Posts de Carlos Manuel Correa da Silva (865)

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Estrela Cigana

Eu consigo ouvir durante as noites
Através do som que propagam as estrelas
O relincho dos cavalos negros
Cruzando o entardecer e saltando
Por entre diferentes crepúsculos

Suas patas na sabedoria dos passos
Elevam partículas de água doce
Que ao tocar meus olhos
Dobrando a ampulheta
Transformam-se em gotas salgadas
De uma lembrança que não tenho
Mas que encontram a caravana

Perdoe-me inspiradora dama
Mas são as estrelas que vejo
Todas as vezes que fecho meus olhos
Aquele momento em que temporariamente
Meu espírito se liberta e vai de encontro
Ao seus próprios desígnios
Buscando forças para manter meu corpo
Fiel aos propósitos que tenho de obedecer

E nos poucos anos luz que consigo acompanhá-lo
Recordo que o que passamos hoje
Na maioria das vezes é por nossa própria decisão
E o que nos causa medo e ansiedade é tão pequeno
Frente à imensidão das estrelas

E vejo as flechas que tenho a esperança
De começar a aprender a manusear
Uma vez lançadas podem até não atingir o alvo
Não por mudar seu trajeto
Talvez porque um anjo intua-o a se mover
Ou ainda por cegar os olhos de quem as lança
Se assim o desejar
Mas nada impedirá seu desdobramento em espelho
E retornar...

Clarões e trovões me despertam
Me fazendo cair por entre os diversos
Mundos que agora admito existir
Mas uma estrela me ampara

Sim eu reconheço o brilho de seus olhos no meio da noite
E então começamos a dançar
Outras chegam outro ritmo outras ampulhetas
Vestidas em suas saias rendadas e coloridas
Brilham e sapateiam sobre o grande tablado
Chamado universo

No meu mundo aquele espetáculo
De música e magia
É traduzido por trovões e relâmpagos
Até que caia a tempestade

Mas a chuva não dura pra sempre
E a estrela que zela por mim
Me entrega um pequeno pedaço de madeira
Pouco antes do final da canção
Para que nunca se apague o fogo de minha fé

E tenham certeza
Cada um tem suas próprias estrelas
Espíritos afins
Que cuidam zelam oram e inspiram
O caminho que nós mesmos escolhemos
O meu uma cigana
Quem será o seu?

Carlos Correa

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Alcatraz

Three, two, one...

Wake up little bird
I'm sure you're there
I listen to the sound of metal chains
Coming from distant lands

I watch you walking in the rainy street
Like an old black and white
Instead of running on a sunny road
you know where you're going to, don't you?

One day you'll learn
One day you'll smile at the world
The afternoon will arrive, you'll slip
And I'll be there to hold you in my arms
you'll believe in love again

Stumbling happens, mistakes were made
By me, by you, by everyone
I get that
But there's much more than this in life
The water's light and quenches our thirst
But blood is thicker and holds us together

So move these old images out of the way
Free yourself from those chains that are hurting you
I've heard the sound from the sad lands
You were taken from your dark nest
It doesn't matter
Now you have a new one
One where you're the queen

I guess you don't believe it right now
So I sat down and wrote these words
When notes become letters
And now I can say
Your name is gonna be the last song I will play

 

Carlos Correa

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Piano da Arte ( em outros tons...)

Em algum momento se acendeu a centelha escarlate
Velhas canções cultuadas em antigas percepções
Trazendo sentimentos novos
Diversificando-se em diferentes versões
De mim e do que vejo

Acaso ou missão?
Graça ou insanidade?
A memória constrói uma ponte um vínculo
Onde ela e a intuição atravessam juntas
Por uma corredeira de lembranças
Mágoas sorrisos e andanças
Não trago comigo a saudade
Apenas deleitosas imagens

Cenas e faces se agregam em odores
Gatilhos que despertam a memória
Sem licença ela te envolve no sorriso roubado
Ou te fere arrancando-lhe a essência da flagrância

Mas a arte nos brinda em cálice de vinho
O poder de encantar a poesia
Sem qualquer necessidade
De caminhar ao lado de Lucy
Em seu céu envolto de diamantes
Na estrada de tijolos amarelos
Temos a canção que nos droga
De forma limpa por dentro da mesma viagem

Arrisco então em insistir em escrever
Em plena luz do dia longe dos braços da madrugada
Em minha própria presença
Danada esta ousadia

Eu lhe fiz pelas lágrimas da chuva
Te moldei pelo barro da irmã terra
Sequei-te ao fogo de minha loucura
E te devolvi como brisa que impulsiona
A neblina que envolve seus olhos

No meu sonho quando ouvir o pio da coruja
Anunciando que a hora se aproxima
Quero deitar sobre a cauda do piano
Criar a melodia e fundir-me a música
Essa misteriosa poesia

Junto ao som da flauta
Sentir o compasso pouco a pouco diminuir o seu volume
Ser recebido pelo cortejo das corujas
E partir...de volta ao fogo
Na esperança de ser acolhido
Nas asas do grande condor.

Deus nos abençoa todos os dias

Carlos Correa

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Rabiscos

Aí está você
Imaginei que viria
Ainda indaga, não sabe.
Papear com a lua
Qual seria a magia?

Queima a madeira
Perfume que se lança
Penas riscam a neblina
Voa, dança e desenha
Caminha... o pio, solte a linha

A ave selvagem entoa
Na esquina das profecias de sua janela
Feche os olhos não se levante
Ao tentar tocar suas asas
Lá se vai a poesia

Não se entende o que é magia
O mágico distrai a tensão
Concentre-se no aroma
Madeira. Toque
As estrelas refletem o caminho
Onde está agora?

Volte
Não se foque no coelho
Muito menos na cartola
Flutue, deslize ao atrito do vento

Dissipa-se o que foi neblina
Olhe ao alto na direção do desenho
Rabiscos de estrelas
Agora brilham pela noite
A cigarra te desperta
Conversou com a lua... e nem sequer sabia.

Deus nos abençoe
Carlos Correa

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Renovação das Estrelas

Amanhece
Choramos engatinhamos brincamos
Desde as primeiras horas da manhã
Reconhecemos a noite

Lua e estrelas
E quantas vezes esses mesmos astros
Descem aos berços balançando-os
Em seus toques de luz
No doce sabor dos fios dourados dos sonhos

À medida que crescemos a certeza na noite
Segue diferentes caminhos
Dissipa-se ou cresce permanece
Para alguns simplesmente desaparece
Ou apenas adormece

Juventude maturidade sabedoria
Conhecimento e fé
Juntos ou isolados
Por vezes divorciados

E o mundo se divide
Muitos só enxergam o dia
Não veem a noite
Após o crepúsculo somente o vazio

Outros acreditam que depois do sol
Cai o véu escurecido
Farão parte do infinito quadro negro
Desenhado pela Lua e
Como estrelas permanecerão ao seu lado
Iluminando as novas crianças
E todos aqueles que acreditam ou não
Descansando do longo ou breve dia
Onde puderam escolher suas próprias passadas

Existem aqueles que se esqueceram da noite
Decepção ódio orgulho
Culpam a Lua por lhes ter desagregado algo tão importante
E deixam de acreditar que Ela está ali
Sequer sentem as estrelas e a própria madrugada

Mas existem alguns que creem na renovação dessas estrelas
Quando o sol se põe por detrás da montanha
Tornamo-nos parte da lousa
E um novo amanhecer se anuncia
Durante o dia matéria na noite estrelas

Algumas delas pelo tamanho brilho
Não precisariam amanhecer novamente
Mas retornam na tentativa sublime de nos guiar
Outras retornam buscando apenas superar...
O que não atingiram

E se me perguntarem no que eu acredito
Respondo-lhes com a minha fé...
Admito que permaneci adormecido
Acho que sempre acreditei
Creio que a noite é eterna
E que os dias existem para alcançarmos a perfeição
E sendo assim muitos deles ainda virão
Nesse ou em outros mundos

Acredito que as estrelas falem conosco
Que já estive na noite e agora sinto o calor do sol
Calor que escolhi ou foi me posto como expiação
Que a caravana de estrelas do passado espera minha chegada
Me envia palavras de força amor e atenção
Carinho e reprovação
E ao final do dia retornarei ao eterno quadro negro
Cada vez mais próximo dos braços da grande Lua

Pelo simples fato de não acreditar
Que Deus deixaria ou desistiria
De qualquer um de Seus filhos
Tudo uma questão de tempo...
... no infinito e perfeito universo

Deus nos abençoe

 

Carlos Correa

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Tic tac

Houve um tempo em que a madrugada
Caminhava sozinha na direção do amanhecer
Um tempo em que não importava se na minha estrada
Eu caminhava assim como ela deserto até o alvorecer

Hoje já não ouço o tic tac de meus passos
Durmo sereno no doce carinho de seus lábios
Sim a madrugada ainda me acorda nas noites de calor
E posso olhar então ao lado e te beijar com todo meu amor

Que Deus abençoe nossos caminhos

Fiquem com Deus

 

Carlos Correa

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Refração

Talvez nunca entenda as minhas rotas
Provável jamais compreenda minhas notas
São de canções que confundem-se com tristeza
Apenas caminhos onde me reabasteço tenha certeza

E quando me vejo frente ao espelho
Observo não a mim mas as imagens
Que ficaram por trás de meus ombros
Meu rosto quase desaparece na refração

Foram tantas palavras e tropeços
Momentos que deveria ter permanecido em silêncio
Instantes que deveria ter oferecido flores
Períodos que me afastei dos verdadeiros sonhos

Mas existe uma imagem que me chama atenção
No meio das luzes permeando meus sorrisos
Posso identificar seus olhos destacando sua presença
John estava certo tudo se resume a amar você

Não quero passar mais uma noite sem você
E mesmo que não estejamos em cada uma lado a lado
Meu pensamento estará acariciando seus cabelos
E já não importa a letra porque sei que meu solo é você

Talvez nunca entenda as minhas rotas
Provável jamais compreenda minhas notas
São de canções que confundem-se com tristeza
Mas trazem a verdade única de amar você tenha certeza

Que Deus nos abençoe em todos os versos da vida

 Carlos Correa

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Apaixone-se

Não é fácil estar aqui
Não é para mim não é para você não é para alguém
Traumas contas dores e depressões
Abandonos mais contas tiranias em tristes canções

Nosso coração meio que se acostumou a viver sozinho
Mesmo entre milhões e agoniza agonia congela-se
Chora fecha janela se esconde sobre a cama
Já não importa não olhe siga sua vida

Quer saber? Dê a volta acelere apaixone-se

Sorria e agite
Apaixone-se pelo seu trabalho pelo que faz
Não é bem o que queria tudo bem
Mas dê uma chance a ele não está aí por acaso

Apaixone-se pelo que tem não pelo que os outros carregam
apaixone-se pelas borboletas coloridas
mas também pelas mariposas marrons e não esqueça as lagartas
apaixone-se pelas oportunidades que recebe diariamente
a maioria a gente nem vê

Apaixone-se por sua família
Já é apaixonado? Então apaixone-se mais um pouco
Esqueceu como é? Guarde o rancor naquela prateleira
E dê uma chance ao amor
Qual é? Para com esse orgulho. Qual o problema?
Pense nisso

Faça tudo que tem que fazer com paixão
Mas não aquela dos filmes que te iludem e te fazem cair
Faz daquele jeitinho que só fazia quando era criança
quando acreditava que até o vizinho carrancudo podia sorrir

Apaixone-se pelo que é simples
apaixone o seu pensamento
apaixone-se por você

Se os problemas não vão desaparecer e você sabe disso
Então pelo menos passe por eles cantando e dançando
Só não esqueça de dar as mãos a quem está ao lado
Você nunca está sozinho apesar de jurar que isso é verdade

Quer saber mais? chegue mais perto e escute

Apaixone-se um pouco mais e descongele seu coração
Larga de mão aquela agonia até parece que fez contrato
Fala verdade mesmo que não conte para ninguém
Não está com vontade de sair pulando?

Faz assim e de repente sem perceber você estará sorrindo
Acidentalmente apaixonado por mais essa oportunidade
Entre tantas que Deus nos oferece entre o dia e a madrugada

Deus abençoa a todos nós tenho absoluta certeza disso

 

https://www.youtube.com/watch?v=n9JwcjPVxzk

 

Carlos Correa

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Enquanto dormem as estrelas

Eu queria cantar uma canção bonita alguma que pudesse calar tanta hipocrisia
Queria pedir licença a falsidade acreditar que a poesia fosse mais alta ainda que um sussurro
Eu queria poder voar sem que minhas asas fossem tolhidas
Queria sonhar ao percorrer as avenidas acreditar nas cores da vida

Queria tanto visitar o reino dos mortos e levar luz à escuridão
Devolver almas aos corações sem esqueletos esquecidos de si mesmos no limbo da desilusão
Queria muito valsar com a lua enquanto dormem as estrelas
Caminhar sem medo por entre gente grande
Trazer como lembrança uma flor azul e deixar em sua janela

Sabe quando os grãos de areia machucam meus olhos que se fecham ao lacrimejar
Ouço a voz que me guia com simplicidade e melodia
Fico mudo quando talvez uivar fosse o que eu mais queria
Mas as nuvens estão chamando e antes de amanhecer volto a sonhar

Tristes docas que tentam a desconstrução do navio
Que trazem no fingimento sua real mercadoria
Infeliz daquele que precisa do insulto e da mentira para sufocar sua própria agonia
Cada noite acredito tem sua própria lua sua singular magia
Voo com a benção da iluminada menina cheia de outra forma não conseguia

Procuro um lugar e que seja dentro de mim onde possa arrimar os delírios do que escrevo
Encontrar a palavra que insiste em travessuras de sonhos ingênuos coloridos em canções
Levar o corpo ao norte a imaginação ao sul e ao longe as formas pensamento que me inquietam
Abraçar o verso inspirar o pólen da esperança e acreditar em minha própria poesia

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Noite das bruxas

Deixaste-me aqui fora
Névoa e frio
Espelho quebrado espírito abandonado
Até mesmo recusado
Por sua própria dor
A amargura infiltrada nas paredes
Tingidas de lágrimas e bolor

Grito em voz trêmula quase não ouço
Por que me deixastes?
Olhe por esta janela
É só o que te peço
Tão solitários estão os sonhos e feitiços
Todos aqueles que tu desertaste

Abra a janela deixe-me entrar

Já não reconheço tua gravura
Ilustração vazia
Tela sem pintura
Houve um tempo me lembro
Que ali vivia a poesia

Abra a janela deixe-me entrar

Noite das bruxas que amam
Magia cinza a vir do bem
Dai-me a sabedoria dos que veem
Corpo mente espírito e emoção

O piano toca a música que a gente ria
Teu olhar rangendo se desvia
As velas se acendem e sorri a lembrança
Lembraste de mim... tua esperança
Nunca te esqueças do poder da canção e da magia

A janela se abre na força do vento
Vem de dentro libera a chama
As cortinas amareladas agora brancas
Flutuam no frio da madrugada
Valsamos alma e fé em rodopio crescente de carícias

O ciclone envolve a floresta
As folhas lágrimas das árvores
Dançam e fecundam
Da ilustração antes vazia
Surge o sonho em vida renascida
Reescreve a magia
E de longe

A coruja sorria...

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Assim disseram as estrelas

E então eu volto ao mar
Já quase deixando de existir o receio ou a mágoa
Porque assim me diziam as estrelas
Enquanto sentia o toque frio em meus pés
Convidando suavemente a nele misturar-me
Como o cão que arranha a perna
Na esperança de fazer o homem segui-lo

Da costa o vento me traz uivos solitários
Alcateias desfeitas
Crianças que esperam as respostas desse mesmo vento
Choram e maldizem a permanência do vácuo
Não escutam e não conseguem ser ouvidas
E as lágrimas se combinam às gotas do mar
Lançadas pelas ondas
Transformando-se em maresia

Fluido dolorido esse
Que ao tocar o solo
Se converte em lindas canções e poesias
Solidão que ganha ritmo e palavras

Questiono então a razão de tal fenômeno
Não, não consigo aceitar que expressões tão sublimes
Sejam provenientes unicamente da dor
E vejo o quanto podemos ser ingratos e egoístas

Procuramos e encontramos as estrelas
Quando nos vemos na escuridão
Percorremos o caminho de nossa alma
Quando sozinhos nos vemos sem qualquer opção

Sim eu sei não são todos assim
Mas por vezes quando se aproximam as estrelas
Quando o vento volta a soprar
Esquecemos de agradecer

E deveríamos voltar repletos de gratidão e sorrisos
Seguir o caminho percorrido
Maravilhosas canções e poesias
A alma magnetizada pela fé também pode trazer
Fazendo-nos suspirar de encanto
E acreditem são ainda mais belas
Porque a gratidão é uma das mais graciosas virtudes

E aqui no meio de tudo
Onde o véu que nos separa permanece suspenso
Posso ver e sentir onde nasce a maresia

Correntezas se alternam a tentar nos guiar
As aparentes mais suaves e coloridas
Garantem nos levar à terra firme e prometida
E seduzidos por suas juras acabamos abraçados à tempestade
Devolvidos sobre pedras cercados por essa mesma maresia
Arrependimento, ou não

Se tivéssemos tido a coragem de enfrentar as ondas bravias
Do outro lado estariam as sinceras e verdadeiras estrelas
Aguardando-nos em solo
Onde a brisa nunca salga a pele

Retornaremos de volta ao mar
Quantas vezes forem necessárias
Até aprendermos a superá-lo
Não por sorte
Mas pela certeza do que nos aguarda
Assim disseram as estrelas
As mesmas que estão ali por toda parte a nos guiar

Então de asas molhadas a ave que me acompanha
Devolve-me à areia molhada
O toque frio me desperta
Olhando as estrelas e a coruja que se vai
Chamo o vento e agradeço
Obrigado

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As quatro estações de seu olhar

Quando fixo em seus olhos
Consigo perceber as quatro estações
Se alternando em cada amanhecer

Quando olho para os seus olhos
Vejo seus cabelos esvoaçando
Acariciando o ar que os rodeia
Do mesmo modo que a chama da vela
Soprada por sentimentos que acredita disfarçar

Quando contemplo seus olhos
Vejo as lágrimas de outono
Trazidas pela saudade do calor
Percebo suas folhas caídas
Em um sorriso agora amarelo

A vontade de acreditar em não encontrar um caminho
Apenas para se esconder da dor
A firmeza do tronco desalinha-se da realidade
De cinzas é feito seu castelo

Quando observo seus olhos
Vejo na frieza do inverno de seu olhar
A busca da felicidade
O calor que sobrevive escondido
Sob o fogo da canção

Vive nas coberturas
Cercada das imaginárias labaredas da falsidade
Quando a música que captura o momento
Revela entre outras coisas um toque claro de solidão

Quando vislumbro seus olhos
Vejo um infinito jardim ainda submerso em angústia
Flores guerreando na vontade de desabrochar
A primavera que tenta ocultar
Ou talvez realmente não saiba ainda
Quão maravilhosa é a vida em sua eternidade
Falta-lhe, quem sabe, valentia

Mas quando fecho os meus olhos
E direciono aos seus
Vejo que terá de confiar no amor
Aquele que um dia acredita ter lhe sido insolente

Deixe o pássaro voar por dentro de sua mente
Permita que ele leve as asas incandescentes
A resposta estará sempre no amor
Não se dê ao trabalho de tentar entender
Apenas siga as estrelas
E acredite
O verão chegará novamente...

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Até a última lágrima

Não temos o controle do amanhecer
E muito menos podemos decidir
Quando chegará ou não o anoitecer
E se falamos sobre amor há um caminho por seguir

Talvez dizer adeus em paz seja muito mais difícil
Que compartilhar revoltas com o travesseiro
Que se algemar com blasfêmias ou esfregar lâmpadas
Talvez alguns confundam com cinismo e frieza

O coração toma decisões e provavelmente
Cada uma delas possui suas específicas razões
Ou talvez estejam apenas perdidas quem sabe invertidas
Lágrimas que a neblina faz questão de confundir

E você então senta e olha na direção das estrelas
E percebe que mesmo quando elas choram
Se mantém firmes porque elas fazem parte
De algo maior de uma constelação de uma família

Percebe que deixar ir é a melhor forma de estar perto
E que existe algo com certeza muito acima das carícias
Você segue seu caminho sem absolutamente nunca ter saído
Mesmo que as tempestades caiam todas sobre o seu coração

Quantas vezes apenas estar ali
Encharcado e ferido pelas lágrimas de alguém
É mais importante e essencial
Que tentar secá-las até que a última ganhe vida

Passamos pelo que é necessário ao nosso aprendizado
E quão gratificante e digo emocionante se torna o sorriso
Quando somos abençoados por um novo amanhecer
Quando temos a chance de refazer nossos caminhos equivocados

Quando um eu te amo sai da poesia e se torna luz
Ele assume o poder de recobrir dois corpos
Uma energia que só é possível de existir
Porque em algum momento reconheceu a verdade

E é exatamente essa verdade que mesmo vista em parte
Já nos revela e nos ensina que a liberdade existe
E que é um passo conquistado no encontro à felicidade
Através das curvas onde a humildade mostra o valor do perdão

Então mais uma vez agradeço pela lição
Por me ensinar a tornar livre meus sentimentos
Livre do medo da angústia da dúvida ou do ego
Por mostrar que o amor não é cego

Ele apenas fecha os olhos e
Te abraça com a luz do coração

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Travessia

Não sei se um dia alguém saberá
Não sei se um dia eu saberei
Assim meio do nada encontro o mar
E já nem sei onde estive ou estarei

E de alguma forma tento me esconder
Mas o vento faz da brisa caminho contrário
O aroma salgado da canção me lembra do horário
E com sorriso infantil se insinua a escrever

Não sabemos quão longa será a estadia
Deveríamos pensar mais no que será da travessia
Olhar ao horizonte qual terá sido nosso norte?
Ter a certeza que ao cair da noite não importa a sorte

Poderíamos acreditar que estamos há 1 hora da morte
O que deixamos de fazer ou faríamos diferente
Esquecemos de dizer eu te amo a alguém?
Se tivéssemos pedido perdão estaríamos mais contentes?

Talvez uma palavra que ficou ausente
Um carinho deixado sobre o travesseiro
Um abraço afetuoso um beijo esquecido sobre a mesa
O orgulho que impediu de sermos verdadeiros

Então de repente o vento percebe o brilho do olhar
Há tanto o que fazer preciso logo voltar sim preciso sim
Posso ir muito mais longe do que um dia imaginei
Basta dizer ao coração e ele responderá: Eu o levarei!

Deus nos abençoe

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Pequena princesa

Eu me lembro de cada singular detalhe
Recordo-me dos por menores daquele lugar
Desde o som da fonte sutil e constante
Aos entalhes na madeira que fizemos sob o luar

As árvores cobriam o chão de terra
Era como se esticassem os braços
Umas de encontro à outras nos protegiam
Engraçado hoje parecem-me mais baixas

Eu conhecia o caminho até aqui
Segui guiado por um instinto
O mesmo que me acorda a cada dia
Aquele que traz guardado tudo que sinto

Trocamos lanches e curativos
Corríamos livres e o que o vento trazia
Transformávamos em cantos e poesias
Momento algum deixávamos de sorrir

Seguimos assim e atravessamos o tempo
Até que veio o mar levou-me ao fundo sim doeu
Não se preocupe hoje não mais lamento
Sei que ele apenas trazia de volta o que era meu

Por isso você foi de encontro ás estrelas
Enquanto eu permaneci aqui e ali
Você já sabia o significado de uma oração
Eu apenas não entendia o que dizia meu coração

E fecho meus olhos marejados de saudade
Percebo um antigo aroma que me acaricia
E num longo abraço que poderia durar a eternidade
Tenho novamente minha alegria no cintilar de seus olhos

Do mesmo jeito que senti mais uma vez
A terra sob meus pés
Mesmo sabendo que hoje me guarda
Do castelo das estrelas

Sei que nunca mais esquecerei
Aquele lugar que só nós conhecemos
Aprendi a ouvir o que diz meu coração
Trocaremos de novo lanches e curativos

Porque aprendi o valor de uma Oração
Durma bem pequena princesa...

Fiquem com Deus

Saiba mais…

Amanheça!

Qual o verdadeiro motivo da crença que habita em nós?
Haveria algum motivo escondido nas sombras da fé?
Quantos de nós cantam de costas ao espelho
Apenas por medo de virar pó à nota final?

Acreditar Nele é ter a certeza que aquela luz
A mesma que insistimos em manter apagada
Dentro do manto de carne que nos socorre
É a que iluminará o caminho até as Estrelas

Entender que a cor que nos diferencia hoje
O que faz um corpo ser diferente do outro
É apenas a energia do que está cheio nosso coração

Saber que a música tem a capacidade extraordinária
De fazer com que nosso corpo dance e cante sem malícia
Fazendo braços e pernas brincarem em alegria quase infantil

Mas é tão difícil...

Compreender que o amanhecer da lágrima é o sorriso
Que o sol do desespero é a esperança
Que os equívocos do caminho que hoje pisa
Cedo ou tarde ressurgem vivos na lembrança

Mas...

Quer saber então ponha logo os pés no chão
Sinta o ritmo e as cores faça com que o orvalho triste
Que umedece o solo de seu coração evapore bem rapidinho
Acenda a fogueira que te aguarda bem no centro do seu coração

Agora pode tire os pés do chão cante acredite!
Levante voe não se esqueça amanheça!
Viva de novo e mais uma vez escreva glorifique!
Seja mar ou quem sabe mesmo o deserto sempre agradeça!

Fiquem com Deus
Que a Luz se espalhe ...

Saiba mais…

Rota do Sol

Por quantas vezes escondemos nossas lágrimas?
Em quantos momentos fizemos da chuva nosso disfarce?
Tantas ocasiões dissemos que seria a última
Inúmeras outras desejamos estar em Vênus ou Marte

Mas sabe no que creio de verdade?
Do orgulho nascem tais sentimentos
Ele tenta calar esta vontade
Afasta a luz nevoa o pensamento

O que ele não sabe ou esqueceu
É que invariavelmente chega o vento
Com humildade e persistência limpa o céu
Mostra que vitórias virão daquele sofrimento

Temos que aprender a parar de nos disfarçar
Impedir que o orgulho controle nossas ações
Entender o verdadeiro sentido de nossas emoções
Toda energia da tempestade vem apenas nos mostrar
... que todas as lágrimas sempre retornam ao mar...

Deus nos abençoe

Saiba mais…

I was walking down the street
Lost among Rock’s gray voices
Scratching around for ideas
Just looking for a way to say
What I’m feeling inside

If I were a wealthy man
I could buy a mansion
where you'd love to live
But I see that even so
Our tears might stain its walls

Maybe if I were a designer
I could build a whole world
Which turned all the blue Into any color of your desire

But then again I’m not

So, I keep on moving
Jotting my thoughts down
Perhaps I’ll never be able
To find the words
That will settle my heart down

From out of the blue
I saw someone standing at the corner
It whistled an old song
It came up to me and said:
Hey gypsy, it’s so simple
Just look at the sky
What do you feel?

The harvest moon
From that moment on
It was that clear in my mind
And I saw all the times
We made love
Lying down on a boat
Sailing on the tide of your hair

Now our seeds are growing up
And we’ve got each other
There’s no other way
Like Young said:
“Because I’m still in love with you”
The moon will never lose its brightness and
Neither will you.

 

Carlos Correa

Saiba mais…
CPP