 

Vejo um rosto no espelho que não pode ser meu

com linhas e traços tão alvos

um rosto em que a muito a vida desapareceu

indicio de sonhos perdidos

tal e qual náufragos que não puderam ser salvos.

 

Sinto em meus dias que meu tempo a muito se perdeu

em um mundo de frases vazias

resta apenas criar confluências de ser

renascer e viver

neste mundo novo de devaneios e poesias.

 

Alexandre Montalvan

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A poesia , a Samambaia, o Mar, a Pedra, os Papéis e o Amor

.

Quem sabe o que dizer

que nesta vida já não se tenha dito

talvez um quê de morrer

ou talvez nem se tenha existido

 

Até as samambaias gritam alto

e esperneiam com as verdes folhas

a este verso que soa falso

e não dão mais opções de escolhas

 

Mesmo um desejo tão latente

de te comer pelas beiradas

não sendo nada conivente

não tendo dito quase nada

 

Pedras, papiros ou mesmo nos papeis

poesias quem as viu, escreveu ou achou

Em sonhos, em palestras é o que dizeis 

em qual mente doentia este mal se revelou

 

Alto lá, disse alguém; li na mesa de um bar

estava bebendo cerveja com sal e limão,

eu li que o amor morreu no mar

e que o mar evaporou na escuridão.

 

E assim acaba a estória!

 

Alexandre Montalvan

 
 
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Poesia Insepulta

Poesia Insepulta

 

Alavanque então meu poema

chafurdando em negra lama

vai chupando manga com melaço

sobre teu sentir malsentido

pipocam incontinentes em teus braços

sonoros balaços.

 

Mas se ainda consegue ouvir, é porque vive

e se vive continue a chafurdar

do teu céu irá cair em queda livre,

sentidos, que os balaços querem matar

 

Não olhes com teu olho roto e cego

porque não adianta olhar a escuridão,

na negação, até a afirmação, eu nego

porque o tempo é do sentimento, negação

 

Insepulta será toda a poesia

mesmo aquela que no dia está por vir

e se advir será o mesmo que água fria

que em teus ombros incautamente ira cair.

 

Alexandre Montalvan

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Poema Irracional

Poema irracional 

Se você tem um problema;
Eu tenho tantos amigo!
mas eu nem ligo,(para os meus)
porque apenas um problema
é relativo.
O som repetitivo é estratagema
uma armadilha silenciosa e sutil,
versos são para um poema
assim como a pólvora é para o fuzil,
que atira e mata
e o aço na carne penetra
o certo é usar bala de prata
por que assim invés de sair na uretra
sai pela culatra.
Certo ou errado o resultado é sempre o igual
porque mais vale um pássaro na mão que dois
apodrecendo no quintal,
e por falar em aves
todo o poema tem tons agudos e graves
e o ritmo é tudo
mudar eu não mudo
na poesia,
vou continuar a escrever o meu poema
mesmo que seja uma porcaria,

Se real ou imaginário, sempre,
se não
será...seria...,

meramente uma simples poesia. Mas um pequeno pedaço do meu coração

Sim porque não são apenas lábios que falam
e entornam mel pelas frestas
sutis e azuis arestas
afiadas com um toque de saliva
e de loucura ativa.
De um lume que se esvai
exausto de sol e mar
e nas trevas em que se contrai
aonde morre por amar alguém
no amor que toda loucura tem... 

Alexandre Montalvan

Saiba mais…
CPP