Posts de Frederico de Castro (1261)

Classificar por

Bastonário do tempo

O tempo descortina o perfil dos silêncios
Deambulou pela clave da esperança ecoando
Feliz no aveludado timbre deste crepúsculo que
Assim a pique…ressuscita apaixonado

Raras memórias ondulam pelos sonhos navegantes
Amadurecem ali à beirinha da praia despejando
Maresias imigrando pela manhã que desperta atónita
Desfilam com delicadeza numa onda serena e sinfónica

A tarde equilibra-se num poente lívido extraordinário
Despindo toda a luz escorrendo pelo corrimão do
Tempo do qual me tornei seu bastonário

O silêncio deixou seu lastro num eco magistral
Estilhaçou a saudade crepitando premonitória
Deletando cada palavra comprometida e intemporal

Frederico de Castro

Saiba mais…

Quadratura do circulo

Fechei o circulo do tempo ilustrando
A forma do silêncio desenhada no mosaico
Quadrilátero da vida projectada pelos
Axiomas dos sonhos equiláteros

Triangulei o desejo sustentado na quadratura dos
Círculos pavoneando toda a álgebra analítica onde
Projecto a semântica destes versos intersectados pela
Ortogonal existência do tempo perpendicular e telepático

Ao cubo elevei o amor em fracções clássicas
E simétricas deixando entre parenteses a soma
Dos catetos da hipotenusa onde a química de
Todas as imponderabilidades se ajeita numa queda
Livre acelerando os abraços e outras cumplicidades

Na raiz quadrada dos sonhos gravitam as moléculas
Da engenharia quântica heurística ebriática
Projecção ortogonal dos versos e palavras
Cartografadas …quase catedráticas

Lapidação perfeita destas rimas hexagonais
Exacerbadas inventando cada linha recta correndo
Entre farras e folguedos matemáticos
O caos criativo em infinitas paralelas multiplicando
Minha inspiração calculada, precisa, sistemática

Frederico de Castro

Saiba mais…

Clave do tempo

O tempo subiu alguns degraus até alcançar
Uma constelação fugidia enquanto o silêncio
E a solidão se aprontam iluminando o caminho
Peregrino caligrafado num ímpeto quase Divino

Na pauta do silêncio escrevi o cântico
Dos meus lamentos
Desenhei na clave do tempo a desordem
Acústica remasterizada a cada momento

Onde enxugo meus prantos perscruto
A noite escapando de mansinho cortejada
Pelos beijos que de ti agora e sempre recruto

A lua desnuda-se em gomos de luz estérea
Despeja toda a ilusão tecida na lamparina
Das nossas emoções ardentes e feéricas

Frederico de Castro

Saiba mais…

Património dos silêncios

O tempo fez-se travessia entre as margens do silêncio
Desfecho prematuro esquecido na lousa das memórias
Onde escrevinhámos a vida acontecendo devagarinho
Sem negligenciar um beijo despertando
No pelourinho dos meus sonhos qual sumptuoso
E fiel burburinho portentoso

Corri pelas ventanias das brumas matinais
Sorvendo as melancolias adormecidas entre as
Ramagens da madrugada ecoando quase fraticidas
Banhando os galhos do tempo onde me empoleiro
Abraçado às vestes das saudades agora ressarcidas

No património dos meus sonhos faço agora
O inventário artístico onde as palavras punidas
E feudais se libertam erectas expondo o escárnio
Dos meus silêncios expiados enchendo o proscrito
Tempo de ecos prantos e amores contritos

No doce enleio dos meus versos deixo bulir a vida
Saltitando entre as moitas do tempo
E que seja este por fim o meu exílio adocicando
O crepúsculo expirando no berço da luz onde
Dormito saciado de tantos e tantos desejos repatriados

Frederico de Castro

Saiba mais…

Tanto céu

O fulgor da vida acostou-se a este desejo cismado
Alimentando o tirânico sonho acampado ao redor da
Extrovertida manhã bradando espalhafatosa limpando
As remelas de uma noite áspera acordando a reveladora
E nómada palavra degustada sem cláusulas e tão singela

Tanto céu e nós aqui
A pernoitar entre os lençóis sôfregos e as elegias dos nossos
Desejos loucos enquanto a esfomeada carícia se alimenta na
Perpetuidade das primícias de um sonho pleno cobrindo o uterino
Vasculhar dos silêncios onde insemino o óvulo grávido do amor
Que quero fecundar

Tanto céu…e o céu já ali
Esbracejando num prelúdio breve
Ao enfeitar as nuvens possuídas de desejos
Estratificando os cirros do tempo e no seu regaço
Eu me abraço em convecções convergentes
Rasgando o trilho dos prazeres etéreos
Frondosa e majestosa hora onde feliz me refaço

Tanto céu…e na terra paz aos
Homens de boa vontade
Hora de vivificar o humos das alegrias regressando
Depois de tantas e tantas quilometragens
Deixar alucinados os tons e os odores das nossas
Peripécias embriagantes e selvagens

…Tanto céu para viver aqui na terra
Ansiando a sobredosagem dos teus abraços
Massajando as plumas do tempo  flamejando

Frederico de Castro

Saiba mais…

Terapia musical

A expressão poética em cada som
Ornamento das paixões ecléticas
Encanta, chora, orna cada eco mais perfeito
Remasterizado a preceito…
É como desenrolhar cada cântico embriagante,
Deixando na espumante partitura do tempo a
Terapia musical, arfando,atiçando…profiláctica
Estética e matemática

Frederico de Castro

Saiba mais…

Infecto Contagioso

Ontem um desejo coroado de êxito
Amanhã o ilícito prazer de um pecado
Agachado à espreita deixando no intróito
Do tempo um mero lamento com sabor
Quase obcecado

Tomei a gosto todas as palavras que lembrei
Deixando no silêncio uma luxúria de versos
Arrebatados infectando-te de prazeres quase
Desenfreados clonando um sonho gentil e exaltado

Foram plenas as noites recortadas em memórias
Acossadas, desmantelando toda a saudade
Que agora esperneia debilitada instilando no
Libidinoso desejo a fragrância de um beijo
Generoso esculpido num suplício tão saboroso

Frederico de Castro

Saiba mais…

Ontem uma vez mais...

Ontem…uma vez mais
A penitência astuta que se ajusta
Ao temporizar do tempo fugidio cronológico
A despedida dolorosa e pungente catalisando
Cada instante estapafúrdico onde marulha meu
Silêncio, dançarino, indulgente, quase litúrgico

Ontem…uma vez mais
O cronometrar da vida escapulindo tenra e vaidosa
Corroendo lenta e escorreita o tímido memorizar
De um adeus arrebatado…fruto da solidão
Plangente que em sonhos quero vasculhar

Ontem…uma vez mais
O apiedado sorrido se despindo da face
Alimentando as ilhargas do tempo que
Desagua entre a luz etérea e o rumor
Dos murmúrios remasterizando cada eco
Formoso, veemente monitorado com primor

Ontem…uma vez mais
O estucar dos teus desejos pincelando
O rodapé dos gracejos onde ato cada
Paixão perpetuada num assomo de beijos
Revitalizados na plataforma do amor apelando

Ontem…uma vez mais
O ígneo e flambante sonho servido
Na noite vadiando entre a luz marginal
Hoje o desabitado luto onde
Enterro toda a solidão factual
Amanhã o perfeito fulgor dos silêncios
Diminuto prazer instilado num beijo consensual

Frederico de Castro

Saiba mais…

Romaria dos silêncios

Inunda-se o dia com suas coloridas calmarias
Numa romaria de silêncios e cores frenéticas
Até a alma se inocular tranquilamente
Deste tempo sussurrando sorrateiramente

Na sua plenitude etérea o último desejo
Suga toda a ilusão que anda por aqui
Num felino cortejo desabotoando a noite
Num pacto de beleza que peleja sumptuosa
Espelhando todo amor que ali viceja

Aqui no belo recanto dos meus pensamentos
Incubo cada lamento gesticulando nos sonhos
Mais secretos dormitando nos aposentos da
Noite que se cala ante a solidão destes versos
Inconfessáveis e sedentos

Resta esta ânsia feroz de acariciar cada
Sombra que penetra inebriante na frescura
Da manhã imensurável e contagiante
Curativo momento de tempo onde a alma
Até se agiganta feliz e exuberante

Frederico de Castro

Saiba mais…

M de Michael

- para Michael

O vento venta e dança de contente
Novas danças, piruetas gesticulando um
Colorido frenético… um moonwalk só teu
Popularizando por esses palcos o esguio ser
Contorcionista dilecto…um portento

A expressão da dança em ti fascina até
Os desajeitados
Deixa o improviso medindo cada paço de dança
Insano melódico incitado…rufando

Orquestraste com magia Black or White e
O som era deveras magistral
Mas Billie Jean levou-nos à loucura quase total
E outras tantas ficaram para sempre nos Tops da
Billboard com teu perfume inconfundível e sensacional

Palavras dizem os poetas leva-as o vento
E como eu sei disso, caro Michael
Mas no tempo irão restar para todo o tempo
Off the Wall, Thriller, Bad,Dangerous e History
Final de uma história onde a voz se calou,
Mas quiçá na eternidade juntos dançaremos
Em outras remasterizadas sonoridades que
Teu estilo inconfundível despoletou

Frederico de Castro

Saiba mais…

Brisa ofegante

O último acto estava trajado de solidão
E o que batia no meu peito era só o tempo rasgando
O perfil selecto dos ventos aninhando-se entre gotas de luz
Enxugando o atarantado desejo consagrado no coração

A derradeira e indelével promessa amontoa-se entre
A encadernada biblioteca de palavras fiéis e aquela casta
De versos intocáveis embebedando a noite que galopa
Felina pelas colheitas demarcadas e vindimadas dos meus
Silêncios onde trinco cada brisa ofegante perfumando
O mosto da madrugada chorando, chorando inconformada

O que bate no meu peito amor, disse-o sem estratagemas
Fitando todas as retinas do teu olhar elaborando um
Ecossistema de versos desembarcando na perífrase do tempo
Anónimo fecundando a noite que se ancorou nos teus beijos
Derradeiros…axiónimo incisivo de um desejo que em mim
Se entranha tão perverso e quase e pirómano

É tempo de deixar bater livre este coração
Comemorar todos os quilómetros de tempo
Caminhando no dorso da vida…sem contratempos
Viver-te auspiciosa qual argonauta empírico e fascinado
Agraciando breves peripécias que antes nos exaltaram numa
Utopia passional sussurrando até o apogeu quase irracional deste
Amor ancorado à irrequieta memória efémera...incondicional

Frederico de Castro

Saiba mais…

Ontem a solidão...

Ontem a solidão chegou e pavimentou
Todo silêncio tristonho, afoito
Herança desta brusca reclusão tão explícita
Caiando as paredes das memórias
Perdidamente inóspitas e lícitas

Incerto meu destino estigmatizado por
Tantas despedidas proscritas encenadas
Em cada improvisado instinto mais indómito
Atenuou a espera que desespera
Inacabada e austera

Dei ouvidos a estes versos loucos
Nascendo eunucos…esporádicos
Abotoando meus silêncios peregrinos
A toda ilusão provisória que cotuco acanhada
Recíproca e persecutória

Passaram disformes os dias de outrora
Alguns desgarrados, simplórios uniformes
Aninhados a um calendário calcorreando vendado
O tempo indefeso servil e blindado

No organograma dos tempos reescrevo
Os versos que perscruto no vento ainda
Famintos, predatórios acendendo a longínqua
Esperança velando cada sonho nascendo propiciatório

Frederico de Castro

Saiba mais…

Encontra-me...

Busco-me e encontro senão o silêncio
Existo no tempo que perece e não prescindo
Sequer desta existência feroz e intacta onde
Me ausento numa multidão de solidões
Apartadas engenhosas…acossadas

Encontro-me se deixar
Ajustando cada hora colectada a relaxar
Reconstruindo o maxilar de cada palavra
Mastigada com esmero na azáfama do lento
Crepúsculo deglutido até ao desespero

Achei-te se quiseres…porque quiseste
Acendendo as labaredas ao dia que agora
De lamentos se reveste
Um sorriso penetra meu ser como archote
Aceso na noite quando com amores me tiveste

Soneguei ao dia um gomo de luz porque à luz
Me deste um requintado poema colorindo todo
Este manancial alviceleste
Desaguando no engalanado silêncio onde feliz
O amor assim se reveste

Frederico de Castro

Saiba mais…

Percussão dos silêncios

A grafia dos meus versos aportou
Um sonho trajado a rigor
Sonorizou o maleável silêncio
Ironia
Gargalhada
Lamentação
Imitativo de um eco cheio de fulgor
Calafrio, fragor, grunhido de ostentação
Percussão ou vaia de um eco
Reverberando de contestação

A gramática é fonte fonética dos
Cânticos semânticos
Estilismo descritivo, pleonasmo minucioso
Na morfologia sintática da minha retórica
Poética
Onomatopeia elegante gritando em alegorias
E letras que se vinculam em cada estrutura
Verbal invadindo minhas metáforas em metástases
Calibradas com tamanha simetria

Este é o meu caleidoscópio literário
Entre risos e hipérboles selectivas alimento
A sinestesia dialética da voz activa, anáfora dos
Sentidos assente num diálogo explícito, reflexivo
Aconchegando a simbiose dos prazeres excêntricos
Catalisando o acústico desejo bailando entre ritmos
E percussões de um clímax linguístico frenético e quântico

– ao Ciro meu filho

Frederico de Castro

Saiba mais…

Selvagem como o vento

para Shirley...

Momento de vasculhar o vento
Planar nas estepes dos céus aclimatando um
estribilho repetitivo do tempo invisível
delicioso imprevisível

Tempo de amarar nos ventos selvagens
Domesticar a enfunada vela temperando
A monção enfurecida dos meus versos
Circulando entre depressões térmicas
E ciclos de brisas marítimas cíclicas e transgénicas

Selvagem como os ventos são as palavras
Deglutidas pelas memórias dos tempos
São os desejos minimalistas transbordando
Qual bálsamo de utopias e afectos merendando
Ao sabor de um catavento

Sei como recrear uma aeronave e nela viajar
Até ao espaço sideral numa estratosférica e louca
Comunhão excêntrica de beijos saudando as inquietações
Que deixei ali alimentando a genética empírica das
Palavras que concebi no útero de todas as reconciliações

Frederico de Castro

Saiba mais…

Solidões calafetadas

Ficou online uma hora trepidando no
Caos do tempo
Vincou o silêncio travesso travestido
Algemado à barrenta noite que caminha
Errónea, displicente…sem abrigo

Foi outro olhar arquejante semeado
Naquele minuto de silêncio que propus
Enlutando o dia atrevido ardendo impotente
À mercê das memórias impostoras e latentes

Tomara parasse o relógio de contar cada hora
Para que a eternidade comigo caminhasse
Paralelamente
Desempoeirando o tempo que ficou calafetado
Na saudade ali sentada, absorta…remanescente

Fiquei só…tão só comigo, numa solidão ali patente
Repleta de serenidades escorrendo na ampulheta
Que patrocina toda a ilusão gemendo renitente
Num estribilho de emoções alucinadas qual guloseima
Para o coração que fervilha conivente

Frederico de Castro

Saiba mais…

Encontros imediatos

Sonhar num palco em grande
Evocando toda a serenidade descortinada
Num vínculo de amor verdadeiro
Alcatifando a luz intempestiva e generosa que exalta
Toda a vida renascendo delicada e propiciatória

De pés atados deixei o silêncio aleatório
Convergir entre a fronteira de cada eco
E o velame ventando pela frescura da maresia
Arrebatada que naufraga lauta e conciliatória
Num encontro imediato e quase premonitório

Aproveito toda a singela leveza dos ventos
E levanto voo na demanda de um infinito azul que
Além desponta chilreando pelo anoitecer preenchendo
As frestas do tempo que velo até finalmente o dia esmorecer

Sossegam as ondas ondulando de mansinho
Penduradas no marasmo do silêncio ecoando pelo caminho
Por fim, labirinticos se despojam os últimos raios de sol 
Abrilhantando a vida galopando eclética num excisado
Cântico explodindo em cada sonho frenético e improvisado

Frederico de Castro

Saiba mais…

Híbrido silêncio

Ventanias soltas percorrem as encostas
desta solidão acampada ao redor
dos silêncios vagando…vagando
enrrolhados num pote de sofreguidão

Entre as estradas do tempo…entre partidas
e chegadas abro clareiras entre a multidão
afagando o coalhado gomo de luz sonâmbulo
incitando de desejos toda minha solidão

Breve a noite que ilude o dia mapeado
Entre profecias renegadas e a gula das ilusões
Lastimáveis diluindo cada ausência prescrita no
Tempo hibrido chorando no delicado madrugar a subjugar
Em fusões de beijos quase bárbaros que quero homologar

Sem mistificações abraço minha fé vitalizadora
Pulverizo todos os silêncios onde imprimo a vida
Em três dimensões de forma tão inspiradora
Semeando nos ventos uma cachoeira de sonhos evaporando-se
Desta infinita estampada saudade palpitando apaziguadora

Frederico de Castro

 

Saiba mais…

Era uma vez(apoteose final)

Era uma vez…
O malabarismo semântico no sabor interminável
de um poema degustado na brutal e sublime manhã
atordoando a diagnose do sentir sentido da alma
sussurrando numa absoluta e extasiante apoteose

Era uma vez…
A aspergida oração faminta elaborada num golpe
de fé asfixiando o pasmo verso confinado a uma tese
ou teorema de amor compilado num raro brado instintivo
convertido subitamente num sonho abocanhando-te faminto

Era uma vez…
A graça cheia de graça
A prenhe sinfonia fisgando cada silêncio onde descalço
meus lamentos capitaneando um tempo tecido num átomo
de desejos massajando cada instante ousado de loucura que
percorro à posteriori
castigo amargurado retido na solidão carrasca e pujante
onde me embebedo na proveta do tempo sucumbindo ofegante

Era uma vez…
O desventrar da manhã pousando no silêncio sedento
e exausto desbaratando o desejo complacente e contagiante
arremessado pelos versos que teço fecundando-te entre
demências sedentas e fotogénicas enquadradas no
portefólio da hipnose lírica e viciante

Era uma vez…
A procura incessante da tua imagem delicada e exuberante
devorando o acórdão em litígio no tribunal poético por
despacho da sentença penal qual cumulo jurídico
ou aresto final das palavras unânimes, restritas, promulgando
o veredicto do imenso silêncio possante ruindo devagar, devagarinho
…pela lei pela grei escapulindo da corte das paixões supremas
e absolutas…a pena de  morte de vez  abolindo

Frederico de Castro

Saiba mais…

Empreiteiro do silêncio

Abri o sobrescrito do silêncio e
Redigi entrelinhas a reconciliante emoção
Da madrugada memorizando a luz que
Agora desponta infinda, veloz promulgada

Abrigam-se os tempos em memórias idas
Esbatendo cada ilusão prontuária exorbitante
Missiva que suspira outorgada num poema
Quase fanático e desconcertante

Criam-se afectos desmedidos, dasvarios prenhes
De ilusões sedentas…alimento de tantas solidões
Espairecendo no ambulatório de cada sonho indigente
Perfumando e pigmentando a vida que se ajeita
Em comunhões de amor mimetizado e tão irreverente

Sequei as lágrimas caindo em prantos pelos
Silêncios imunes às solidões reincidentes, inexprimíveis
Emprestando ao descuidado coração uma melodia
Infiltrada de emoções fascinadas e inextinguíveis

Carrego agora na alma lembranças
De um silêncio em countdown deixando
As despedidas derradeiras apossarem-se
Do tempo que resta preciso inexorável subserviente

Erigidas ficaram todas saudades bordando o naperon
Desta existência costurada em lamentos dissidentes
Esbelto manequim trajado de elegância tão inconfidente
Emoldurando a vitrine das palavras mais estilisticas
Patrocinio de toda inspiração estética e linguistica

Soltou a noite sua luz fraterna imarcescível
Sibilando na brisa eterna e invencível
Raptando cada sonho pincelado numa oração
Fervilhando no vagar do silêncio terno e imperceptível

Frederico de Castro

Saiba mais…
CPP