A luz da solidão pernoita acordada
Delira constante, metódica, diligente
Urdida num incomensurável momento urgente
A luz esbate-se pela madrugada fora e
Desemboca voraz no cais dos silêncios prepotentes
Oh, pudesse eu, inspirar-me sempre com palavras coerentes
A luz apaga-se um dia e noutro desperta ígnea desejada
E tão luzente,deixa à tangente da nossa existência um
Cardume de adocicados abraços prolíficos e coniventes
A luz esmaecida e reverberante delira entre mim e ti
Despista-se nas vielas da noite inócua e quase insolente
Adormecendo num incabível silêncio, remoçado, incauto…veemente
A luz num êxtase magistral encobre suaves gomos de alegria que
Se dissolvem num eco matinal,cauteloso e emoliente para que,
Dessedentem cada sombra vagando nesta escuridão quase decadente
A luz toma de assalto todo eco e lamento que grita copiosamente
Alonga-se em lascivos desejos desesperadamente estridentes
Embebeda-se num cálice de vendavais caricias quase transcendentes
A luz pincela todas as ilusões derradeiras mas aconchegantes
Empoleira-se entre a occipital razão de todos os amores
Até se esmagar nas falanges de tantas solidões às vezes tão asfixiantes
Frederico e Castro