Posts de Cristina Maria Afonso Ivens Duar (299)

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" Os Três Males Da Vida "

Os Três Males Da Vida

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Os três males da vida,

Responsáveis pela infelicidade,

É a «Ganancia» sem medida,

A «Vaidade» e a «Necessidade»

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«Ganância»

Não escrupulosa ganância,

Que trazes a infelicidade,

Fazes o homem de importância,

Escravo sem necessidade.

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Muito mais quer apanhar,

Porque muito mais quer ter,

Esquecendo que vai deixar,

Cá tudo, quando morrer.

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«Vaidade» 

Pode não ter um tostão,

Ou até estar empenhado,

Mas vai todo fanfarrão,

Ao vizinho pedir emprestado.

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A vaidade, não deixa ter,

A ninguém nenhum valor,

Veste muito bem sem poder,

Querendo imitar o doutor.

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É a vaidade que faz,

A miséria engravatada,

Porque ninguém é capaz,

De dizer que não tem nada.

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«Necessidade»

A necessidade é sofrimento,

Dos que não têm que comer,

Explora a cada momento,

Os que nela querem ter.

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E não faça confusão!

A necessidade é um perigo,

Não perdoa ao irmão,

E muito menos ao amigo.

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E não há nada a fazer,

Não pode ser corrigido,

Com estes males a correr,

O mundo está perdido.

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E não sendo nenhum igual,

Qual destes é o maior?

Destes três tipos de mal,

Qual deles é o pior?

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Cristina Ivens Duarte-28/04/2017

 

Saiba mais…

" Transparência "

À luz do sol, ao fim da tarde,

O sentimento é forte, de pura emoção,

Contemplá-lo, é amor que arde,

É platónico, é transfusão.

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Em versos, trovas e melodias,

Me reporto aos sonhos desvanecidos,

Que na cegueira das minhas fantasias,

Em amor e luz ficamos fundidos.

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Ora brilhamos, ora escurecemos,

Andamos nisto, num vai e vem,

Porém, só nós é que sabemos,

A cor que a nossa alma tem.

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Na genuinidade da minha transparência,

Cujo a vida me tem sido traiçoeira,

Transponho em versos a minha essência,

Com cheiro a flores de uma laranjeira.

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Cristina Ivens Duarte-25/04/2017

Saiba mais…

"A Minha Ausência"

A minha ausência tem sempre um significado,

Embora por vezes eu não diga a verdade,

É uma desculpa, um argumento inventado,

É uma fase, não é defeito ou maldade.

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Não estou aqui, nem ali, nem além,

Não estou capaz, nem sequer de falar,

Não quero ouvir, nem saber de ninguém,

A minha alma não está em nenhum lugar.

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Eu sou assim, de uma tremenda inconstância,

Como a temperança dos climas sazonais,

Que para uns, são de grande importância, 

Mas para mim, são dilúvios existenciais.

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Um dia amo, outro dia odeio,

Estou em total descompensação,

Não penso, não sinto , nem creio,

Que no meu peito exista um coração.

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E então, ausento-me para me procurar,

A mim, e à minha esperança,

Que está constantemente a chorar,

E tem o tamanho de uma criança.

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Cristina Ivens Duarte-12/04/2017

 

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Saiba mais…

" Canoa Dos Meus Pensamentos "

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Saiba mais…

" Um Milagre Na Praia "

No horizonte, um cacho de carinho,

Que linda a tarde sobre o mar,

Lá vai o sol seguindo como um raminho,

Sobre as vagas... seus raios a derramar.

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Diante delas, desenha asas que incendeiam,

As maçãs do rosto da areia molhada, 

E, sobre mim, o oiro se esbraseia,

Deixando a minha visão encandeada. 

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E eu, como uma frágil garça voando,

Vou dormitando sobre os céus abençoados,

Por ora, meus olhos vão lacrimejando,

Nascendo lagos nos meus lábios gretados.

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As suas mãos, delicadas, milagrosas,

Humedeceram minha boca ...pela metade,

E ali, nasceram cravos, nasceram rosas,

Ao fim da tarde, naquela praia, deu-se um milagre .

 

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Cristina Ivens Duarte-14/03/2017

 

 

 

 

 

 

 

 

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Saiba mais…

" Versos Ao Vento "

De vez quando, vem-me um verso ao pensamento,

Como uma brisa que sopra, leve, refrescante,

Mas, quando eu vou escrever, ele voa como o vento,

E em meu corpo, minhas mãos, uma dor penetrante.

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Quanto mais penso, não sei o que dizer,

E então, penso na dor que guardo no coração,

Num relance, sinto a morte a querer descer,

Escoando palavras, de luto, e de emoção.

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Um cheiro adocicado, imutável, a sangue,

Que enlouquece de prazer, o meu coração aberto,

Contraindo-me, pedindo que, nunca estanque,

Uma hemorragia mágica, talvez, não sei ao certo.

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E o véu dos meus sentimentos será preto,

Desvendando os meus tempos de solidão,

Escrever, será sempre com tormento,

Esvaindo-me em versos pelo chão.

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Cristina Ivens Duarte-12/03/2017

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Saiba mais…

Choro De Felicidade

Choro De Felicidade

Nos seus olhos vi duas lágrimas a rolar,
Como um extenso mar, calmo, sem fim,
E nas ondas havia algo a flutuar,
Tão valioso, tão branco, como o marfim.
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Era choro de felicidade de tanto amar,
Escorrendo cada uma, como pérolas lustrosas,
Descobrira um tesouro no fundo do mar,
Que brilhava, como finas pétalas rosas.
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Encontrara seu amor que estava perdido,
Aquele que talvez, agora a fizesse feliz,
Um tesouro há séculos escondido.
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E as lágrimas que eram de alegria,
Tornaram a sua face tão luzidia,
Depois de tanto tempo a viver infeliz.
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Cristina Ivens Duarte-07/03/2017

Saiba mais…

O Meu Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, 

Tão triste, tão vago, tão magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio tão amargo.

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Não consigo bradar o meu peito,

Que por frieza, engano e distancia,

Morre, mirra, putrefeito,

Por ausência, e tamanha inconstância.

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Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil,

Que no espelho ficou perdida,

 A minha sombra táctil.

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Compreendi que muitos amigos que fiz,

Não me fizeram nada, além de inquietude,

Nem sequer saber o que é ser feliz,

Nos caminhos desta vida...eu soube.

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Antes que as mágoas me façam sangrar,

Nestes versos eu choro em palavras,

Em pranto me ponho a desabafar,

 Lágrimas das minhas lavras.

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Cristina Ivens Duarte-03/03/2017 

Saiba mais…

" Penas "

De tão longa que é a noite, ela me inunda,

De um rosa escuro, sentindo-me transportada,

Para uma cor tão linda, tão profunda,

Aonde a dor... não me dói nada.

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Minha alma alcança a leveza das penas,

E é tão pura a paixão...que me afundo,

Na sua graça e macieza ao vê-las,

Tocando na minha nudez por um segundo.

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A noite sossegada e infinita,

Segreda-me palavras excitantes,

Que as auréolas das minhas rosas tão bonitas,

Arrebitam os meus seios circundantes.

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Com sorrisos, com lágrimas de preces,

E a fé do meu amor ingénuo, a norte,

Para toda a vida se Deus assim o quisesse,

Amaria as penas, até ao fim da minha morte.

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Cristina Maria Ivens Duarte-14/02/2017

Saiba mais…

Carinhos

Entre os teus braços, este momento é da gente,

Tudo o que resta não importa , estamos sozinhos,

Chegou a hora de nos entregarmos docemente,

Momentos de pura paixão e, longos mimos.

*

Abraçados no nosso próprio mundo do eterno amar,

Ninguém entra, senão os nossos carinhos,

Arfando, deixando a nossa noite sem ar,

Matando a saudade aos pinguinhos.

*

Nosso momento é de intensa extasia e prazer,

O mar invade os nossos corpos velozmente,

Deixando os peixinhos a morrer,

De sede do amor que a gente sente.

*

Cristina Maria Ivens-11/02/2017

Saiba mais…

Vivendo A Fingir

Creio que a vida é um imensurável desafio,

Dias em que nem sequer valeria a pena viver,

Não fossem as melodias entoadas pelas ondas de um rio,

Cantando no meu leito...o quanto é cedo para morrer.

*

Mas a minha vida escoa como os dias,

E eu vou definhando como o sol poente,

Até chegar ao fim das minhas alegrias,

Uma a uma, em contagem decrescente,

*

Tudo por causa desta minha inquietação,

De viver a vida descontente,

De infortúnios e desilusão.

*

Eu sei que um dia hei-de partir,

Ainda que seja lentamente, 

Vou continuando a viver a fingir.

*

Cristina Maria Ivens Duarte 9/02/2017

Saiba mais…

Um Sentimento Que Brotou

Em tempos alguém me amou,

Tornei-me cúmplice do amor,

Um sentimento que brotou,

Com o aroma de uma flor.

*

O dia era lindo e sereno,

Tal e qual um paraíso,

O meu coração de tão pequeno,

Badalou que nem um guizo.

*

Os pássaros debandaram,

Alertando as cotovias,

As árvores abanaram,

Como lindas melodias.

*

O sol ficou expectante,

Com o bailar das folhas,

Pareciam diamantes,

Como os olhos de uma rola.

*

Cristina Maria Ivens Duarte-1/02/2017

 

 

Saiba mais…

As Partidas Da Vida

A vida por vezes prega partidas,

Tem atitudes de muito mau gosto,

Bate à porta de forma repetida,

Deixando-nos cair em desgostos.

*

Acredito que o faça sem pensar, 

Afinal a vida é uma criança,

Gosta muito de brincar,

De nos tirar a esperança.

*

Também gosta de dar rasteiras,

Rir-se dos nossos trambolhões,

Diz que é a única maneira,

De aprendermos as lições.

*

Embora as suas atitudes,

Nos façam sofrer bastante,

Vê-mo-la com outra magnitude,

Sem ser de uma forma ignorante.

*

Faz de nós seres mais cautelosos,

Pensando muito antes de agir,

E os nossos corações desgostosos,

Durante a noite conseguem dormir.

*

Depois de a face cheia de estalos,

Que vida nos dá, para nos acordar,

Ficamos com alma com tantos calos,

Que os nossos sonhos, têm aonde se deitar. 

*

Cristina Maria Ivens Duarte-1/02/2017

Saiba mais…

Quando O Dia Finda

Quando o dia finda, o infinito se levanta,

A luz do sol descai sobre as searas,

Tricotando nelas uma graciosa manta,

Com o joio do dia, da tarde, e das aparas.

*

Com as mãos, afasto, invado os meus credos,

Auscultando o universo com toda a plenitude,

Laminando as searas pelos meus dedos,

Recordando a vida que me fora tão rude.

*

O meu corpo que era tão lindo, tão majestoso,

Se encosta ao sol também todo choroso,

Submerso agora na infinita solidão,

*

E o céu que ainda nem sequer mostra a lua,

Faz parecer que a minha alma está crua,

Me transportando para outra dimensão.

*

Cristina Ivens Duarte-13-01-2017

Saiba mais…

Amor Ardente

Caía uma chuva leve e miudinha,

Ocultando nós os dois, o sol e a lua,

Eram gotículas de uma cor purpurina,

Despindo o nosso amor...ali na rua.

*

Ninguém viu, nem soube o que aconteceu,

Quando tuas mãos no meu corpo deslizaram,

Vi milhões de bolinhas coloridas no céu,

Que no êxtase descontrolado arrebentaram.

*

Eram explosões de choques dentro do meu ser,

Abriu-se no meu corpo um leque de prazer,

Nada igual na libido sentida.

*

Meu coração pulou ouvindo o teu chamado,

Declamando versos ao teu corpo adorado,

Eternizando uma magia única na vida.

*

Cristina Ivens Duarte-17/01/2017

Saiba mais…

" Na Densa Neblina "

Nos seus passos, ela mostra fragilidade,

Seu chão parece ser de textura fina,

Com leveza, e uma grande suavidade,

Ela caminha sobre a densa neblina. 

*

Tudo é vazio, insípido, e incolor, 

Seu coração está desgastado de saudade,

Ela penetra, ausculta, agarra, invade,

O espaço com o átomo do amor.

*

A dor que a contorce é tanta, tanta,

Parece a noite quando se levanta,

Deixando os olhos a estagnar.

*

E o cosmos sentindo compaixão,

Presenteia-a com uma linda visão, 

Da sua imagem no chão a brilhar.

*

Cristina Ivens Duarte-5/01/2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saiba mais…

" A Cabana "

A cabana situava-se entre um arvoredo,

Vivíamos como duas pombas num pombal,

Unidos pela aliança que tínhamos no dedo,

E pelos lençóis da nossa cama de casal.

 *

De manhã, erguia-mo-nos muito cedo,

Com o cantar de um lindo pardal,

Para cuidar da casa, e do nosso enxoval,

E ele lavrar a terra, e podar o vinhedo.

Éramos só nós dois, vai dai um belo dia,

Passou a primavera com muita alegria,

Como quem passa pela primeira vez.

Bateu à porta, entrou, ah! não me lembro bem!

Recordo-me que apenas ouvi a palavra Mãe,

Éramos só nós dois, e passámos a ser três.

*

Cristina Maria Ivens-29/12/2016

 

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