Atónito perdeu-se o dia embebido num pavio
De solidão ardendo, ardendo tão coibida pois
Tamanha é esta desmazelada esperança displicente e intuitiva
Redesenho nossas inquietudes lavradas num mar de lamentos
Amedrontados sempre, sempre impassíveis e contristados
Abocanhando a tristeza indiferente inamovível e manietada
Isolado numa ilha de escuridões quase perpétuas mutilo a noite
Cruel defenestrando toda a luz elegível deixando a rastejante
Solidão alimentando a volumetria deste silêncio em reclusão
O toque da luz salpicante e luminescente acorda o dia
Escaldando numa sofreguidão quase irresistível e convincente
Calando aquelas transeuntes carícias que sacio tão delinquente
E assim planam meus sossegos em cada instinto efervescente
Impregnando uma onda de beijos contagiantes, quase dementes
Gemendo, gemendo naquela gargalhada, digital, atrevida e seducente
Para lá do inalcançável horizonte acalmo os ventos rasgando
As sobrancelhas do tempo aquiescendo o pestanejar dos
Prazeres degustados nesta exilada brisa que chega pra nos cortejar
Frederico de Castro
Comentários
Um poema linda mente versado, cada palavra se faz dos encantos dos sentimentos
Que maravilha de instante poético.
O que dizer, Frederico de um poema onde a lira passeia em cada verso?
Parabéns e meus aplausos.
Bela mensagem Marso. Meus agradecimentos pela
sua gentileza
Bem hajas
FC