Por Entre Cacos
O que há dentro deste oco
tanto desespero incontido
a fúria deste que vos lê
semente morta sem sentido
O que tenho neste vaso fúnebre
e que me traz ambiguidades
olho e vejo tantos de mim
espalhados...vermes decepados
Emborquei todos meus mistérios
nesta noite inconsequente e pura
com meus olhos olhei a rua
no coração disparou meus medos
Sou um caçador de desventuras
sou meu próprio algoz
retalho-me como as faces da lua
e a tua mão não me deixa só
Esta chama é tudo que me resta
esta mão insana, este inverno
estou sempre neste inferno
a alma quente neste mar de lama
Viver é andar em cacos de vidro
o corpo segue a frente indeciso
a alma tua é só suicídio, mas nosso
olhar vislumbra o desconhecido
Alexandre Montalvan
Comentários
Muito bom! Vivemos entre cacos de Vidro! Vamos com calma para não sair ferido!
Prezado Alexandre
Não há como não nos revoltarmos com a série de barbaridades passadas e atuais , belamente traduzidas em suas belas metáforas de indignação.
As Instuições em frangalhos.
É rezar e ter muita fé afim de uma sobrevivência de esperanças
Parabéns por belo texto de protesto
antonio
Versos duros com imagens tétricas.
Grande momento de inspiração.
Parbéns.
Versos com imagens fortes, dá impressão que foi escrito em um sopro. Maravilha de inspeiração!