Um grande abraço de você mesmo, que sou eu. Somos ambíguo.
Um grande abraço de você mesmo, que sou eu. Somos ambíguo.
Dar-lhe-ia o paraíso
Dar-lhe-ia o paraíso se a mim me fosse possível!
Não me leve a mal se o meu sentimento extrapola o pólo do sol poente; polo com acento
não há mais quem agüente, tampouco, esse trema, que como eu ainda trema um pouco,
pois, nesse crepuscular o meu velho coração crescente, pergunta mouco: Onde se encon-
tra meu bem? Vivemos tanto tempo o mesmo tempo de antanho, portanto, o meu amor
estranho aumenta vindo desse tempo ausente. A luz do firmamento é tão ínfima perto
desta santa lembrança, pois, o seu coração resplandecente, esquenta a minha pobre
memória carente. Somente as velhas lembranças acalentam-me, enlouquecem-me,
e aquecem-me, e a dúvida permanece: Onde está você? Somente agora sei avali-
zar a sua presença em formato de ausência, mas nada mais dá pra fazer a não
ser, saber: onde está você? Hoje o meu melhor companheiro é o seu velho tra-
vesseiro com o seu cheiro conservado pelo meu pensamento esgarçado. Em-
bora, seja meio triste-engraçado, quando acordo e olho ao lado vejo o aman-
tíssimo Pedro, o seu velho gato rosnando, posto deva estar agradando-o com
aquele antigo amor profano, causador do meu ignorante ciúme ao sentir o seu
extrassensível perfume... Cadê você, afinal; onde foi que chafurdou?
Deixe-me dormir, acordando para novos encontros com você, somente
assim poderei sentir o seu calor musical, colorindo com o mais odorífico
amor o sonho desse moribundo e velho trovador mortal! Estou pensando
seriamente em não mais acordar...
Abajur Amarelo
Abajur Amarelo, aliás, bem singelo, o qual a mim me marcou com um estranho sentimento de olhar vago no firmamento de amor marrento. Restando-me a dor deste lamento produzido pelo nosso desentendimento. Há fato na vida, passado por direito torto adquirido pelo qual não faz nenhum sentido e que traz o lanho de profunda dor. Associação de um coração partido na visão gostosa de perfumosa flor. Porém, estranha e poderosa de visceral entranha cacofônica, enfronhada na minha mente com o gosto de aguardente e de azinhavre quente. Uma porta que se abre e jamais se fecha à mecha de amor cravada por esta flexa invisível de inexplicável carência saudável. Sim, porque ai de mim sem essa indelével lembrança amável. Criação mental de uma paixão platônica e frustrante de ilusão afável e faraônica. Beligerante, que vem do além na luta sentimental de um tempo já bem distante. Agora, meu amigo Abajur Amarelo; ela se foi, mas você insiste em resistir nesta luta renhida de ilusão, a dar vida a minha vida parida, no profundo do meu modesto coração canhestro pela sua eterna visão. Com o tempo vai-me virando pelo avesso. Meu velho amigo que vem dormir comigo desde o começo nas noites quentes e nas noites frias e me acompanha até aos confins do dia. Você é tudo que eu mereço meu companheiro inseparável, que não tem preço. Resquício de um enorme precipício instável no qual me precipita às penas do meu velho travesseiro na conservação do antigo e jovem cheiro brejeiro qual a mim me restou nesta infindável briga de amor trigueiro. À macela onde este amor se encerra, então partiremos a outras eternas terras. Oh... Que gafe que a mim me desgaste ao dizer macela e depois penas, na realidade pena é a ausência dela qual me apena, pois, apenas ela é maior do que as penas ou a macela.
Andarilhos da eternidade...
Loucuras dum poeta
Hoje escrevo de qualquer jeito!
Com todo o meu respeito, hoje me pego de jeito ao desabafar o meu peito. Pouco me importa o destino, escrevo a qualquer feito. Feito a jovem-menino ou velha criança a despeito de careca de cabelos grisalhos. Ou à poeta bem falho. Ouço o som de cor paranóica. Se esta mensagem está torta... Se me escondo debaixo da cama esperando a abertura da porta. Ou se escuto o ronco de um porco puro de amor pela porca que reclama. Pois, então que chafurdem na lama. Está me achando desconexo, anexo do lado errado, ou apenso e sem senso, aqui debaixo da cama... Pois, saiba meu bom amigo, não se implique tanto comigo, sentimentos podem ser traduzidos em vários idiomas e estado de sentidos. Porém, se não quer enxergar, obrigado. Assim mesmo fico agradecido por ser premiado a escrever loucuras as quais, eu sinto ao dizer com ternura: Sem o dissabor de absinto. E o faço com o sexto sentido. Porém, se você é normal e leu até aqui esse mal... Cuidado, você poderá ser meu rival e quererá disputar loucuras comigo...
Muito obrigado e tchau... tchau, meu amigo...
pingo
de
amor
poeta, músico por excelência
ao vibrato vocal de sua poesia
na ondulação expressiva mental
de sua paixão ideal. a sua poesia
completa sua real fantasia dia a dia.
como o pintor ao tocar com seu pincel
à arte formidável de antanho menestrel.
paz, fé, dignidade, amor o povo diz em coro
à Midas, ao vê-lo transformar estanho em ouro.
ao tocar à flor, o poeta exala o perfume do amor,
fala, vibra, dando vida reta à natureza morta do pintor.
seu pincel tange na plangência sonora e cromática da dor
pungente a qual toca o coração de toda a gente, porém, vem
consequentemente a alegria triunfar e sobrepujar ao tomar lugar
da dor, sempre ao se ouvir a voz do poeta trovador benemerente
neste sínodo, bruxo como a pancada do cinzel do escultor presente,
amaciante como amorável juiz ao padecer do paciente inocente.
neste
badalo
você está
presente,
badalando
sino aqui
vigente.
poeta você está presente em toda a gente
a rodopiar neste pião ao perder a rima
constantemente.
na etérea simetria matemática, maestro, maestrina, santa mão
de quem segura o cinzel. com maestria e performance de mestre,
semelhante à batuta do cientista da palavra de quem lavra com a fala
no justo tribunal, empunhando sua espada sem ignorar a tertúlia
do exímio ou do rábula em sua fábula, ou ao punhal do irmão
o qual tornou-se irracional. apenas um imortal em ação
com seu bisturi à mão a livrar o contraventor
da tão velha contravenção, avençando
sempre à memória de referência
sem igual em deferência
à obra imortal
do amor
maior
D
e
u
s
.
só
para
perder
a rima
em sua
cisma.
Preciso de quase nada
Nesta espinhosa e feliz jornada; preciso de quase nada.
Levantar cedo, se preciso, porém, evito as madrugadas.
Creio que, neste sentido se aplica a desejada felicidade.
Simples assim, ser feliz foi única boa escolha que eu fiz,
vou mais longe; pra um velhote ao qual dispensa idade
adotei logo a simplicidade da velha sensatez, eis o xis
da antiga questão, comerei feliz no simples prato raso
carne de pato, ou saboroso arroz e feijão e que arraso
se lá tiver vinho, moqueca de camarão. E por que não
meu bom vizinho, não pense que vivo a comer sozi-
nho, não, a ninguém espezinho tendo esta mortal
condição. Quando não, meus netos, filhos,
irmãos, e sobrinhos. Na realidade tenho
a liberdade quando estou sozi-
nho. Bem, meu irmão,
tenho por fiel
compa-
nhe-
ira
a
so
li
dão
a do-
na do
meu en-
canecido
coração! As
minhas vestes?
Que tolice, há muito
já lhe disse: Uso uma peça
por vez, no meu carro, apenas
um assento, e no meu pé direito, eis
o mesmo sapato outra vez. Eis o belo teste de
lucidez. na pureza singela à vida vívido-vivida em
rosa-amarelo. Brindemos com essa taça à nossa raça.
Ah... Aqui se encerra toda a sábia filosofia,
na geografia desta bela existência na qual
vivemos sem transparência da simplici-
dade da divina sabedoria, sendo que
a veraz felicidade se encontra no
coração de qualquer idade de a-z.
Ei-la: Grande sabedoria que
os sábios jamais saboreiam,
vivendo alheios em seus
devaneios, onde seus ol-
hos não veem em busca
das glórias que se aca-
bam aqui, sapiências
quais ficam pra histó
ria já há muito conhe
cida, porém, por poucos
apreendidas. Seja rico, seja pobre, seja humano,
seja tudo, seja nada, quando for quase tudo
isso, ao menos terá vivido a vida, terá
aprendido a antiga maneira fabu-
losa de bem-viver. Comece agora,
sendo humilde pra essas práti-
cas exercer. O seu erro pode
estar ao se comparar com
seu vizinho, pois, ainda
não aprendeu a andar
sozinho nesta clara solidão, cuja negritude
está na cabeça pobre e podre do racista
qual não se põe na lista de pobre-no-
bres mortais a fazer distinção de co-
res de seu espectro de solidão in-
sólita. Ao ir, quiçá, volte jamais.
Sucesso nesse mais alto empreendimento de sua vida!
Seja feliz!
é
Na
que
le dia
qual nin-
guém sabe,
tampouco, alguém
sabia, você me aparecia.
Uma lágrima, apenas uma lágri-
ma sobre o seu delicado rosto escor-
ria, e a mim você fluía. Foi a mais alegre
melancolia, não sabia se chorava ou se ria.
Estranho fora a minha paixão até o final da-
quele dia. Você se evaporou, deixando clarifi-
cada lembrança, pois, o sol da esperança a
mim você prendia pela platônica aliança
daquele orvalho à navalha qual o meu
coração feria. Hoje comprometido,
você retorna linda e faceira
a mexer no meu frágil
sentido, pensei
em asneira.
Mas
Tenho novo amor desabrochado
nas lágrimas de orvalho de uma
paixão fagueira. Querida, esque-
çamos esse atalho, deixemos de
besteira, pois, há amor tão delicado
à bela flor desguarnecida a sobreviver
apenas com uma gota de orvalho. Vamos
tecendo a vida nessa colcha de retalhos.
Deixemos para outra oportunidade, se
é que crê na eternidade.
Não há quem aguente se a gota
é maior do que o recipiente.
Eis a vida pregando suas peças.
A bola da vez
meu Deus, o Senhor não é brasileiro, cadê o seu jeitinho?
com todo o respeito e carinho, apesar de doer no meu pe-
ito, na realidade não estou pensando direito. tem sujeito
que morre por causa de uma mera ilusão recheada de
ignorância nessa velha ânsia anciã de ser campeão. boba-
gem eles ficam com a derrota da glória de falsa vitória, en-
quanto, você morre do coração, além do dinheiro de mon-
tão, se você é patriota, com mil perdões, ou idiota a pagar
pseudo derrota? e eles felizes em suas mansões que valem
bilhões, afinal o que esses caras produzem? agora servindo
de chacota o nosso pavilhão se apresenta diante dessa en-
crenca. você já se apercebeu o quanto está pagando para o
cabral, cabra safado, e ao josé dirceu, e lá na cidade maravil-
hosa, que coisa hodienda e odiosa, crianças sem remédios
morrendo de fome, enquanto, em suas residências maravilho-
sas cumprem pena, que pena que não seja no inverno do infer-
no, agora se o inferno é aqui, nós povo, de longe perdemos a es-
ses anjos de luz. é, aqueles despejados dos céus pelo todo Pode-
roso. não é o escritor que diz, está lá no livro santo, Jesus à destra
do Pai, aí houve uma desavença qualquer lá no céus, e o escritor
sem entender que nos céus hajam desavenças quais avençam man-
dar alguns diabos aqui para nos tentar. será que esses caras
não estão sentados lá no Senado, ou na Câmara dos deputa-
dos? ganhando um dinheirão safado e o país desgraçado!
multidão pedinte de esmola, ainda se fala em eleição.
país democrático, onde se obriga a votar, ora bolas, cadê
aquela bola que iria rolar para o bem da nação? vou parar por
aqui, porque, pode sobrar para mim, tenho de ser um patriota covar-
de com medo até de morrer não sou nem saci. Dá para você entender?
volto a escrever: Demo = demônio - Cracia = governo? quem tiver entendi-
mento entenda ou mais tarde se arrependa, por não ter consultado a ne-
urociência para destrinchar essa sua cabeça que os prestidigitadores es-
garçam através de suas velhas farsas. você enxerga mais não vê seu
coelho enfiado em sua meia de futebol, se deliciando em seu arrebol.
rindo da nossa cara, nêgo, cadê o seu velho emprego? tá no bolso
de alguém, cuidado que esse bicho vem chegando de lado é mui-
to engraçado esse trem, tome todo o cuidado. sim! é o trem
vindo de lado com o mal complicado, até logo, obrigado.
Satanás está solto por aí!
Um dia, há várias décadas o amanuense
pensava em ser pintor. Não, não é de parede não;
até porque de parede já o era e naquela espera de pintar
tela, também meditava naquilo que acreditava. Em sua falta
de modéstia meditava em Rafael, Da Vinci, Van Gogh, enfim como
deve ser um poeta sonhador. Numa confortável tarde, num profun-
do relaxamento, após já haver pintado mil telas, ouviu uma meiga
voz: Escreva meu filho, essa é a sua missão, o pintor retrucou,
mas; meu Senhor, “ um quadro fala por mil palavras”, ouviu-
se a tréplica, levanta-te daí vagaroso ser, pois, acabo de
me compadecer de ignóbil ser sem querer me abor-
recer, quando um quadro fala por mil palavras
não se lavra para qualquer ser, esse ser há
de ser quase iluminado, como esse aí ao teu
lado. Ao meu lado? Pensou que fosse o seu cunhado
o qual passava todo empertigado, o cara era meio enjoado.
Ah… Qual era o assunto mesmo? Ah… Sim sobre o cara que
queria pintar e bordar o sete. Porém, o pintor era teimoso e
manhoso, passando a mão num cinzel foi quebrar pedras
para disfarçar a insensatez da sua morbidez como se bu-
rilasse os céus, porém, naquela virtual besteira, sobre uma
esteira ao esculpir tanta poeira não a resistiu. Mas aquela ben-
dita poeira o fez desistir ao invés, êpa, ou em vez de resistir?
Ah… Só por essa vez, ou por esta vez, agora sou escritor, faça-
me o favor, que se lasque o português, ele que fique lá na sua
padaria todos os dias com seu freguês, somente desta vez.
com o circunflexo e tudo, seu português barrigudo. A medi-
tação foi a sua salvação, foi de lá que veio a
amorável imposição. A musa o tomou pela
mão e o fez escrever ao lado duma tela para sair
daquela megera rejeição e partir para uma nova
era qual não era a sua menor intenção, ou era?
Lembrou-se do seu quadro chamado: Pantera
Negra, enquanto em sua testa formava uma nesga,
quando o pintor acordou, acordou que uma no-
va era chegou, então pintor-poeta pensou, a-
gora vou escrever poesias, tentando sair da
pintura, qual tortura o fez escritor estético
com teclado cheio de pinceladas enxoval-
hando o monitor de uma dessas máquinas
modernas com tinta azul claro, como di-
ria Pablo Neruda a um Carteiro qualquer
em seu poema raro na intenção de que
dali saísse um salvador Dali
esperando Gala e Pablo Picasso
dentro de tempestuosa Guernica violenta.
Ah… o pintor já estava esquecendo de Victor
Brecheret empurrando uma manada numa praça
da São Paulo da Garoa um “Monumento às Ban-
deiras”. Daí pra frente passou a escrever até que
perdeu o senso tornando-se dependente do vício.
Até o velho negro felino do poeta ficou boquiaberto,
já, meio digitalizado com qualquer editor apropriado.
Aí, meio contrariado o poeta resmungou: Que se dane
a orelha de Van Gogh e foi escrever todos os dias suas
poesias!
Pode?
O vício da arte é um problema muito sério!