Posts de Carlos Manuel Correa da Silva (872)

Classificar por

No colo da Rosa

A página em branco se engrandece frente aos meus olhos
Agrega-se com o hipnotizante silêncio da música
Pesam as pálpebras que desobedientes (?)
Aproximam suas margens
Lá se vai o que é próprio e o que antes era alvo
Transforma-se em noite
Noite estrelada dos bandolins

E o ar se torna um delicado de moléculas quase róseas
Etéreas
A textura das pétalas em meu rosto
No abraço afetuoso de suas folhas
Ah pude sim deitar em seu colo
Perdido no afago suave
Quando pude regá-la com minhas próprias lágrimas
Não encontrando uma palavra que definisse o momento
De inigualável sentimento

E aí entendo porque do lado de cá tentamos

Inutilmente definir o que é amor
Os que mais se aproximam trazem nos lábios
Segredos que apenas quem é mãe pode dizer

Porque existe um estado onde o amor
É simplesmente....o amor
A realidade a essência do que ainda não compreendemos
A pureza do coração da chama que caminha pela noite


Não existem paixões não há lugar para as vicissitudes
E a madrugada observa com admiração os vaga-lumes
Pequenas fadas que nos fazem sorrir iluminando nossa mente
Em doces inspirações que julgamos serem nossas

Mas as estrelas devem dormir
O sorriso precede o afastar das pálpebras
A folha agora exibe seus rabiscos
Sentimentos que compreenderemos
Quem sabe ...
Através de nossa própria evolução
Aqueles momentos de vida real
Entre cada última expiração

Bom dia Girassol...

Saiba mais…

Quando choram as guitarras...

Permanecia sentado sobre à banqueta
Os pés molhados pelo vai e vem das carícias do mar
Notas que imploravam ao poeta
Amor esperança ou quem sabe ousadia

Olhava ao alto
Não haviam estrelas
Assim acreditava
Os astros haviam sido esquecidos

Assim imaginava
Nuvens e relâmpagos calaram as rimas
As sombras abraçavam à escuridão
E era assim que tudo via

Nas ruas choram as guitarras
Flautas amargas guiando corvos e cobras
Lá fora uivos de sentimentos sem acordes
Cordas escolhendo seus corpos e cartas

E ouvia obsediado a cada voo na noite...
Olhe ao seu redor
Não existem mais canções de amor
Seus dedos estão congelados
Já não existe amanhã

Mas um Homem caminha
Nas costas sonhos e magia
Era diferente da maioria que o cercava
E lembrou rapidamente de quando os tinha

Num ágil movimento
Quase reflexo do que ainda existia
Conseguiu perguntar
Como chegou até aqui?
Nunca desisti
Como consegue ouvir a canção?
Como consegue ainda ter inspiração?
Mantive acesa a chama em minhas mãos

Mas não entendo sempre acreditei
Acreditar meu querido é diferente de ter fé
A fé é a certeza que existe dentro do coração
Mesmo que adormeça
Essa você nunca perde
Mas a crença pode muitas vezes ser manipulada
Pelos vizinhos que você mesmo atrai

Olhe para dentro
Peça perdão traga lá do fundo
Uma sincera oração
E recomece cada passo
Agora na correta direção

E por entre as nuvens sorriu o luar
Das teclas aquecidas renasceu a melodia
Na verdade eu diria despertaram as canções de amor
E invadiram a madrugada brilhando sob as estrelas
Nas serestas que trouxeram a doçura no olhar em cada janela

E a música se espalhou lembrando quanto é importante
Manter acesa a chama que está em sua mão
Um pequeno pedaço do fogo no infinito universo
A grande fogueira chamada Fé
Que nos guia pelos longos labirintos
Trazendo a certeza do encontro de Planos
Cada vez mais elevados
Basta pra isso que tenhamos atitude
Seguindo as notas da infinita partitura da Música de Deus.

Fiquem com Deus
Carlos Correa

Saiba mais…

Noite de arco-íris

Aonde estaria eu naquele momento?
Tanto tempo caindo talvez tivesse esquecido
A direção contrária das imagens e oportunidades perdidas
Certamente ainda muito longe de onde deveria
E mais ainda de onde gostaria
Aonde eu estaria naquele instante?
Se eu abrisse os olhos, será que eu lembraria?
Se eu tirasse o capuz conseguiria olhar para mim mesmo?

Fechei os olhos clamei ao vento
Leve-me contigo não quero esperar por mais outro dia
Seja minhas asas permita-me...voar
Ali nascia uma amizade diria quem sabe cumplicidade
Sonho e ousadia
E eu pude ouvir pela primeira vez o que ele me trazia
A lição inicial chamava-se humildade

No carinho das nuvens pude reconhecer do que são formadas
Ali encontrei tantas lágrimas evaporadas
Pude ver as minhas
E o vento me confidencia que nas chuvas ou no orvalho
Elas retornam ao nosso encontro
Trazendo as respostas que ainda não aprendemos a compreender
E o conforto e agradecimento pelas que levaram alegria
Em minhas mãos gotas que representavam antigas dores
Lágrimas que a misericórdia de Deus transformava em aprendizado

Lá em cima era atingido pelo aroma das flores
Pelo perfume de tantas
Poesias e Poetas
Pelo brilho dos olhos de cada criança
Miados e latidos, a revoada de pássaros por sobre a maresia
Pela segunda lição que o vento me trazia

Lembro que na infância as nuvens me divertiam
Eram aquelas imagens que invadiam a mente fazendo-nos sorrir e criar
Hoje posso senti-las novamente
Talvez uma diferente melodia me fazendo entender a importância do perdão
Ah perdoem-me então e por trazer novas lágrimas
Mas é tão linda essa canção que toca diretamente em meu coração
Acho que é a “sua canção”... e pude perceber que o vento sorria

Já anoitecia se aproximava a tempestade
Tolo me encolhi e quase despenquei
E compreensivo o vento que agora corria
Me tranquiliza e faz entender mais uma outra lição
Que a bondade de Deus possui diferentes formatos
Nós é que ainda não alcançamos
E acabamos por não entender a verdadeira razão da tempestade
Numa rajada ele tenta me mostrar a importância da caridade

Ah como eu queria acreditar que aquele arco-íris era real
E porque não seria? Alguém pode questionar
Talvez porque já tenha chegado a noite diria...
O que há no final de seu caminho? Ouso perguntar
Nem ouro nem prata
Ali se encontram apenas virtudes
O resultado dessas e de muitas outras lições que aprenderá com o tempo
No longo Caminho que tem pela frente por sobre essas 7 cores

Quando cheguei até você não sabia onde estava
Apenas o desejo de não mais continuar caindo
Amanheceu meu jovem
E por isso eu vim
Olhe ao lado os lampiões já se apagaram em respeito ao novo dia
Ele começa quando cada um decide acreditar
Confie em você
Não tenha medo dos temporais agora já sabe
Refaça cada passo e fique atento as inúmeras oportunidades que surgem
Em cada abençoado amanhecer

E o vento delicadamente
Como se usasse as próprias mãos
Me põe de volta ao chão
As folhas molhadas do orvalho que me acompanha
Me trazem na memória o conforto das nuvens
E a certeza de que depende exclusivamente de mim
Chegar a ser ao menos um pequeno grão de mostarda
Deus abençoe a cada um de nós

Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=0b3rzv4TwWE

Saiba mais…

Na direção da noite

Olhar na direção da noite
Traz paisagens e conceitos divergentes
Um quadro negro desenhado de astros ao acaso da matéria
Ou quem sabe levantando o véu
O turbilhão de estrelas do que eu acredito
Ser a verdadeira realidade que nos aguarda
Um movimento de energia que por mais que pareça desorganizado
Caminha em curso de instantes distintos com um só objetivo

Crenças e decisões podem variar
De acordo com os sonhos e o livre arbítrio de cada um
Mas independente do que acreditamos
Temos a obrigação de respeitar os que dividem este espaço conosco
E é tão difícil nos despirmos de todo esse orgulho e egoísmo
Que nos leva a ferir até mesmo quem dizemos amar

O que sobra então aos inimigos?
Aqueles que fazem questão de mostrar que sabem
Onde está o nosso centro da dor
E devolvemos com o ego arroxeado e vitimado as agressões
Em palavras, gestos e ironias

Não, dar a outra face não significa
Que devemos andar de braços dados
Com quem não temos afinidade ( ainda)
Dar a outra face revela de forma brilhante
Que em nada útil se reverte a vingança
Pior ainda a calculada revanche
A dor que me foi causada é só minha
E não deve ser devolvida

Se entendêssemos que a vítima de hoje foi o algoz de ontem
Que o verdugo do dia anterior é o que hoje chora
Talvez assim fosse mais fácil entender
E ninguém me convencerá que violência não gera violência
O perdão é muito mais afiado e eficiente que qualquer fio de espada

Aprendamos a ser humildes
Conheçamos qual é o nosso papel em meio ao turbilhão
Porque certamente temos um
E peço a Deus que mantenha nosso olhar aberto na direção da noite
Rogo mais, imploro que nos mantenha fortes no caminho até ela

Mas de nada valem palavras enquanto um conjunto de letras
Elas apenas serão realmente sinceras inspirando o sopro da vida
Quando transformadas em atitudes
E aí sim a poesia do que somos preencherá a madrugada
Apontemos a nossa mais rigorosa crítica
Na direção de nossa própria luz

Sejamos poetas então....

Carlos Correa

Saiba mais…

Inspiração

Há um momento que o coração para
Não conseguimos mais trazer de fora
E naqueles milésimos que antecedem
Não entendemos como ali chegamos

Cada um de nós chega neste palco
Trazendo objetivos planos e anseios
Dores culpas pedras a serem partidas
Quando aqui chegamos esses nomes
São redesenhados agora chamam-se

Sonhos

Mas trazemos também
Um certo grau de loucura
Cada um com a sua própria
Frutos de insistentes erros
Insanidades cantadas em refrão

Descuidamos esquecemos
E ali está ele disfarçado
A mágoa incentivada e regada
Ganha força pede bis
O ódio assume a canção

Aqueles ramos de loucura crescem
Desequilibrados agora pelo efeito
Sem direito e sem cartilha
E o que resta a partir fica pela insônia

Na vida não há mais Poesia
Sequer lembra-se que um dia ali esteve
Uma pessoa sadia deixou-se levar sem resistência
Talvez reste apenas a ausência já não importa
Como machuca a solidão

Que fiquem os sorrisos esquecidos atrás da porta
Antes do adeus não haverá qualquer festa
E fica na lembrança a vitória do ódio e da descrença
O bilhete premiado sem ruídos e sem vento
E você morre de fato um pedacinho a cada dia

E dói...

Mas há um momento que o coração quase para
Já não são suficientes as respostas fabricadas
Desejamos mais desejamos entender
Desejamos viver um pouco mais a cada dia

E em resposta o que encontramos?
Um sol atrás do outro e recebemos mais golpes
Firmes e repetidos incessantes

E um dia despertamos
Cada golpe cada ferimento chama-se agora conselho
Na verdade um presente que vem ali do outro lado
Para cada um de nossa gente

E o recado é urgente: Respirem


Redefinam prioridades
Lembre-se do que são feitos seus sonhos
Não iremos a lugar algum
Não enquanto insistirmos em não ver
Enquanto não entendermos
Que por trás do verdugo há uma flor
Que sem perdão não encontraremos o amor

Permitam-se por favor serem abraçados
Seu coração não tem de ser vazio
Permitam-se cantar permitam-se ser amados
Deixem de lado o compromisso assumido
Com o medo e com o orgulho
Baixem a guarda nunca estiveram sozinhos
Emocionem-se e namorem!!!!!

Há um momento que o coração para
Não conseguimos mais trazer de fora
E naqueles milésimos que antecedem
Podemos olhar ao alto fechar os olhos
E sorrir
Estamos voltando para casa...

Fiquem com Deus

Carlos Correa

Saiba mais…

O Piano e as Estrelas

Não foram poucas as vezes que desejei voar
Que tentei mudar ser o que não era de verdade
Fugir do que não era minha raiz e sorrir
Ignorar minha própria sensibilidade

E foi o piano que ajudou-me
Foi o piano azul que ajudou a reconstruir-me

Existe um anseio quase uma certeza
Mesmo que me chamem de teimoso ou insano
Sei que por debaixo dos restos
Existem sorrisos existe o amor como eu o imagino

Por que não posso sonhar com a simplicidade?
Será mesmo necessário o luxo das gargantilhas douradas?
Chamem-me de louco por refletir insanidades
Mas não me acusem de não reconhecer o amor

Estas teclas reacenderam as velas reacenderam os sonhos
As chamas que sempre fizeram vivo meu coração
E talvez novas lágrimas mas ainda assim é sobre essa areia
Sobre essa areia molhada que consigo caminhar sem cair

Mesmo que nunca a canção seja composta por um dueto
O que importa?
Por isso existem o piano e as estrelas

Caminho de volta por essa antiga estrada
Posso ouvir os velhos grilos falantes
A doce canção das corujas
Até encontrar a velha ponte de tijolos amarelos

Pensei em deixar a canção de lado não poderia
Desisti então apenas de juntar letra e melodia

Queria ter o poder de fazer você dançar
Fazer vibrar as asas de seus olhos
Talvez isso fizesse os meus mudar de cor ou de dor
Não lembro mais as palavras quanto mais do ritmo
Não posso mesmo mais cantar
Perdoe-me as luzes se apagaram
O Vento meu amigo vento se calou

Permitam-me estrelas que me ausente um pouco
Não mais do que até amanhecer sem ceder
Tentar orquestrar esses novos dias frios e secos
Permitam-me estrelas retornar sozinho
Ao escuro de meu quarto procurando em mim

A luz que preciso para seguir
Para que eu faça sorrir
Para que eu faça sonhar
Para que eu ajude a conseguir
Que tenha a capacidade de fazer amar

Quanto a mim nessa meia noite
Que eu posso voltar a cantar
Que eu tenha meu mundo
Porque eu não preciso de mais

Que eu tenha o amor
O sorriso da velha criança
Estampado em minha dor
Fiquem com Deus.

Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=LbsGxZc1ic4

Saiba mais…

Meu amigo Mr. Blue

Aí você vai dizer com olhar estranho que papo é esse?
Tem um monte de nuvens sobre nossas cabeças

O céu azul não está lá em cima
Então não adianta levantar os olhos
Olhe ao seu ao nosso redor até os girassóis
Vieram em comissão olhe para seu coração!

Eu quero apenas que você sorria
Me deixe te apresentar meu amigo Mr. Blue
Deixe ele despertar em você a alegria
Se algo saiu errado não vale a pena desistir continue!!!

Fiquem com Deus Quer saber?
Inspira fundo e sorriaaaaaaaaa

Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=G8dsvclf3Tk

Saiba mais…

De volta ao piano

Aqui estou então
Onde pediu que estivesse
Você sabe que não me sinto bem aqui, não sabe?
Ao menos não como antes
E qual o motivo dessas flores sobre ele?

Não eu não preciso estar aqui por que deveria?
As teclas não são mais sensíveis aos meus dedos
E nem eles à elas sem sentido
Não há mais espaço para canções de amor

Precisa ativar suas memórias
Relembrar que foi exatamente aí
O local onde atendeu ao chamado do vento
Foi exatamente aí que prometeu aprender a voar

Não compreendo ainda essas palavras soltas no ar
Acredito que outros também não
Assim como aconteceu com as flores
O piano secou parece você não entender

As flores secam em três situações
Quando da terra são retiradas à força
Quando não são regadas
Ao chegar seu tempo de voltar a ser terra

Em qual delas se encaixa?

Mas aprendi que para minhas flores não secarem
Teria de regar o jardim do vizinho
E aprendeu bem
Mas como regará as dele se as suas secarem?

Seu canteiro sua responsabilidade
Terá de molhar o deles sem esquecer do seu
Ainda que seja com suas lágrimas

E qual a relação disso com o piano à minha frente?
Porque traz de volta as teclas até mim?

Sua inocência me faz sorrir
Mas também traz-me impaciência
Também tenho que aprender parece
Te agradeço por essa oportunidade

Seu canteiro é o piano
O regador as teclas
As flores suas canções de amor

Mas eu não lembro mais como fazê-lo
Isso que faço não é uma canção!
Como não?
A voz do Homem ao levar palavras de força
De esperança de conforto e Fé
Essa voz sempre será uma canção de amor

Preste atenção tape os ouvidos e ouça
Cada um deverá amar o jardim dos vizinhos
Isso é básico um papel semelhante para todos
Cada um tem esse dever apesar de não o saber

Agora para regar o próprio terreno
Fazer com que cresçam suas próprias flores
E que as novas sementes sigam ao critério do vento
Cada um se utiliza de instrumentos diferentes
Ainda que temporariamente adormecidos

Levo você de volta ao piano
Quem sabe para entender que sofrer por sofrer
Não cria música não há vocal não há melodia
Transformar sofrimento em algo útil
Está aí a canção consegue ouvir?

Perdoar meus queridos é perceber onde falhamos
Em permitir que alguém tenha nos ferido
Nossa dor só irá aumentar
Enquanto aos outros continuarmos a culpar

Agora comece a teclar
Atendeu ao chamado do vento
Então comece de uma vez a canção
Aprenda logo a voar

Fiquem com Deus
Nos vemos em breve

https://www.youtube.com/watch?v=jzjOu4Pz5UM

Carlos Correa

Saiba mais…

...de um doce sopro

Ah esse sopro que suaviza minha face
O carinho do instrumento que molha meu rosto
Transforma-o em estrada sinuosa que me escapa
E me perco nas curvas da canção do ontem
Que me lembra do fruto ainda amargo que sou

Abençoadas árvores símbolo da vida encarnada
Diferentes frutos vindos de diferentes galhos
Momentos que aqui chamamos segundos
Que ao se encher de eternidade tornam-se poeira

Alguns adocicados e coloridos
Outros ainda apodrecidos
Mas ao cair na terra da misericórdia divina
Ressurgem-se em novas sementes

E um novo fruto renasce em um ciclo que se repete
Quase eternamente como a canção que não se cala
Até que sobre o mel do orvalho amanhecem doces
Levando à terra sementes de uma nova árvore
... que agora se chama amor

Carlos Correa

Saiba mais…

Pequenas coisas

A cada dia desde o momento em que me levanto
Até o instante que reencontro-me com os sonhos
Procuro nas pequenas coisas os versos do que canto
Em uma poça ou na lágrima escondida é assim que componho

Não não que eu faça ideia do que é ser compositor por favor
Mas quando eu fecho os olhos e sinto o sabor de uma canção
Me aproximo das letras que são inspiradas ao meu coração
E num suspiro deixo que venham quem sabe assim acreditem no amor

Fiquem com Deus e um ótimo fim de semana

Carlos Correa

Saiba mais…

Rosa Cigana

Mas a estrela da madrugada insiste
Em cantar-me por campos e florestas
Trilhas por onde tão somente ela
Tem a sensibilidade diria até perseverança
De acreditar que conseguiria reencontrar

Então os velhos girassóis sorridentes
Na aventura de olhar em outra direção
Ansiosos como se aguardassem uma canção
Arrastam-me até onde consigo
Ouvir o som da queda d’água
Levando de mim distrações e medos

Seguimos por tornadas e espirais
Como se a vida mostrasse quantas voltas
Devem ser dadas na longa jornada
De se chegar a algum lugar
Ao seu lugar, à sua terra

Ao encontrar a fogueira, as flores
Soltam meus braços num rítmico
Abrir e fechar de suas coroas
Balbuciando no movimento
O que já estava em meu pensamento

Então chamo o vento e a antiga magia
Acorda a natureza morta
Os girassóis já sabiam
E por isso se engrandecem encantados

E do fogo ilumina-se a canção
Optchá!
Os troncos que alimentam as brasas
Se realinham num grande tablado e
Ao redor da chama
Quatro flamas agora dançam

Os longos vestidos avermelhados
Enaltecem suas formas
Que evaporam o calor apaixonado de seus corpos
O sapateado invade a vida
E os girassóis batem palmas

No movimento de punhos e mãos
Hipnotiza-se em magia única
Da madeira o som da alegria
E em algum tempo esquecido, do feiticeiro
Escapa um suspiro vestido de sorriso

E ao final da canção
As quatro flamas se unem à semente
Apaga-se o fogo, a madeira vira cinza
E no que foi palco da dança
...uma rosa ...

Deus vá com você.

Saiba mais…

Ousadia

Sabe por vezes tantas vezes vejo a rebeldia
Tento tento mesmo ficar em silêncio pensar
A voz do piano minha serenada e fiel companhia
Silencia as teclas e até ele começa a dançar

Eu não sei de onde vem essa mania de acreditar
De olhar a tempestade e dela compartilhar energia
De ter a certeza de que é preciso olhar para si e confiar
E que num mundo que chora e se esconde sorrir é ousadia

Então quer saber vou me permitir me rebelar
Vou levantar e ser o álibi de minha própria poesia
Agradecer ao Pai dizer à Ele conte comigo seja noite seja dia
Em qualquer hora em qualquer lugar a lição será sempre amar

Fiquem com Deus

Carlos Correa

Saiba mais…

Cotovia

Quando a caneta assume o controle da mão
Nos permitimos seguir por caminhos sem destino
Pela aventura de levitar por entre veredas de textos e poesias
Essas que nos levam a cruzar noites e renascer nos dias

E vamos de braços dados às canções e versos
Que vivem numa interseção de realidades e desejos
Já não se sabe o que é de lá ou de cá onde se está
Menos ainda o nome destas que parecem verdades

A lua torna-se porta retrato de uma face
Horas vestindo-se de sorrisos momentos de lágrimas
Não importa se existe ou não um rosto porque
Aquele momento é real nele transbordam sentimentos

Ele tem luz e seduz nossas paixões
Se esconde em garrafas d’água
Esvaziadas pela sede de um desejo
Aguarda ao sereno ser apenas recolhido

Por vezes a vontade de escrever
Outras a ânsia do insano de que aquilo
Nos fosse um dia dito ou feito em nosso nome

Por tanto tempo fiquei na praia
Quis ficar cavei tuneis e enterrei meus pés
Mas agora no meio do oceano
Percebo onde é o meu lugar

A correnteza irá querer me levar de volta
Para a mesma praia ou qualquer outra
Mas aqui no centro do azul não posso machucar
Através das correntes quentes também corre um furacão

Deixo então essa noite tão acolhedora tão linda tão minha
O escuro chamado inconsciência dos sonhos e marés
Dos ventos que me suportam e que me falam diretamente
Dos mundos que voam e que são cantados pela ave que assobia

Acordo dentro do segundo esquecido da manhã
Passo a passo rumo ao encanto da realidade do hoje
Talvez em algum desses abençoados dias será composta
Uma simples canção que leve meu nome no pio...
... de uma doce cotovia

Fiquem com Deus

Carlos Correa

Saiba mais…

Nas cordas de Harry

A verdade é que tenho buscado forças
Algo a me guiar na intensidade do que escrevo
Um a um meus heróis estão indo e
Sinceramente não sei se estou conseguindo

Trago palavras iluminadas por eles
Não por mim e quem sabe se algumas delas
Poucas que fossem aqueles versos de canto talvez
Ficassem assim apoiando meu coração fraco e sem Fé

As canções também mudaram
Já não trazem mais a magia e o choro
Parece-me frio e seco onde estão as lágrimas?
Ainda sobrevivem percebo nas cordas de Harry

Quando imagino poder respirar só um pouquinho
Viver um pouco balançando na rede feita de cordas de guitarra
Chegam-me novos medos velhos fantasmas
Tudo bem só um desabafo estou apenas cansado

Eu também sinto dor
Sou mensageiro não o escritor!
Já não sei se gira o mundo ou minha cabeça
Talvez ambos em direções contrárias (ao bom senso)

Se eu queria que a noite se apagasse?
Sim mas há muitas estrelas ainda
Precisam vestir esse velho jeans rasgado
Desfiado e marcado pelos vincos errados do passado

Por favor que o choro das guitarras
Me aponte o caminho como antigamente
Eu fechava os olhos e deixava que minha mente fosse preenchida
Pelas muitas vozes grisalhas tocando em seus fios de vida

Meus heróis estão morrendo
Meus sonhos perdendo o tempo
Eu envelhecendo e logo logo
Me tornarei apenas um instrumento

...posso deitar em seu colo só um pouquinho?

Fiquem com Deus.

Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=6SFNW5F8K9Y

Saiba mais…

Ao meu lado uma rosa...

Por quantas vezes me perdi
Em palavras que nunca encontrei?
Por quantas vezes me achei
Em palavras que nunca consenti?

Tentei não olhar de fato insisti
Mas teu brilho voga sobre meu corpo
Virtuosa seduz o espírito
Derrama o vinho e sorri satisfeita
Veste-se de esmeralda e gira
Regressa

O aroma de almíscar fascina
Dentro do circulo se espalha tempestuosa
Fogo, calor e paixão
Encontro teu caminho iluminado pelo desejo
Pincelo teu corpo de notas firmes e gentis

Dobra o tempo como se curvam as pernas
Mar e noite se confrontam
Dali escorrem estrelas
Se encontram nos lábios
Solam cordas e castanholas

Crescem as palmas
Aceleram os passos
Gira, chama o vento
Bate os pés
Deságua em meus braços
Goza em canção

Minha pele orvalhada é
Despertada ao pio que não vejo
Ao meu lado uma rosa
De um tempo outro tempo
Onde mar e noite se amaram
ao vento...

 

Carlos Correa

Saiba mais…

Por entre lobos e estrelas

Deveriam sofrer as estrelas
Ao menos inconformar-se
Calar suas luzes dar seu próprio jeito
Mas não...

Todos estão ali mendigando
A maioria pelo menos
Os apaixonados pedem a eternidade do momento
Os que choram pedem o fim do sofrimento
Em sua direção lamentos e sorrisos
Dor
Quão frágeis são nossos ternos vestidos e pelos
Puídos por nosso próprio pensamento

De fato, olhar às estrelas é enxergar o passado
Algumas nem mais estão ali
O que vemos hoje nos foi enviado muito tempo atrás
A matéria se foi mas a luz permanece em sua jornada
Talvez por isso nos arranquem suspiros entre um abrir e fechar
Um piscar de vida

Elas deveriam sofrer
Mas não...
Elas aprenderam....
Durante essa abençoada e incompreendida jornada
Elas aprenderam...

Elas aprenderam que tristeza difere de sofrimento
E elas ficam tristes por nós
Mas ao invés de derramarem lágrimas nos enviam luz
Fé esperança e acalento
Mas elas não sofrem

Entenderam do centro de sua elevação as origens da aflição
Vindas de horas passadas ou tempos esquecidos
Todas justificadas e necessárias
Único caminho até estreita porta

Mas onde estão os lobos?

Eles sabem bem disso
No seu enorme amor
Se lançam de encontro
Mas esquecem que suas garras causam dor
Fazem sangrar
Tornam-se impróprios

E uivam solitários na direção das estrelas
Simplesmente porque não sabem abraçar
E erram e machucam e de novo e mais uma vez
Quem disse que os lobos não sabem amar?
Mas eles machucam...
Talvez não saibam
Mas trazem a consciência dolorida

E elevam seus olhos não à lua mas às Estrelas
E retirando força do medo que tem
Uivam para que elas os escutem
E passados minutos de carinho da luminosidade que elas emanam
Eles agradecem lembrando que o Caminho ainda é muito longo


Mas dure o tempo que for
Doe o quanto doer
As Estrelas aprenderam o que é o amor
E estarão sempre ali
Acompanhando e guiando nossos passos


E por entre lobos e estrelas fica o amor
A vontade de aprender
De agradecer

Obrigado a cada uma de vocês...
Fiquem com Deus.

Saiba mais…

O Pássaro e o Vento

Por tantas vezes estive aqui
Nesta mesma posição
Taça suada
Lágrimas do vinho

Por tantas noites pousaste no peito
Por tantas madrugadas
Levaste promessas de vida em
Asas cansadas

O vinho já não é tão doce
Risca a boca
Já não sei se pousará de novo
Campos tórridos, terra infértil

De certo existam outros
Você merece voar
De encontro aos sonhos
Aqueles que a vida ainda não sublimou

Enquanto estiver voando
Por tantas vezes estarei aqui
Nesta mesma posição
Terra ressecada .marcada
Pelo batom de seus lábios

Mas se o vento aqui soprar
Trazendo meu nome em seu chorar
Não haverá nada nesse mundo
Que me impeça de te achar
Porque assim é a música que sei cantar
Sim! Eu ainda saberei voar

Não há rio que atravesse
Não há montanha que caminhe
Não há palavra que não se cale
Não há espírito que não se curve

Enquanto não chega o vento
Estarei aqui
Na mesma posição
Peito aberto esperando que pouse
Terra molhada, campos verdes
Rolha seca sobre a mesa

Sopra o vento em algum lugar.

Deus nos abençoe

Carlos Correa

Saiba mais…

O Toque das Estrelas

Focado em letras cuidando em não desviar a atenção
Sem no entanto perder-se do que gira em torno do dia
Sinto no entremeio da madrugada o toque das estrelas
Trazido pelo carinhoso vento que zelando em não assustar
Transforma-se em brisa pouco antes de me despertar

E olhamos ao alto da noite onde elas agregam-se em receber
A satisfação pelo momento de profunda emoção
E o que há decorando o céu não são apenas simples astros
Diria ver gritos delicados, sutilezas da vida
Sorrisos e lágrimas, canções boreais colorindo
Essências palpáveis de infinitas súplicas
Medos em emaranhados de desejos e arrependimentos

Entenderemos cada um ao seu tempo
Nossas virtudes são conquistas adquiridas
Pedras e tecidos apenas empréstimos
A serem incontestavelmente entregues
Quando chega a noite

E deveríamos preocupar-nos com o muito que temos
Embebedamo-nos de orgulho exibindo ao centro da sala
Os dourados troféus arrematados nos jogos da vida
Lembremos que quanto mais nos é emprestado
Maior será o valor a ser devolvido

No início do Caminho já dizia uma delicada estrela
“Ame! Trabalhe! Confie! Perdoe!”
De nada vale uma palavra sem a atitude que ela projeta
De nada vale um coração se não temos algo para doar
Que se afaste a frieza e que se estenda a mão
Abandone o orgulho e abrace o perdão

E eu agradeço de todo espírito que sou
Às Estrelas que me despertaram
Que me ensinaram a reler as boas novas
Que guiaram-me de volta ao caminho
Tentando com todo empenho ser no hoje
Um pouquinho melhor do que fui no ontem

Fiquem com Deus

Carlos Correa

Saiba mais…

No olho da tempestade

Dizem que os olhos claros
Escondem saudades através do canto
Se o azul significa tristeza eu não sei
Se os verdes acalmam emoções talvez

Margeando o cinza ficam as verdades ocultas

Por detrás deste mar horas bravio minutos doce
Só reconheço a vontade de ser algo melhor
Navegar nos rios plácidos da simplicidade
De fazer minha consciência um bom lugar

Onde possa deitar e viajar

Não culpo a qualquer um que tenha passado
O que é de minha autoria meus arrependimentos
Aos poucos vão sendo substituídos um a um
Por trabalho e perdão auto perdão

Ninguém conhece os sentimentos dos outros
Imaginamos mas poucas vezes nos colocamos ali
Até o momento que ultrapassamos o arame farpado
Aquelas defesas que envolvem cada olhar azulado

É possível que se encontre muita coisa de errado
Tantas que foram deixadas de lado
Ainda muitas esquecidas ou melhor dizer escondidas
Só não encontrarão raiva ou rancor

Orgulho e vaidade infelizmente sim
Mancham minhas paredes em seu fétido bolor
Vivem dentro de mim ainda me sussurram
Mas lembro da dor e os afasto por um tempo

Impressionante a total insanidade que
Pode circular atrás de alguns olhos azuis
Mas há sonhos e canções muitas canções
Há uma fonte onde são produzidas as lágrimas

Essas gotas de minha madrugada
Fazem o papel de ponte entre meu mundo
E aquele que vive lá fora onde não encontro
A proteção que ainda necessito entre os segundos

Percebi que o mundo mudou nessas últimas décadas
E aí olho para mim e noto que eu também mudei
Mas então melhor ficar aqui deixa assim
Por trás dos olhos claros que dizem esconder saudades

Alguns insistem que deveria ter ousadia
Atravessar junto às lágrimas aquela ponte
Sair da fonte e me encontrar neste lugar
Onde poderia escrever novas canções ou poesias

Quem sabe...acho que não!

Não quero em hipótese alguma
Que as linhas destes versos azuis
Sejam confundidas com flertes
São apenas desejos de criar sorrisos

E por entre dúvidas e duendes
Posso dizer que atrás dos olhos cadentes
Há apenas um oceano infinito de sentimentos
Que ficarão ali guardados dentro da canção

... um dia talvez serão levados pelo vento por escolha ou quem sabe por um ladrão

Fiquem com Deus.

 

https://www.youtube.com/watch?v=8IEQpfA528M

Carlos Correa

Saiba mais…
CPP