A imperfeição é o lado bom desta vida,
Nas feições multicoloridas da alma,
Ilustrando o mundo em suas interpretações,
Chuvas de emoções de poetas anônimos,
Cantando no silêncio de si mesmos,
Os sentimentos invisíveis de ser humano.
Quantos rastros se perderam no caminho,
Sangrando abraçado aos seus sonhos,
Gritando o nome do sonhador emudecido,
Ao esquecimento do mundo em desalinho,
Na esperança que o universo imprima,
A grandeza de um bem interrompido.
O mar guarda os seus tesouros,
Joias seculares coros de inocentes,
Lançados ao oceano sem piedade,
Longe do berço dos seus ancestrais,
Junto a tantos que nele adormeceram,
No profundo cemitério das águas.
A terra se abre colhendo os seus filhos,
Irmãos profanando o próprio sangue,
Guerra de vaidades insanas esbraseadas,
Alimentando os cães famintos do coração,
Perdidos na escassez do amor,
Profanando a morte natural das coisas.
A imperfeição é o lado bom desta vida,
Espantosa deformidade da liberdade,
A esquartejar o livre arbítrio mutilado,
Atormentado pelo viés da violência,
Pacto malfazejo de demônios humanos,
A saquear a grandeza da afeição.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
Comentários
Muito grato por tua gentileza e apreço.
Um poema lindamente poetizada, comovente