Posts de Nelson de Medeiros (140)

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OUTRA VEZ

OUTRA VEZ...

Hoje eu a vi. Vi a mesma nobreza,
A mesma serenidade no olhar,
Corpo d!outrora, olhos cor do mar...
Pouco mudara, com toda a certeza!

Recrudesceu-me o amor singular,
Que eu sentira com ardor e pureza
No corredor da mini realeza,
Que fora um dia, o templo escolar!

Tomou-me de arrastão a nostalgia,
E me lembrei de nossa ideologia,
Num misto de saudade e insensatez!

Mas, tudo se foi... Resta viajar
No tempo e mais uma vez esperar
Que a dor volvida se afaste outra vez!

 

Nelson de Medeiros

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A MENINA DO RANCHO

 

 

 

6492705459?profile=RESIZE_710xA MENINA DO RANCHO

Recluso avisto ao longe, a cordilheira,
E as serras azuladas no horizonte...
A paisagem é deveras deslumbrante...
Então divago de minha trincheira...

Há quanto tempo a cena é companheira
Do trovador - eterno figurante
Da vida - e que pranteia neste instante,
Ao recordar-se da moça rancheira?

Onde andará a menina singular,
Cujo perfume inda bafeja no ar,
Que fora, pelo vaste, tão amada?

Certamente agasalhada ao coração
Do bardo em sua infindável solidão,
Mas, muito longe da serra azulada...

Nelson de Medeiros

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OLHANDO TEU RETRATO

 

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OLHANDO O TEU RETRATO

A tarde morre tristonha... Languidamente,
Enquanto a noite se aconchega, mansamente,
Na imensidão inda esmaltada de rubi...

Dentro do peito o coração em desalinho
Vai se esvaindo entre lágrimas, sozinho,
Carpindo as dores de um passado que vivi...

A paisagem é uma pintura sideral,
É obra-prima de um amor transcendental
Que há milênios foi pintado noutra estância!

E o murmurar da doce brisa na folhagem
Traz-me de volta, num soprar, a tua imagem,
Que no instante estaca o tempo e a distancia!

Na penedia escuto um grito a me chamar,
Mas me dou conta de que apenas ouço o mar
A me bramir esta saudade secular!

E as brancas ondas espocando no rochedo,
São como dor batendo n!Alma, num segredo,
Que o próprio amor não me permite revelar!

Nelson De Medeiros

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INVERNO DA VIDA

INVERNO DA VIDA

Não te faço mais trova nem poema...
E, não posso mais seguir te exaltando!
Jamais outra vez me ouvirás cantado,
E, nunca mais serás do vate o tema!

A inspiração vai aos poucos cessando,
Embora tu inda sejas meu lema!
Porém vou abdicar deste emblema
Sem a angústia no peito trespassando!

Meu ocaso vem chegando devagar ,
E do entardecer que já vejo chegar,
Tu és a aurora solar d!outro sistema!

Não posso mais descrever-te em meus versos,
Somente vê-la em meus sonhos dispersos,
Onde és deste amor Musa suprema!

Nelson de Medeiros
28.06.2020

Créditos da Foto: Mattew Henri ( Burst)

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LANA & CRISTIANA

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LANA & CRISTIANA

Tive um amor na minha juventude...
De pele alva, olhos azuis: Lana!
Um rosto de beleza libriana!
Mas, mesmo assim amá-la nunca pude!

Deixei-a... Só queria Cristiana...
E sem atinar como a vida ilude,
Pra tê-la tudo fiz e até fui rude
Sem refletir a inconsequência insana!

Tolo e parvo que fui... Perdi as duas...
Moro em Solidão... Vago em suas ruas,
Qual um mendigo buscando um amor qualquer!

Uma me amava e nada dei a ela...
Ah! Quem me uma fosse aquela,
Que amo muito, quero tanto e não me quer!

Nelson de Medeiros

27/06/2020

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TEMPO


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https://www.youtube.com/watch?v=JMM9bRJptIQ

TEMPO

Um sábio falou que o tempo inexiste,
É só ilusão que a mente mascara!
Se é verdade, por que esta rara
Amargura na min!halma persiste?

Cantou um poeta que o tempo não para,
Andante que passa e nada o resiste!
Então, por que a dor que ora me assiste
Não segue com ele e a mente me aclara?

Mas, nenhum dos dois explica o que sinto:
No sábio não chego nem por instinto,
E, o poeta versejou com outro fim!

É que a razão bem longe passa dos dois...
O tempo para, tenho certeza, pois,
Assim que tu foste, parou para mim!

Nelson de Medeiros

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BALADA AOS CABELOS COR DE FOGO

https://www.youtube.com/watch?v=dCLOV2_ek1w&list=RDdCLOV2_ek1w&start_radio=1&t=30

 

 

BALADA AOS CABELOS COR DE FOGO

Venham, ó mechas de fogo em brasa,
Cachos de luz, rubis de beleza infinita!
Deixem que o poeta se compraza
A queimar nesta fogueira inaudita!
Que venha o sol em tépida lucerna
Na tardinha que se esvai ruborizada
A confundi-los com o vermelho do poente!

Deslizem sobre esta face alvaiada
Cachos de luz de beleza incandescente!

Escorram, quais rubras lavas, pela alvura deste colo,
pelas curvas destes seios!
Que se cubram céu e solo
Por esta enxurrada de anseios!
Pois, da eternidade, da morada dos Deuses,
Aos teus cabelos compôs esta balada
O menestrel da alma aflita!

Venham, ó mechas de luz encantada,
E iluminem o peito onde a paixão habita!

Nelson de Medeiros

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ESTRANHO PEDIDO

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https://www.youtube.com/watch?v=IPcg70SGkbA

ESTRANHO PEDIDO

Pedes sempre que eu te esqueça,
Pois ninguém há que mereça,
Tanta dor e sofrimento...

Não te entendo, na verdade,
Pois não há deslealdade,
Em todo o meu sentimento!

Pedes sempre que eu me vá...
Diga tu: Por que será,
Se estás sempre nos meus braços?

Pois se é este o teu desejo,
Por que tu beijas meu beijo
E te abraça em meus abraços?

Nelson de Medeiros

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TEMPO PERDIDO

https://www.youtube.com/watch?v=8tMArKQhJYA

TEMPO PERDIDO

Tudo que construímos nesta existência,
À nossa vaidade, parece perfeito
E, ao nosso orgulho não mostra defeito;

O tempo, Escola da Vida, entretanto,
Ensina que faremos tudo outra vez!
Só o estudante do bem, firme e estável
No padrão da Lei Maior e imutável,
Não volta pra consertar o que fez!

Se aspiramos encurtar os percursos
De retorno ao Ateneu dos enganos,
Aprendamos a entender seus arcanos;

O atalho é a prática do bem comum
A favor do mísero e desvalido!
Sejamos úteis para que a ilusão da vida,
Ao nos cobrar a sua contrapartida,
Não imponha a dor do tempo perdido!

Nelson de Medeiros
09/12/2014

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PAIXÃO

https://www.youtube.com/watch?v=rf2ce3SXbSs

 

PAIXÃO

Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!
És tempestade de verão em máxima grandeza,
Que às trevas e aos fulgores rende graças,
E quando acalma, satura de paz a natureza!

Como Afrodite, imantada de ardileza,
O corpo, a alma, e o coração tu entrelaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!
És tempestade de verão em máxima grandeza!

Embora a insensatez no amor que tu abraças
Eu te saúdo, mesmo assim, ó terrível realeza!
Pois que és sonho, torpor que envolve com certeza,
O coração do incauto bardo que enlaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!

 

Nelson de Medeiros

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AMOR GLOBALIZADO

https://www.youtube.com/watch?v=o2jiiWQpg8g

 

AMOR GLOBALIZADO

Paro... Vejo o mundo globalizado...
E, quando nele às vezes circundo,
Vendo toda esta invasão, me confundo,
Fico inseguro e até mesmo assustado!

De qualquer lugarejo ao fim do mundo,
Qualquer noticia ou assunto focado,
Quase sempre de modo exagerado,
Chega até nós apenas num segundo!

Assim foi com este amor que acalento,
E que vivia comigo em degredo...
Porém, não é por isso que eu reclamo...

O que me entristece e faz meu tormento,
É que todos sabem deste segredo,
Só você não percebe que eu te amo!

Nelson de Medeiros,
Cachoeiro em 21/06/2020

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OS SINOS

6173249853?profile=RESIZE_400xhttps://www.youtube.com/watch?v=RxBP3C6oMRU

OS SINOS

Foi-se o outono... A tarde é gris e fria...
Badala o sino da vetusta matriz ...
Estranha saudade... Uma agonia
Arpeja n!alma sem qualquer diretriz...

Procuro na mente uma sintonia
Com a verdade... Porém ela me diz
Que tristeza só tristeza irradia,
E somente com a dor ela condiz...

Mas, o badalo é só melancolia,
E a nostalgia segue comigo,
Por mais que busque afastá-la de mim...

No peito amortalho um negro jazigo
Repleto de glacial letargia
D!um inverno que parece sem fim...

 

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QUEM ÉS ?

 

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QUEM ÉS

Ah! Que tristes e impenetráveis são teus cantos.
Ah! Quantas dores, quantos ais... Quanta saudade...
Quantas liras de amor que em todos os recantos
ecoam sofridas nas dobras da eternidade!

Mas ó doce Euterpe: -Por que tantos encantos
se escondem em segredos e nebulosidade?
Ah! desvenda-me o arcano desses mundos santos,
vem a mim, filha de Zeus, vem doce deidade,

Pois que eu morro ao ver-te assim, versejando em prantos...
Quem és, afinal, impávida claridade?
De que orbe vieste sussurrando-me acalantos
em louvores d!um amor, no mundo, raridade!
Ah! que tristes e impenetráveis são teus cantos.

Nelson de Medeiros

https://www.youtube.com/watch?v=Enh8ZIkOqGQ

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AUSÊNCIA

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https://www.youtube.com/watch?v=jNdOXoa2KV4

AUSÊNCIA

Vai alta a madrugada...
Quem passar pela calçada
Há de ver a lâmpada acesa...
Escrevo... Busco falar contigo nos meus versos;
Envolver-te nos meus sonhos dispersos
Onde tua presença é a única certeza!


Ao redor, tudo de tua ausência fala...
No meu corpo o teu perfume inda exala
E a nostalgia canta esta saudade em verso e prosa...
Dos olhos d’alma uma lágrima sentida me agasalha coração,
Tal qual lá fora, na vasta e erma imensidão,
Cai doce orvalho agasalhando a rosa!

Nelson de Medeiros

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O TELEFONE

 

https://www.youtube.com/watch?v=N2AjMkcCCPE

 

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O TELEFONE
 
Eu tenho um fone antigo, sem serventia,
Que em meu quarto sozinho me faz companhia...
Já foi da felicidade carteiro!
 
Porta-voz de alguns devaneios,
Muito me disse de males alheios,
E, da morte inda foi mensageiro!
 
Há muito não serve a minha pessoa,
Nenhum tilintar de seu bojo ressoa...
Também vive só, nada ouve e nada fala!
 
Guarda com ele grandes segredos,
Historias de amor de vários enredos,
E até da paixão que avassala!
 
Porém, ontem na madrugada vazia,
Saiu enfim de sua apatia...
Seu tintinar ouvi de repente!
 
Atendi no instinto do amor... Contudo,
O lado oposto ficou mudo,
E, senti a dor da saudade somente!
 
Mas, ela  é palavra abstrata,
Apenas  quem sente a retrata...
É prenhe de sonhos e vãs  esperanças!
 
Por isso a razão me chamou à verdade:
- Foi ela a estafeta desta saudade!
Mas, saudade não telefona... Só manda lembranças!

Nelson de Medeiros , 14/06/2020

 

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RETRATO DE UMA FOTO

https://www.youtube.com/watch?v=qYlmBMP-Xlg

 

RETRATO DE UMA FOTO.

Não me canso de olhar o teu retrato,
Mirar teus lábios que penso, são de mel!
Ver teu sorriso a dizer ao menestrel,
Que seu amor nada tem de abstrato!

Queria remover de tu!Alma o véu
Que a encobre... Ser mais intimorato,
Romper a lei... Pecar por desacato,
E, deste amor me tornar eterno réu!

Sei que dirás: Como é louco este vate,
Pois que amor assim é disparate,
Apenas anseios que a nada leva!

É engano todo o seu realismo...
Mas, mesmo crendo em teu ceticismo,
Perdoa este bardo insano e releva!

Nelson de Medeiros,
Cachoeiro, 18/06 do ano da pandemia.

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ENCONTRO TARDIO

 

ENCONTRO TARDIO

Por muito tempo eu te esperei na caminhada,

Como ansiosa a primavera espera a rosa...

E, dentre as flores que colhi nesta empreitada,

Eu te guardei do meu jardim a mais charmosa...

 

Eu te esperei com a certeza inabalada,

Tal qual a tarde espera a noite esplendorosa...

E das estrelas que abracei na madrugada,

Eu te guardei lá do infinito a mais formosa;

 

E, ao sentir-me noite escura em tua aurora,

Minh!alma em vão buscou reter-te num agora,

Ao pressentir, amargurada, nova espera,

 

Pois no jardim descolorido do meu peito,

Ao te encontrar eu vislumbrei o amor-perfeito,

Como uma flor que não chegou na primavera!

 

Nelson de Medeiros

14/06/2020

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SENSUAL

https://www.youtube.com/watch?v=WeFyeD0oHrw

 

SENSUAL


O tempo é pura ilusão, hoje eu vejo...
Toda a certeza disso eu tive agora,
Ao rever-te nesta foto de outrora,
E lembrar a volúpia do teu beijo!

Retorna a ânsia do amor e do desejo,
Que brota n!alma e o corpo revigora;
Tudo do ontem no hoje se incorpora,
E, teus ais inda sinto e revejo!

Queria-te em meu leito novamente,
Fitar teu olhar intenso e fremente,
Mergulhar em tuas mechas castanhas!

A lembrança parece tão presente,
Tão real e tão vívida em minha mente,
Que até percebo em mim tuas entranhas!

Nelson de Medeiros

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TEU SORRISO

https://www.youtube.com/watch?v=P_F-7x3UbEM

TEU SORRISO

Vejo-te... o peito pulsa latente,

E dentro d!alma se instala o conflito!

Pobre bardo... Teu sorriso bonito

Deflagra esta batalha pungente!

 

Etéreo riso... meigo e atraente

Que faz o vate suspirar aflito!

Bem perto, mas tão longe...no infinito

Como a estrela do céu reluzente!

 

Não te direi de todo o meu desejo,

Pois cá no pensamento antevejo

Que será confissão de pouco siso!

 

Por isso, dessa louca fantasia 

Muito não te peço : Eu só queria

Um beijo ardente deste teu sorriso!

Nelson de Medeiros

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CPP