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Poema para quem partiu sem olhar para trás

Poema para quem partiu sem olhar para trás

 

Eu vi um lar nos teus olhos cansados,

uma luz de promessas a que dei nome.

Plantei no teu peito o meu mais fundo abraço,

e mesmo assim, partiste.

 

Falei de filhos —

com as mãos limpas, com a alma erguida.

Quis ser o que o mundo tem de mais terno:

um pai, um homem, um abrigo.

Mas ouviste os meus anos como se fossem ruído,

como se a idade pudesse medir o amor.

 

Comprámos silêncio, depois de tanto sonho.

Fiz da tua sombra uma casa,

e da minha vontade um alicerce.

Tu disseste "tempo",

mas já eras ausência.

 

E mesmo assim,

nos salões de música e de dança,

teu olhar busca o que perdeu:

não é ciúme, é espelho partido.

Vês em mim aquilo que deixaste —

e já não sabes porquê.

 

Eu sigo, com a poeira dos dias,

com a memória de um beijo que não volta.

Mas também sigo com a certeza

de que o amor,

o verdadeiro amor —

nunca foi medo.

 

Foi meu

Bruno Alves 

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Não me peças que esqueça

Não me peças que esqueça

Não me peças que esqueça
o que fomos,
se ainda sou aquilo
que te amou em silêncio
depois da tua ausência.

Não me peças que apague
o teu nome dos lugares,
se foste tu que me ensinaste
a dar nome às coisas que sinto.

Não me peças que não lembre,
porque lembrar
é a única forma
de ainda te abraçar
sem te tocar

Bruno Alves 

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Se Florbela fosse viva

Se Florbela fosse viva

um diálogo poético entre minha alma e a dela


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Se Florbela fosse viva,
eu sentava-me a seu lado,
com os olhos feridos de ausência
e as mãos ainda cheias de amor.

Dizia-lhe:
— Florbela, eu escrevo como quem chora,
mas ninguém me ouve, ninguém me lê.
E ela sorriria com os olhos tristes,
e responderia:
— Também eu escrevi assim.

Se Florbela fosse viva,
ela tocava o meu peito com a palavra,
e dizia-me que ser poeta
é amar no impossível,
e morrer de cada vez que se ama.

Eu mostrava-lhe o meu poema,
aquele onde o olhar beija antes do corpo,
e ela dizia:
— Esse verso é teu, mas podia ser meu.

Se Florbela fosse viva,
eu não estaria sozinho nesta dor,
porque ela saberia dizer o nome das feridas,
e bordar esperança nos lençóis da alma.

Mas não está,
e talvez esteja.
Porque quando escrevo e tu lês,
quando sinto e tu sentiste,
é ela que caminha entre nós,
vestida de saudade e luz.

Se Florbela fosse viva…
seríamos três:
eu, tu, e o amor que nunca morre
porque vive —
nas palavras que não esquecem.

Bruno Alves 

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Isto é poesia

Isto é Poesia

O que acho da minha poesia?
Acho-a brilhante.
Honesta.
Sincera.
E se é isso que sinto —
então isto é poesia.

Porque vem do meu eu verdadeiro,
e brota dessa ligação com o invisível,
com o outro lado que escuta sem julgar,
com o coração que me responde quando escrevo.
Isso — essa troca — é poesia.

Não preciso de moldes,
nem de vozes que me digam “como deve ser”.
Porque a poesia que escrevo é o que sou.
E se sou inteiro, se sou real,
então escrevo como quem respira,
como quem ama, como quem existe.

Isto tudo…
chamamos-lhe vida.
E eu quero viver isto.
Quero escrever isto.
Quero ser isto.

Porque mais do que palavras,
eu escrevo presença.
Mais do que versos,
eu entrego verdade.

E se me perguntarem o que é poesia…
respondo:
É o que acabei de sentir agora.

Bruno Alves 

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Silêncio

Silêncio

O silêncio não é nada,
ele é tudo.
Estou em silêncio
e por isso
sinto tudo.

Sinto tudo porque
sofrer é dor
que dói sem dizer.

E a cura...
é ferida
que dói
mas sem querer.

Bruno Alves 

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Se for amor eu voltarei inteira

Se For Amor, Eu Voltarei Inteira

Se tu soubesses o que carrego no peito,
o quanto doeu te ver calmo enquanto eu tremia por dentro…
Talvez entendesses que não era desamor —
era medo.
Era confusão.
Era eu, perdida em mim mesma,
enquanto tu já sabias quem eras.

Fui embora, é verdade.
Escolhi caminhos que não me escolheram.
E hoje, com este olhar triste que te busca em silêncio,
sinto o peso do que perdi:
um amor raro,
um porto seguro,
um homem que me amava com os olhos, mesmo em silêncio.

Mas eu sei…
Não basta olhar.
Não basta sentir.
É preciso coragem.

Por isso, se for pra voltar,
não voltarei pela metade, nem em silêncio.
Voltarei com palavra limpa,
com pedido de perdão onde for preciso,
com atitudes claras,
com olhos que não apenas brilham — mas agem.

Deixarei o orgulho na estrada.
Desfarei os nós do passado.
E se tu ainda me vires com amor,
quero que saibas:
não quero recomeçar de onde paramos —
quero começar de onde nunca fomos.

Mas para isso…
Preciso fazer a escolha que antes não fiz:
ficar.
Cuidar.
Construir.
E merecer.

Se for amor, eu voltarei inteira.
Não por saudade —
mas por verdade.

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Ainda sinto, mas sigo

Ainda Sinto, Mas Sigo


Ainda me lembro da forma como tu me olhavas,
como se eu fosse a casa onde a tua alma descansava.
E, por um tempo, eu acreditei que era.
Talvez ainda acredite, quando as noites são longas demais.

No outro dia vi-te! e os teus olhos ainda sabiam o caminho até os meus... 
Eles brilharam. Eu senti.
Mas calei — não por frieza,
mas porque o silêncio me pareceu mais seguro do que o risco de abrir o peito novamente. 

Te ignorei…
Mas a verdade?
Ainda sinto falta do amor que me davas.
Da forma como me beijavas e dizias o meu nome.
Do jeito como te preocupavas e cozinhavas mesmo sem saber como demonstrar.

Sinto falta, sim.
Mas aprendi a não confundir saudade com destino.
O que tivemos foi bonito — e foi real.
Mas foi também partido. E escolhido. Por ti.

Hoje, mesmo com essa saudade discreta,
prefiro seguir em frente sem esperar respostas.
Porque às vezes o amor verdadeiro não é o que fica.
É o que ensina.
É o que marca.
É o que dói, mas transforma.

E se algum dia leres isso, quero que saibas:
eu amei.
Amei como poucos amam.
Mas agora amo a mim o suficiente para não voltar onde já me perdi.

Vai em paz.
Eu ainda sinto.
Mas sigo.

Bruno Alves

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Doce telefonema

Doce telefonema 

És um doce
Ah! Um doce daqueles cheio da tua voz
Um doce sem casca rija
Suave e com um gostinho a amor. 

A sensação de viver torna-se agradável por te ter
E a vida de tão dura que é mais nos aproxima... 
Ah! Que tão bem me sabe 
a brisa que estou a saborear e me faz sentir a viver!

É rara esta hora e certa a realidade
De tão cruel que é a maldade
Que até se faz a alegria de morta
De, meu amor, de tanta saudade!

Bruno Alves 

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O meu mundo

O meu mundo

 

Existe outro mundo

Um mundo cheio de sorrisos

Cheio de luz e de paz

Sem intrigas nem desacatos 

 

Um mundo onde amor tem valor

Onde reciprocidade é crença

E tudo é plenitude

Esse mundo existe no fundo de mim

Vive em forma de calor nas minhas mãos

Na suavidade da minha pele

Na luz do meu corpo á minha presença 

No amor das minhas palavras 

Nesse meu mundo só meu

Cheio de amor próprio e eu.

 

Bruno Alves

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Ao almoço

Ao almoço

Sinto-me com fome
E vou ao restaurante de costume
Porque servem amor
E isso é boa comida.

Não fiz reserva não ligo importância a isso
Comi sopa da pedra
E no momento sonho...
E á mesa penso a sorrir 

Pago sem me chatear
Porque amor não tem preço
Nem estas coisas simples
Vividas em segredo...

Bruno Alves

 

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Veneno

Veneno

Quando há uma ferida
E alguém faz a cura
Existe amor
E desfaz essa dor.

Onde há veneno não há nada
O que existe deixa de ter vida
É veneno, é corrosivo, é feio
Destruidor, sem Amor, distante.

Se não existe amor
Beijos e calor é veneno a ser injectado
É uma fome de uma alma venenosa
que mata até quem o produz. 

Não existe lugar nenhum
Nem ninguém que o cure
Onde esse veneno infectou
Só o Amor é a cura.

Bruno Alves

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Os nossos olhares

Os nossos olhares

O que os meus olhos vêem
nas cores dos teus?
são sabores!
E nos meus olhos sou eu
São da cor daquilo que eu vejo,
São feitos de quem eu sou
O que dou e onde andei
E o que vejo se beijo
Beijo com os meus olhos primeiro...

Se os meus olhos fossem de vidro nem choravam
Nem te tocavam
Nem te falavam
Eram um vidro apenas
Dois cacos frios dispersos e um grande vazio
Sem profundidade
Sem emoção e brilho
nada naturais
Nada diziam, adoravam ver ou te falavam
eu tenho um
olhar
E tu tens o teu
Puro e belo
Ambos impossíveis de esconder

Quando os meus e os teus
Se olham
Se juntam
Sorriem
Tocam-se
Beijam-se
Porque se olham
Se vêm um no lugar do outro
E vibram nas mesmas palavras, sobre a mesma cor
Na mesma tarde
Livres e atentos
Um ao outro
No mesmo lugar
Na mesma alegria por estar ali

Onde ambos existimos em razão
E nesse amor
No sabor dessa nossa magia
Curas-me a dor
Se me tocas nessa ferida
Onde te queres perder
Podes te apaixonar, encontrar o amor
Que o vês nos meus olhos
E podes me amar
Em silêncio e no olhar
A cor, a luz e as palavras são a chave
Para o meu coração

Este momento
Com o nosso gesto
Com a tua atitude
Na tua presença e da minha
Juntos
Onde perdemo-nos
Onde tu estás lá
E queres estar
preferes estar
Onde me beijas com o teu olhar
Lindo
Esse lugar onde me chego a ti
Onde te beijo
Onde te quero beijar
Onde me amo e te quero amar.

Bruno Alves

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O cais

O cais

Vou ao cais sentir a brisa
Sentir a camisa cheia de vento
Sentir se a brisa hoje é alegre
E saber a alegria que eu lhe levo

Saboreio o cais se vou alegre
Se não for alegre saboreio a vida
Se a vida é o que lhe levo? 
O que será depois da partida?

Não quero viajar, quero ficar
Quero ficar em terra com a vida
A que tanto amo e me inspira
Para depois voltar ao cais para lhe contar...

Bruno Alves 

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Às vezes

Às vezes o que mais importa é saber
que os nossos sonhos são coisas
que nos fazem sentir quem somos, se cumprimos vemos que afinal o que sonhamos era ilusão e que sempre fomos quem sempre sonhamos ser e ter ...

O silêncio de pequenos momentos
E o pensamento mais perto do coração
Sabem decifrar códigos daquilo que não só as mãos sentem e dizem
Mas o que a nossa alma faz dentro do nosso corpo.

Bruno Alves 

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A luz do mar

A luz do mar

Vai ver o mar e fala com ele 
A luz do mar está em acreditar
Em aceitar e em ser humilde
E o amor é amor e não é nada. 
Porque ele é simples, é raro e é leve! 

Vai ver a luz do mar...
E diz-me o que ele perdoa
Em ouvi-lo e admira-lo 
Se tem luz e se leva o que magoa.

Levamos-lhe silêncio
E ele traz-nos paz
Indiferente dá-nos isso,
E isso é luz... 

Ele está lá
Não nos esquece de nos iluminar
Ele tem um segredo
Tem uma luz
Que está na luz do mar...

Bruno Alves 

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Não me escrevas

Não me escrevas 

Pensa e espera,
Não me escrevas nada!
Nem te intedeies com o tempo
Ou finjas o que não queres...

Prefiro que me olhes
E o minuto ser íntimo e natural...
O teu olhar falará sempre mais
do que o que possas pensar em me dizer!

E pelo meio de muita conversa
Podemos começar a conversar...
Sentirás respeito e confiança
E a verdade ou ficarmos a conversar.

Mesmo que não digas nada,
Verás se o meu olhar se dispersa
Na insignificância das palavras
Ou numa falta de sentido. 

Se me quiseres escrever, fá-lo bem! 
Te ombrarei se for preciso, 
E depois de te ler irei fazer o que sempre fiz...
Amar-me.

Bruno Alves 

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O beijo da lua

O beijo da lua

Momentos podem ser astros
Que aquecem o coração
Podem ser mágicos
E o frio ser ilusão.

Onde brilham livres as mãos que não fingem,
Pelos reflexos de amor imortais
Que muito dizem
E nós nestes olhares, os reais.

Onde a lua sem exitar
Desceu para me vir beijar!
E beija-me o desejo desse momento
De sentir a luz a brilhar cá dentro... 

Bruno Alves

E vibra-me esta música: André Sardet - quando eu te falei em amor

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A minha companhia

 

A minha companhia

Vago, mudo, surdo
O sentimento curto, frio e gelado
Paira seco e vazio hoje na tua toalha
Que não tem luz nem é acendalha.

Marca rija, ferida má, ontem feliz
Hoje escrevo isso sem querer
Sou assim, vivo, disso!
em paz, na glória e do ser
Une, coze e ilumina uma bela tarde e noite a belíssima companhia...

O que vai dizer de mim a falta que faço a alguém?
Se essa falta, a minha falta, a que tanto que faz e te faz falta
Se pouco, tanto, muito eu quis...

A companhia não faz falta sem o amor
Nunca se finge nem se mente! 
Porque o corpo sabe
O que o coração sente.

Bruno Alves 

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A pensar em ti

A pensar em ti

Quantas vezes nem oiço nada
Por estar a pensar em ti
Ou no nada em que me deixaste. 
Que fico alheio a tudo como numa insónia. 

Sinto tanto, falo tanto em tão pouca coisa que falo
Que sinto muito o pouco que digo e acerto
Eu falo muito eu sei
Mas se não for materialista
Serei poeta. 

Assim passeio comigo mesmo sosinho
Mas nem isso eu consigo
Penso em ti até quando não estou contigo
Mesmo assim isso já não importa. 

O que é energéticamente bom?
A energia do sol ou a da sombra...?
Hoje que chove e me entristeço
Como uma terra seca, terra que apaga o fogo 
Se tudo ardeu porque  penso em ti, no verão e nas tardes longas com beijos teus...? 

Bruno Alves 

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A estrada de Coruche

 

A estrada de Coruche

Vou pela estrada mágica
Saboreando a hora abundante
Respiro o ar fresco de sonhar
Onde espero lá chegar...

Conduzido pela vida e as propostas do meu ser,
não tarda o sonho me sorri! 
E ninguém o espera
Porque eu não o espero. 

Das minhas escolhas escolho inteligente
O meu poder foi um laboratório
A idade será sempre um amadurecer
Onde hoje sinto o meu carinho um carisma e ás vezes um grande sentimento. 

Bruno Alves 

Saiba mais…
CPP