O tempo descortina o perfil dos silêncios Deambulou pela clave da esperança ecoando Feliz no aveludado timbre deste crepúsculo que Assim a pique…ressuscita apaixonado
Raras memórias ondulam pelos sonhos navegantes Amadurecem ali à beirinha da praia despejando Maresias imigrando pela manhã que desperta atónita Desfilam com delicadeza numa onda serena e sinfónica
A tarde equilibra-se num poente lívido extraordinário Despindo toda a luz escorrendo pelo corrimão do Tempo do qual me tornei seu bastonário
O silêncio deixou seu lastro num eco magistral Estilhaçou a saudade crepitando premonitória Deletando cada palavra comprometida e intemporal
Fechei o circulo do tempo ilustrando A forma do silêncio desenhada no mosaico Quadrilátero da vida projectada pelos Axiomas dos sonhos equiláteros
Triangulei o desejo sustentado na quadratura dos Círculos pavoneando toda a álgebra analítica onde Projecto a semântica destes versos intersectados pela Ortogonal existência do tempo perpendicular e telepático
Ao cubo elevei o amor em fracções clássicas E simétricas deixando entre parenteses a soma Dos catetos da hipotenusa onde a química de Todas as imponderabilidades se ajeita numa queda Livre acelerando os abraços e outras cumplicidades
Na raiz quadrada dos sonhos gravitam as moléculas Da engenharia quântica heurística ebriática Projecção ortogonal dos versos e palavras Cartografadas …quase catedráticas
Lapidação perfeita destas rimas hexagonais Exacerbadas inventando cada linha recta correndo Entre farras e folguedos matemáticos O caos criativo em infinitas paralelas multiplicando Minha inspiração calculada, precisa, sistemática
O tempo subiu alguns degraus até alcançar Uma constelação fugidia enquanto o silêncio E a solidão se aprontam iluminando o caminho Peregrino caligrafado num ímpeto quase Divino
Na pauta do silêncio escrevi o cântico Dos meus lamentos Desenhei na clave do tempo a desordem Acústica remasterizada a cada momento
Onde enxugo meus prantos perscruto A noite escapando de mansinho cortejada Pelos beijos que de ti agora e sempre recruto
A lua desnuda-se em gomos de luz estérea Despeja toda a ilusão tecida na lamparina Das nossas emoções ardentes e feéricas
O tempo fez-se travessia entre as margens do silêncio Desfecho prematuro esquecido na lousa das memórias Onde escrevinhámos a vida acontecendo devagarinho Sem negligenciar um beijo despertando No pelourinho dos meus sonhos qual sumptuoso E fiel burburinho portentoso
Corri pelas ventanias das brumas matinais Sorvendo as melancolias adormecidas entre as Ramagens da madrugada ecoando quase fraticidas Banhando os galhos do tempo onde me empoleiro Abraçado às vestes das saudades agora ressarcidas
No património dos meus sonhos faço agora O inventário artístico onde as palavras punidas E feudais se libertam erectas expondo o escárnio Dos meus silêncios expiados enchendo o proscrito Tempo de ecos prantos e amores contritos
No doce enleio dos meus versos deixo bulir a vida Saltitando entre as moitas do tempo E que seja este por fim o meu exílio adocicando O crepúsculo expirando no berço da luz onde Dormito saciado de tantos e tantos desejos repatriados
O fulgor da vida acostou-se a este desejo cismado Alimentando o tirânico sonho acampado ao redor da Extrovertida manhã bradando espalhafatosa limpando As remelas de uma noite áspera acordando a reveladora E nómada palavra degustada sem cláusulas e tão singela
Tanto céu e nós aqui A pernoitar entre os lençóis sôfregos e as elegias dos nossos Desejos loucos enquanto a esfomeada carícia se alimenta na Perpetuidade das primícias de um sonho pleno cobrindo o uterino Vasculhar dos silêncios onde insemino o óvulo grávido do amor Que quero fecundar
Tanto céu…e o céu já ali Esbracejando num prelúdio breve Ao enfeitar as nuvens possuídas de desejos Estratificando os cirros do tempo e no seu regaço Eu me abraço em convecções convergentes Rasgando o trilho dos prazeres etéreos Frondosa e majestosa hora onde feliz me refaço
Tanto céu…e na terra paz aos Homens de boa vontade Hora de vivificar o humos das alegrias regressando Depois de tantas e tantas quilometragens Deixar alucinados os tons e os odores das nossas Peripécias embriagantes e selvagens
…Tanto céu para viver aqui na terra Ansiando a sobredosagem dos teus abraços Massajando as plumas do tempo flamejando
A expressão poética em cada som Ornamento das paixões ecléticas Encanta, chora, orna cada eco mais perfeito Remasterizado a preceito… É como desenrolhar cada cântico embriagante, Deixando na espumante partitura do tempo a Terapia musical, arfando,atiçando…profiláctica Estética e matemática
Ontem um desejo coroado de êxito Amanhã o ilícito prazer de um pecado Agachado à espreita deixando no intróito Do tempo um mero lamento com sabor Quase obcecado
Tomei a gosto todas as palavras que lembrei Deixando no silêncio uma luxúria de versos Arrebatados infectando-te de prazeres quase Desenfreados clonando um sonho gentil e exaltado
Foram plenas as noites recortadas em memórias Acossadas, desmantelando toda a saudade Que agora esperneia debilitada instilando no Libidinoso desejo a fragrância de um beijo Generoso esculpido num suplício tão saboroso
Ontem…uma vez mais A penitência astuta que se ajusta Ao temporizar do tempo fugidio cronológico A despedida dolorosa e pungente catalisando Cada instante estapafúrdico onde marulha meu Silêncio, dançarino, indulgente, quase litúrgico
Ontem…uma vez mais O cronometrar da vida escapulindo tenra e vaidosa Corroendo lenta e escorreita o tímido memorizar De um adeus arrebatado…fruto da solidão Plangente que em sonhos quero vasculhar
Ontem…uma vez mais O apiedado sorrido se despindo da face Alimentando as ilhargas do tempo que Desagua entre a luz etérea e o rumor Dos murmúrios remasterizando cada eco Formoso, veemente monitorado com primor
Ontem…uma vez mais O estucar dos teus desejos pincelando O rodapé dos gracejos onde ato cada Paixão perpetuada num assomo de beijos Revitalizados na plataforma do amor apelando
Ontem…uma vez mais O ígneo e flambante sonho servido Na noite vadiando entre a luz marginal Hoje o desabitado luto onde Enterro toda a solidão factual Amanhã o perfeito fulgor dos silêncios Diminuto prazer instilado num beijo consensual
Inunda-se o dia com suas coloridas calmarias Numa romaria de silêncios e cores frenéticas Até a alma se inocular tranquilamente Deste tempo sussurrando sorrateiramente
Na sua plenitude etérea o último desejo Suga toda a ilusão que anda por aqui Num felino cortejo desabotoando a noite Num pacto de beleza que peleja sumptuosa Espelhando todo amor que ali viceja
Aqui no belo recanto dos meus pensamentos Incubo cada lamento gesticulando nos sonhos Mais secretos dormitando nos aposentos da Noite que se cala ante a solidão destes versos Inconfessáveis e sedentos
Resta esta ânsia feroz de acariciar cada Sombra que penetra inebriante na frescura Da manhã imensurável e contagiante Curativo momento de tempo onde a alma Até se agiganta feliz e exuberante
O vento venta e dança de contente Novas danças, piruetas gesticulando um Colorido frenético… um moonwalk só teu Popularizando por esses palcos o esguio ser Contorcionista dilecto…um portento
A expressão da dança em ti fascina até Os desajeitados Deixa o improviso medindo cada paço de dança Insano melódico incitado…rufando
Orquestraste com magia Black or White e O som era deveras magistral Mas Billie Jean levou-nos à loucura quase total E outras tantas ficaram para sempre nos Tops da Billboard com teu perfume inconfundível e sensacional
Palavras dizem os poetas leva-as o vento E como eu sei disso, caro Michael Mas no tempo irão restar para todo o tempo Off the Wall, Thriller, Bad,Dangerous e History Final de uma história onde a voz se calou, Mas quiçá na eternidade juntos dançaremos Em outras remasterizadas sonoridades que Teu estilo inconfundível despoletou
O último acto estava trajado de solidão E o que batia no meu peito era só o tempo rasgando O perfil selecto dos ventos aninhando-se entre gotas de luz Enxugando o atarantado desejo consagrado no coração
A derradeira e indelével promessa amontoa-se entre A encadernada biblioteca de palavras fiéis e aquela casta De versos intocáveis embebedando a noite que galopa Felina pelas colheitas demarcadas e vindimadas dos meus Silêncios onde trinco cada brisa ofegante perfumando O mosto da madrugada chorando, chorando inconformada
O que bate no meu peito amor, disse-o sem estratagemas Fitando todas as retinas do teu olhar elaborando um Ecossistema de versos desembarcando na perífrase do tempo Anónimo fecundando a noite que se ancorou nos teus beijos Derradeiros…axiónimo incisivo de um desejo que em mim Se entranha tão perverso e quase e pirómano
É tempo de deixar bater livre este coração Comemorar todos os quilómetros de tempo Caminhando no dorso da vida…sem contratempos Viver-te auspiciosa qual argonauta empírico e fascinado Agraciando breves peripécias que antes nos exaltaram numa Utopia passional sussurrando até o apogeu quase irracional deste Amor ancorado à irrequieta memória efémera...incondicional
Ontem a solidão chegou e pavimentou Todo silêncio tristonho, afoito Herança desta brusca reclusão tão explícita Caiando as paredes das memórias Perdidamente inóspitas e lícitas
Incerto meu destino estigmatizado por Tantas despedidas proscritas encenadas Em cada improvisado instinto mais indómito Atenuou a espera que desespera Inacabada e austera
Dei ouvidos a estes versos loucos Nascendo eunucos…esporádicos Abotoando meus silêncios peregrinos A toda ilusão provisória que cotuco acanhada Recíproca e persecutória
Passaram disformes os dias de outrora Alguns desgarrados, simplórios uniformes Aninhados a um calendário calcorreando vendado O tempo indefeso servil e blindado
No organograma dos tempos reescrevo Os versos que perscruto no vento ainda Famintos, predatórios acendendo a longínqua Esperança velando cada sonho nascendo propiciatório
Busco-me e encontro senão o silêncio Existo no tempo que perece e não prescindo Sequer desta existência feroz e intacta onde Me ausento numa multidão de solidões Apartadas engenhosas…acossadas
Encontro-me se deixar Ajustando cada hora colectada a relaxar Reconstruindo o maxilar de cada palavra Mastigada com esmero na azáfama do lento Crepúsculo deglutido até ao desespero
Achei-te se quiseres…porque quiseste Acendendo as labaredas ao dia que agora De lamentos se reveste Um sorriso penetra meu ser como archote Aceso na noite quando com amores me tiveste
Soneguei ao dia um gomo de luz porque à luz Me deste um requintado poema colorindo todo Este manancial alviceleste Desaguando no engalanado silêncio onde feliz O amor assim se reveste
A grafia dos meus versos aportou Um sonho trajado a rigor Sonorizou o maleável silêncio Ironia Gargalhada Lamentação Imitativo de um eco cheio de fulgor Calafrio, fragor, grunhido de ostentação Percussão ou vaia de um eco Reverberando de contestação
A gramática é fonte fonética dos Cânticos semânticos Estilismo descritivo, pleonasmo minucioso Na morfologia sintática da minha retórica Poética Onomatopeia elegante gritando em alegorias E letras que se vinculam em cada estrutura Verbal invadindo minhas metáforas em metástases Calibradas com tamanha simetria
Este é o meu caleidoscópio literário Entre risos e hipérboles selectivas alimento A sinestesia dialética da voz activa, anáfora dos Sentidos assente num diálogo explícito, reflexivo Aconchegando a simbiose dos prazeres excêntricos Catalisando o acústico desejo bailando entre ritmos E percussões de um clímax linguístico frenético e quântico
Momento de vasculhar o vento Planar nas estepes dos céus aclimatando um estribilho repetitivo do tempo invisível delicioso imprevisível
Tempo de amarar nos ventos selvagens Domesticar a enfunada vela temperando A monção enfurecida dos meus versos Circulando entre depressões térmicas E ciclos de brisas marítimas cíclicas e transgénicas
Selvagem como os ventos são as palavras Deglutidas pelas memórias dos tempos São os desejos minimalistas transbordando Qual bálsamo de utopias e afectos merendando Ao sabor de um catavento
Sei como recrear uma aeronave e nela viajar Até ao espaço sideral numa estratosférica e louca Comunhão excêntrica de beijos saudando as inquietações Que deixei ali alimentando a genética empírica das Palavras que concebi no útero de todas as reconciliações
Ficou online uma hora trepidando no Caos do tempo Vincou o silêncio travesso travestido Algemado à barrenta noite que caminha Errónea, displicente…sem abrigo
Foi outro olhar arquejante semeado Naquele minuto de silêncio que propus Enlutando o dia atrevido ardendo impotente À mercê das memórias impostoras e latentes
Tomara parasse o relógio de contar cada hora Para que a eternidade comigo caminhasse Paralelamente Desempoeirando o tempo que ficou calafetado Na saudade ali sentada, absorta…remanescente
Fiquei só…tão só comigo, numa solidão ali patente Repleta de serenidades escorrendo na ampulheta Que patrocina toda a ilusão gemendo renitente Num estribilho de emoções alucinadas qual guloseima Para o coração que fervilha conivente
Sonhar num palco em grande Evocando toda a serenidade descortinada Num vínculo de amor verdadeiro Alcatifando a luz intempestiva e generosa que exalta Toda a vida renascendo delicada e propiciatória
De pés atados deixei o silêncio aleatório Convergir entre a fronteira de cada eco E o velame ventando pela frescura da maresia Arrebatada que naufraga lauta e conciliatória Num encontro imediato e quase premonitório
Aproveito toda a singela leveza dos ventos E levanto voo na demanda de um infinito azul que Além desponta chilreando pelo anoitecer preenchendo As frestas do tempo que velo até finalmente o dia esmorecer
Sossegam as ondas ondulando de mansinho Penduradas no marasmo do silêncio ecoando pelo caminho Por fim, labirinticos se despojam os últimos raios de sol Abrilhantando a vida galopando eclética num excisado Cântico explodindo em cada sonho frenético e improvisado
Ventanias soltas percorrem as encostas desta solidão acampada ao redor dos silêncios vagando…vagando enrrolhados num pote de sofreguidão
Entre as estradas do tempo…entre partidas e chegadas abro clareiras entre a multidão afagando o coalhado gomo de luz sonâmbulo incitando de desejos toda minha solidão
Breve a noite que ilude o dia mapeado Entre profecias renegadas e a gula das ilusões Lastimáveis diluindo cada ausência prescrita no Tempo hibrido chorando no delicado madrugar a subjugar Em fusões de beijos quase bárbaros que quero homologar
Sem mistificações abraço minha fé vitalizadora Pulverizo todos os silêncios onde imprimo a vida Em três dimensões de forma tão inspiradora Semeando nos ventos uma cachoeira de sonhos evaporando-se Desta infinita estampada saudade palpitando apaziguadora
Era uma vez… O malabarismo semântico no sabor interminável de um poema degustado na brutal e sublime manhã atordoando a diagnose do sentir sentido da alma sussurrando numa absoluta e extasiante apoteose
Era uma vez… A aspergida oração faminta elaborada num golpe de fé asfixiando o pasmo verso confinado a uma tese ou teorema de amor compilado num raro brado instintivo convertido subitamente num sonho abocanhando-te faminto
Era uma vez… A graça cheia de graça A prenhe sinfonia fisgando cada silêncio onde descalço meus lamentos capitaneando um tempo tecido num átomo de desejos massajando cada instante ousado de loucura que percorro à posteriori castigo amargurado retido na solidão carrasca e pujante onde me embebedo na proveta do tempo sucumbindo ofegante
Era uma vez… O desventrar da manhã pousando no silêncio sedento e exausto desbaratando o desejo complacente e contagiante arremessado pelos versos que teço fecundando-te entre demências sedentas e fotogénicas enquadradas no portefólio da hipnose lírica e viciante
Era uma vez… A procura incessante da tua imagem delicada e exuberante devorando o acórdão em litígio no tribunal poético por despacho da sentença penal qual cumulo jurídico ou aresto final das palavras unânimes, restritas, promulgando o veredicto do imenso silêncio possante ruindo devagar, devagarinho …pela lei pela grei escapulindo da corte das paixões supremas e absolutas…a pena de morte de vez abolindo
Abri o sobrescrito do silêncio e Redigi entrelinhas a reconciliante emoção Da madrugada memorizando a luz que Agora desponta infinda, veloz promulgada
Abrigam-se os tempos em memórias idas Esbatendo cada ilusão prontuária exorbitante Missiva que suspira outorgada num poema Quase fanático e desconcertante
Criam-se afectos desmedidos, dasvarios prenhes De ilusões sedentas…alimento de tantas solidões Espairecendo no ambulatório de cada sonho indigente Perfumando e pigmentando a vida que se ajeita Em comunhões de amor mimetizado e tão irreverente
Sequei as lágrimas caindo em prantos pelos Silêncios imunes às solidões reincidentes, inexprimíveis Emprestando ao descuidado coração uma melodia Infiltrada de emoções fascinadas e inextinguíveis
Carrego agora na alma lembranças De um silêncio em countdown deixando As despedidas derradeiras apossarem-se Do tempo que resta preciso inexorável subserviente
Erigidas ficaram todas saudades bordando o naperon Desta existência costurada em lamentos dissidentes Esbelto manequim trajado de elegância tão inconfidente Emoldurando a vitrine das palavras mais estilisticas Patrocinio de toda inspiração estética e linguistica
Soltou a noite sua luz fraterna imarcescível Sibilando na brisa eterna e invencível Raptando cada sonho pincelado numa oração Fervilhando no vagar do silêncio terno e imperceptível