Eu toco tua face com meus dedos
Percorro teus caminhos aflitivos com minhas mãos
É toda a cintilância que ilumina tua aura de menina
Eu toco delicadamente o teu coração
É todo este mistério que me deixa aos pedaços
Na luz que irradias me entrego e me engano
Mil vezes renascer para morrer em teus abraços
É o cair dos céus mil estrelas no oceano
Os rios de espumas douradas nos envolvem
Encharcam nossos corpos com amor e sedução
Ao sol da primavera entre todas as miragens
São corpos que se unem em loucura e paixão
Amar entre rosas vermelhas e amarelas
Amar como a última coisa em minha vida
Amar de maneira tão doce e tão singela
Amar é a coisa mais linda, e a mais bela
Amar-te menina, és a minha paixão
Alexandre
Versejar
Fulguras, força, destrutiva
escura
explode procurando versos
porque parte submerge
na escuridão da terra
enquanto parte silencia
é quando
a outra berra.
Fome, fonema, disforme
criatura
toda a sala se cala
para ouvir com atenção
de quais traços è feita
a palavra perfeita
poesia ou canção
amor, ódio ou paixão.
Flor, fada, a face desmancha
em candura
quando pousa em teus lábios
uma gota de mel
diamante adocicado
azulado como o céu
no teu perfume se encontra
os versos do poema
é uma pena não saber versejar
mas isto não é problema
todo o oceano tem um pouco do mar.
Alexandre
Relação Selvagem
Sinta meus olhos queimando você
Você é minha sede, minha fome
Sinta a força deste amor que me consome
Meus lábios beijando tua pele nua
Minhas mãos tateando procurando as tuas
Meus músculos esmagando tua carne macia e quente
Minha boca beijando mordendo, louca ardente
Teus seios, teu pescoço, tuas orelhas, como um louco, um demente. . .
Sinta a força deste amor cruel e insano
Eu como uma fera te encurralo, te profano
Você se embala em sonhos e me chama
Você é somente desejos, me ama
Enrosca-se em meu corpo como uma serpente
Entrega-se louca aos meus desejos para sempre
Lábios intumescidos, olhos cerrados, gemidos
Bocas unidas, línguas entorpecidas, mordidas
Corpos suados, fervendo, molhado
Relação selvagem, dança da vida, momento sagrado
Um entrar profundo suave urgente
Um sair sofrido vazio carente
Você grita implora pede
Fica dentro de mim eternamente
Alexandre Montalvan
Desabafo
Vai por fim, a todas as manhãs
meiga mãe dos homens
tirar do peito imensa mágoa
que só teu amor apaga
e da boca terrível a fome
que engole o próprio homem.
Em uma tristeza profunda
de todas as feridas que existem
o vazio que a alma inunda
que entoa na noite tão triste
e enche os olhos de lágrimas.
Na sombra da árvore da vida
que teve em breves momentos
o renascer na terra, da lama
a dor da eterna partida
o amor que a alma reclama.
E nestes últimos dias
o ódio as guerras o terror
grassaram na alma dos homens
tiraram a sua alegria
e neste resto de dias
o amor.
Alexandre
Como as folhas secas que o vento leva
em meu ultimo instante lembrarei teu nome.
Lembrarei teus olhos e os teus cabelos
lembrarei do amor que esta dor consome.
E neste frio sepulcro entre as folhas secas
lembrarei dos sonhos de felicidade
das nossas noites cheias de amor intenso
momentos de esplendores que deixam saudades .
E eu pensarei querida, não me desespere.
Em meu ultimo instante estarei nas trevas.
Eu estou sozinho. . . nesta terra fria
como folhas secas nas escuras relvas.
Relvas que me envolvem como foi um dia
meu corpo envolvido pelos teus carinhos
hoje estou aqui como pássaro sem ninho
com a minha carne fria e a minha poesia.
Alexandre
Dor Dolorida
Fiz da dor algo tão atroz
Que a transformei em algo distante
Do passado ou futuro
Mas nunca deste instante
Eu a fiz encolhida, emparedada, feroz.
Eu a fiz doída
Eu a fiz como o grito vindo das ruas
Rompendo barreiras, engolindo o asfalto.
Explodindo em becos lamacentos
Nas esquinas suadas, nos teatros
Eclodindo no chão de cimento
Fiz com os pés molhados pela chuva fina
No rugir da sussurrante tormenta
Com boca enfastiada pela forte neblina
E esta dor eu transformei
Que ela a mim, não aguenta
Dor doida que preenche meus espaços
Lepra negra em minha carne tão sofrida
Suja-me com tua dor mais dolorida
Venha a mim embalar-me-ei nos teus braços
Alexandre
Tristeza
Percorre enfim à minha alma
tristeza imensa
e pensa que pode ser a ultima
a sopesar
chega dilacerando as partes e o todo
chega como quem chega para
ficar.
Em noites de lenta quimera
apego-me a esta tristeza
a me enamorar
sonho como quem sonha e tristeza venera
sonho com uma forma de viver
para sonhar.
Tristeza tão terna criança
externa os mantras sem fim
cultivam as flores da esperança
repousa tuas dores em mim.
alexandre
Paixão sem Limite
Perdido em um lugar maldito,
que no passado talvez alguém tenha escrito,
como uma eterna maldição,
o cheiro da morte como o único aroma,
aonde a discórdia e o ódio são apenas sintomas,
da minha vida sem você.
E como um naufrago em um mar de chamas,
desesperado em tua procura insana,
em meio ao caos e a discórdia,
com o amargo gosto de entender,
que somente poderei sonhar,
eternamente com você.
Em sonhos nos encontramos,
contigo ao meu lado,
tocando teu corpo,
amando você,
como seres alados,
voamos ao vento,
com um só pensamento,
de um amor louco e incontrolável.
Em nuvens tão densas,
que servem de cama,
nossos corpos suados se enroscam de unem,
com toques suaves,
nervosos e tensos,
uma ânsia de prazer a todo o momento.
Nossas bocas unidas,
são dedos,
são mãos,
palavras,
sussurros aos ouvidos,
gemidos de paixão,
mordidas,
caricias,
desejos incontidos,
volúpia,
sandice,
é tanto o tesão.
O ritmo é lento,
calor,
ternura,
emoção,
um entra e sai violento,
o amor explode como um vulcão,
são lavas que escorrem,
são gritos que calam,
são almas perdidas,
que amor exala.
Sucumbem os gemidos,
escutam o silêncio,
nossos corpos unidos em um ultimo lamento.
Em um escuro e frio mundo eu leio você,
meu sangue acelera,
meu coração pulsa forte,
tuas palavras me excitam,
pergunto por quê?
porque não a tenho,
comigo ao meu lado,
por que no meu mundo,
fico tão só,
isolado.
Porque eu só posso sonhar com você,
quando o que eu mais quero,
é ter,
é amar,
dar prazer,
o que eu mais quero,
é eternamente possuir
você...
Alexandre
Eu sou apenas cinzas
remanescente de um coração em chamas
como uma estrela que no céu derrama
chamas quentes para iluminar.
É um céu tingido de vermelho
pelas lágrimas que obstinam rolar
e este amor eterno é passageiro
como as gotas das águas do mar
Quando eu ouço tua voz na noite
tão escura quanto meu pesar
todo amor que havia agora (foi-se)
como os sonhos que eu vi passar.
Como em nuvem de espumas claras
que nos céus querem permanecer
saiba que as coisas que nos separam
são as que mais eu amo em você.
alexandre
Alguém para Amar
Quando todos os sentimentos
forem então dispersos
espalhados nas valas do tempo
alguma prodigiosa exuberância
de sonhos paixão e esperança
restarão na amarga confluência
entre a vida e a morte.
Quando partes de um corpo
espalhados no limiar do universo
você confessaria em versos
que nem a solidão vai restar
apenas uma mão, um pé
um tosco coração
um pulmão que não pode mais respirar.
Quando tudo então passar
como um rei voltaras a ser criança
sem muita importância cantaras o desencanto
de voltar a ser pequena sem memória sem poesia
e com as faces serenas
o mundo, a você eu perguntaria !
Qual o valor da vida quando se perde a esperança?
De que vale o voo da branca pomba
quando se mata só por matar
em nome de que.. Sabe-se lá!
infeliz homem bomba.
Infeliz destino
em ato de crueldade extrema tingir de sangue
um rio cristalino.
E neste lamaçal negro e tosco
deite teu pescoço
para que se possa cortar
quem sabe assim... talvez
em alguma outra vida
você encontrara alguém para amar.
Alexandre
Pingos de Amor
No negro escuro da minha alma, vastidão!
Em fétidos charcos de catarros, lodaçais!
Pensamentos imersos nesta grande podridão
Entre aves de rapina famintas, bestiais!
Triste este fim sem recomeço, sem perfume argentino
A essência das celas, entre feras e medo, sente o cheiro
Desta morte que rola na escada, neste imenso atoleiro
Este é o mar dos desatinos e das noites sem destino
Das eternas madrugadas.
As sombras se esgueiram nos caminhos
Coladas em suas burras negras perniciosas
Rebolos nas mãos e cobertas de espinhos
Naifas que ferem que sangram perigosas
Na morada do fogo que arde em meio ao inimigo
O passado me condena com a mão do criador
De joelhos imploro o perdão deste castigo
Neste mundo eu não tive nem um pingo de amor
Alexandre
Coração de Pedra
Neste dia quente, um sol abrasador
poesia insolente
leio-a
a beira mar, no calor.
Gorjeia a gaivota, lutando contra o vento
a areia branca margeia a onda
desenhadamente.
Na solidão um leve pensamento
a balizar a poesia.
Não tenhas medo do fim do dia
Nem da cantilena surda na frente de casa
É apenas um coração, de pedra fria esburacada
Em um mundo velho, de ideias ultrapassadas
Tão estranho é este mundo
Se mal pode compreender o tempo de um segundo
Como entender a tua eternidade
Como entender o amor verdadeiro
Se ele é feito na verdade
por inteiro.
Da entrega. . .da renúncia. . .da bondade.
Não tenha medo da noite tão fria
Deste inverno que insinua a madrugada
É apenas a esperança do coração, da tua amada
De uma lágrima que sai, dos olhos em fuga
Um olhar divino
De um rosto escaqueirado e cheio de rugas.
Alexandre
A noite de lua Cheia
Quando o dia deixa a vida
e a morte então desperta
a lua aprofunda o silencio
na noite fria e deserta
e tinge a rua de dourado.
Mas ainda existem sombras
em degrades distantes
muito pouco notados
e em apenas alguns instantes
o que é morte vira vida
e o profano o sagrado.
Não se sentam na calçada
os casais de enamorados
não distinguem o pecado
desenfreada emoção
a tatuagem do amor
infrenemente paixão.
Nada mais se tem, é verdade
nem a dor de se verem perdidos
com as mãos que seguram aflitos
pela pretensa falsa liberdade
serão duas almas em uma por toda
a eternidade.
Alexandre
Alucinação
O céu manchou de azul
as areias brancas
entre as conchas da praia
naquela noite derradeira.
Os meus pés esbarram no infinito
no estalar dos meus beijos
que enchem de organdi os arvoredos
perfumes de uma leve consistência
que pelas ondas de ventos mornos
encantam pela sua existência.
Os medos do corpo estão comigo
a vida a morte o vazio
mas agora é madrugada meu amigo
e o frio da solidão me abraça
e por mais que eu faça
eu não posso dormir.
Tento entender o desentendido
amenizar o meu castigo
de só compreender o incompreendido
mas enfim eu sou humano. Ou não?
e desumano seria eu ignorar a minha
alucinação.
Alexandre