Não sou como a folha
que se desprende  da árvore
E pelo vento é levada...
Solta. .. ao léu. ..
Não sou assim.

Não sou como a onda na praia
Que vai e que vem...
Sem destino...

Sem rumo...
Não sou assim.

Sei bem onde quero ir
Sei bem qual é o meu lugar
Sou mulher, guerreira, forte
Eu sei qual é o meu norte
Sei bem onde quero chegar!

Não sou como a nuvem
Que vaga ...
Que pelo vento é moldada
Não sabe onde vai parar...
Não sou assim.

Sei bem onde quero ir
Sou mulher, trabalhadeira
Que quase cai e até bambeia
Mas sabe se aprumar...
E levantar!

Não sou como barco
Perdido no mar
Sem remo e sem vela
Pra navegar...
Não sou assim.

Não sou como a caça
Que se esconde
Não sou descuidada...
Não perco o bonde!
Sei bem encontrar o meu lugar...

Sei bem onde quero ir
Sou mulher, tenho esperanças
Tenho garra...
Sou também meio criança!
Não perco o viço de amar!

Sei esperar.

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 16/12/2015.

Trote, engodo, calote!
Corre!
Lá vem confusão!
Foi pego um larápio correndo
Subindo o morro na contramão
Trombada, zueira, furdunço
Falei!
Não dá certo não!
Foi este malandro, falsário
Que passou a rasteira no outro
Levou a carteira, o relógio
E deixou o velhinho caído no chão!
Não tem jeito não!
É só confusão!
Corre!
Se esquiva pro lado
Que o pobre coitado
Do assalariado, sem nenhum cruzado...

Sem nenhum tostão...

Sem grana no bolso pra pagar o almoço
Vai dormir com frio lá na estação...
Não tem jeito não!
É só confusão!
Corre!
Mas correr pra onde?
Se em todos os lados só tem confusão!
Será que o país não tem jeito não?
Eu fico esperando... sonhando... chorando...

Sofrendo e cantando por uma redenção...

Uma solução?
Está em nossas mãos?
Não tem jeito não. ..
Não... tem jeito! Não?
Não. Tem jeito? Não!
É tanto larápio de colarinho branco
Tirando do povo o direito constituído lá na constituição.
Não tem jeito não!
Na constituição?
O povo nem sabe!
É cego ou foi cegado?
Cevado?
É peixe - fisgado?
Covarde?
Mal acostumado?
É vítima ou culpado?
O povo -  letrado... letrado?
Analfabestizado.
Como assim?
Corre!
Tá igual ao Titanic!
Não tem salvação.
Não?
Não!
Não...
Não tem jeito não!
Corre!
Pra onde seu moço?
Lá pras Minas Gerais?
O Rio morreu...
Já não vai dar mais!
Não sei se corro pra frente ou pra trás...
Se ando ou se corro pela contra - mão...

Será que o Brasil ainda tem solução?

Sei não...
                   Sei não!
                                    Sei não.

Registro aqui minha indignação... não tem jeito...

Não?

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 16/12/2015.

Com a crise que nosso país está atravessando, será difícil manter as tradições de Natal este ano.
Todos os anos a família se reúne para comemorar juntos esta data tão especial que é o Natal... É almoço farto, amigo secreto, presentes...

Este ano, tá mesmo difícil! O Natal está chegando e nenhuma expectativa... todo mundo sem grana!

Mas, uma coisa, não podemos  negar em nossa família, a união é verdadeira, o amor é presente.

Ontem, durante o almoço de domingo, onde boa parte da família estava reunida, o papai perguntou como estavam os preparativos para o Natal. Minha irmã respondeu: “É pai, este ano está todo mundo sem grana, mas, não se preocupe, nem que seja para almoçar macarronada com tomate, iremos reunir a família no almoço de Natal! Todo ano nos reunimos, não será agora que faremos diferente”!

Neste momento, senti um orgulho danado de pertencer à minha família!
E o amigo secreto? Perguntou  o papai...

Minha irmã falou da sugestão de outra mana, de fazermos um amigo secreto diferente, onde cada um ofereceria ao outro algo que já possui... nem que seja um vidro de perfume pela metade, um sabonete... um pão ou um bolo assadinho na hora! Algo que sabemos que o outro iria gostar! Assim faríamos a brincadeira sem gastar o dinheiro que não tínhamos!

Rimos muito!

Desta ideia nasceu o - Amigo da Troca!

Então é isso! O país está em crise... muitas pessoas desempregadas... quem tem emprego está fazendo malabarismo para conseguir manter as contas em dia... MAS, é Natal!

E Natal é tempo de reforçar os laços familiares, de reunir a família e propagar o amor!

Afinal, foi por isso que Jesus nasceu não é verdade? Para propagar o amor!

Não deixemos que a crise econômica afete negativamente este momento tão belo, tão único e tão esperado que é o Natal!

How! How! How !

Feliz Natal a todos (as)!

E que o amor do Menino Deus  seja verdade no coração de cada um de nós!

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 14/12/2015.

Todos já estão fazendo

As listinhas de natal

Cada um quer seu presente

Diferente... sem igual!

Uns pedem ao Papai Noel

Outros ao Pai do Céu

Outros fazem o pedido

Bem no íntimo do seu ser

E assim ficam orando

Esperando o tão esperado

Presente de natal receber

Comigo não é diferente

Já escolhi o meu presente

"Vou pedir aos céus

Você aqui comigo"

Tu serás o meu presente

Meu amado, meu homem, meu amigo

E é por isso que quero

Neste natal

Ter você aqui comigo!

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 14/12/2015.

O mundo está doente...

As pessoas ao meu redor estão doentes...

Estou doente...

Doente?

De quê?

Doente de solidão, responde aflito meu coração.

Existem muitas pessoas no mundo...

Este número aumenta cada dia mais...

Muitas pessoas em minha cidade...

Em meu estado...

Em meu país!

Existem muitas pessoas no meu local de trabalho...

Muitas pessoas em meu condomínio...

Em minha família...

Existem muitas pessoas...

Por que me sinto tão só?

Por que parece não haver pessoa alguma ao meu lado?

É como se cada qual vivesse em seu mundinho próprio

Onde não existe mais ninguém...

Onde não se enxerga mais ninguém...

As pessoas não se olham...

E quando se olham não se veem...

As pessoas não se falam...

E quando se falam, falam de si mesmas...

As pessoas não se tocam...

E quando se tocam, buscam apenas satisfazer um instinto carnal e insano...

Ao cessar do toque, sente-se apenas o vazio de uma solidão que corta e corrói o corpo e a alma.

E o outro?

Não existe o outro.

Lembra?

As pessoas estão sós...

Eu estou só...

E quando foi que a solidão começou?

E quando terminou a procura, o encontro de olhares?

E quando foi que o dar e sentir calor deixaram de ser importante?

Quando as pessoas começaram a se sentirem sós?

Quando?

[...]

O mundo está doente...

As pessoas estão doentes...

Eu estou doente...

É uma doença crônica que vai esvaindo as forças... matando...matando... matando...

Solidão mata.

Elaine Márcia, janeiro de 2015.

Solidão é perigosa
Deixa-nos às margens da razão
Nos transforma em presa fácil
Esta tal de solidão

Mesmo com o peito sofrido
É preciso ter atenção
Para não se tornar cativo
Da malvada solidão

Existem mãos que se estendem
Que só pensam em ajudar
Porém, há que se ter cuidado
Com as que querem maltratar

Com o peito à deriva
Sem andar na contramão
sigo vivendo minha vida
Encarando a solidão

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 11/12/2015.

Brincando de ser amigo
Brincando de ser irmão
Brincando foi cativando
Envolvendo meu coração

Brincando, fez-me cativa
Mas, eu não sabia brincar
E como brincar não sabia
Brinquei de me apaixonar

Brincando... jeito atrevido
Paixão - projeto de amar
Brincando... fiquei brincando
Mas, você cansou de brincar

Brincando fiquei sozinha
Pois, comigo você brincou
E meu coração cativo
Chorou, chorou, chorou

Brincando fiquei brincando
De os meus pedaços juntar
Fui juntando... juntando...
Aqui, ali e acolá

Brincando com sentimentos
deixando peito em frangalhos
Ah! Desde jeito não dá!
Já não quero mais brincar.

Toda xícara tem seu pires

Todo vaso tem sua flor

Todo amante tem carinho

E um coração com amor

Todo pássaro tem seu ninho

Toda fogueira tem calor

Todo arco-íris tem seu céu

Todo céu tem seu fulgor

Fico aqui observando

Os pares, os amores, as paixões

Olho e me vejo perdido

Em meio a desilusões

Cada cabeça tem seu ombro

Para poder se aconchegar

Cada um tem seu chamego

Procuro e não vejo meu par

Onde é que você está?

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 09/12/2015.

Incita-me...

Excita.

Transporta-me até o céu...

Desnuda-me...

Transverte-me...

Na boca tem sabor de mel.

Aquece-me...

Enlouquece-me...

Faz meu corpo arrepiar.

Seu toque, meu nego,

Deixa meu peito sem ar...

Quero te amar!

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 09/12/2015.

Despi-me de minhas verdades

Revelei os meus pudores

Tornei minhas suas vontades

Sou cativa de seus amores

A ti entreguei o meu eu

E no seu leito - selvagem

Revelei os meus mistérios

Mostrei-me a ti, qual miragem

Nos seus olhos eu me vi

Nos lábios o sabor meu

No seu corpo me aqueci

E seu abraço me envolveu

Percebi no mesmo instante

Não somente eu fiquei nua

O sentimento é recíproco

És tão meu quanto sou tua

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 07/12/2015

Luar

Estrelas

Areia

Ondas

Mar

Olhos

Bocas

Mãos

Suor

Entrelaçar

Acasalar

Sussurros

Entrega

Gemidos

Gritos

Respiração

Coração

Fluidos

Sêmen

Calor

Acelerar

Areia

Ondas

Mar

Olhares

Sussurros

Respiração

Acalmar

Entrega

Corpos

Almas

Testemunhas

Luar

Estrelas

Areia

Ondas

Mar.

 É gostoso sentir no peito

O pulsar do coração

Que se alegra, que exulta

Com o toque de suas mãos

É gostoso sentir n’alma

O afagar dos carinhos teus

Poder sentir sua ternura

Seu corpo juntinho ao meu

É gostoso a segurança,

O amor, a emoção.

O sentimento recíproco

A entrega, a paixão!

É gostoso te sentir perto

Mesmo quando estás distante

A sensação de entrega

O sentir e ser amante!

É gostoso fechar os olhos

E sentir o seu olhar

E mesmo estando distante

Sentir o seu afagar...

É gostoso ver aos poucos

A semente germinar

E saber que pouco a pouco

Raízes irão se firmar.

É gostoso o chamego,

E a sensual libertação

A libertinagem recíproca

O acasalar, a união.

É gostoso saber que estás

Gamado, me amando assim...

E que a fonte de seus desejos

Começa e termina em mim.

É gostoso sentir esta força

Que busca seu ser para mim

Que me leva pra você

Que nos faz tão juntos, assim.

É gostoso aprender contigo

Tudo sobre a arte do amor

E desnudar o meu corpo

E me entregar sem pudor.

É gostoso os seus beijos

Repletos de novidades

Recheados de malícias

Que me deixam com vontade...

É gostoso a delícia,

da atenção especial,

A vontade libertina,

Esta fome animal!

É gostoso esta sua tara,

Este desejo fenomenal,

Esta sua paciência

No amor, que é sem igual!

É gostoso o iluminar

Deste escuro do meu céu

E como tu fazes brilhar todas as estrelas...

E retira o véu....

É gostoso o cuidado,

O carinho, a atenção

Este seu renunciar

Em prol da minha satisfação.

É gostoso... ah! Como é gostoso...

Toda a cumplicidade

Todo o fogo e a paixão

O libertino desejo

Que existe em nossa união.

Como é gostoso, te amar, minha paixão!

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 11/11/2015.

Meu “eu poético” está morrendo...

Não sei se irá se recuperar.

Está pra baixo, triste, abatido...

As beiras de se desmoronar.

São destroços, de destroços, de destroços...

São tantos pedaços pra ajuntar!

Tem cacos, frangalhos e caquinhos...

E um fardo pesado pra carregar!

Tem farrapos soltos pelo ar...

São tantas partes pra colar!

Meu “eu poético” está morrendo...

Está na UTI, sem animação...

Está abatido, consternado, amargurado

Já nem sei se ele vai suportar

Passar por tanta devastação!

E depois que juntar os pedaços?

E quando, enfim, recobrar a razão?

E o que fazer com as cicatrizes

Depois de tantos escombros pelo chão?

Mesmo se conseguir juntar todos os pedaços

Meu “eu poético” jamais será o mesmo!

Ressurgirá, ele, como a fênix?

Quem saberá?

Cala-se no agora.

O resto, o tempo dirá.

...

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 10/11/15.

Roda a roda da vida

Roda a roda da ilusão

Roda, trazendo verdades

Roda, trazendo paixões

Roda a roda da vida

Roda a roda da ilusão

E nesta roda convida

A compartilhar emoções

Roda e gira... girando!

Roda e faz nascer o amor

Roda na roda, cantando

Roda... e cantando

Espanta a dor.

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 05/11/15.

Dizem que droga

É o maior barato

Dizem que é mesmo

A maior curtição

Mas, a que preço?

É caro!

Não vale à pena

Perder  assim a razão!

Eu tenho meu jeito

Todo, todo especial

De curtir um barato,

De ficar bem legal

Vou buscar no seu corpo

O cheiro que faz bem

E encontrar nos seus toques

O Êxtase que me convém

E sentir correr na veia

O efeito dos beijos seus

E misturar os seus fluidos

Todinhos junto aos meus

E assim curto meu barato

Viajando no seu prazer

E me envolvendo

Vou tomando

Uma overdose de você!

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 05/11/15.

Em seu canto me perdi

Em seus encantos me encontrei

É um canto de sereia?

É um canto de amor?

Na verdade este canto

Cheio de encantos

Tocou-me,

Encontrou-me e conquistou-me...

É um canto de encantos?

É um canto de ilusão?

Na verdade neste canto,

minha sereia,

Encontrei-me em seu coração!

É um canto de sereia?

É um canto de amor?

Faz de mim preza cativa?

Ou me faz um caçador?

Se me perco ou se me encontro

Minha sereia,

Nesta vã contradição

Já nem ligo, não importa

O que realmente importa,

minha sereia

É saber bem no meu íntimo

Que navego, que me perco

E que me encontro

Nesses mares tão tranquilos,

minha sereia

Nas ondas do seu coração!

Vem agora, com seu canto

Minha sereia

Vem então me pertencer

Se me perco ou se me encontro

Minha sereia

Não importa!

O que importa nesta vida

É ter você.

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 05/11/15.