Erva daninha

 
 
 
 

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Erva Daninha

Ajuntei um tanto de terra,
Preparei no quintal um canteiro,
Fiz covinhas, adubei.
E mudas de roseira plantei.
Veio o sol, caiu a chuva,
O vento soprou ao entardecer.
E escureceu, se fez breu,
O gélido orvalho desceu.
E novamente amanheceu!
Assim, dias e noites se foram.
Em meu quintal eu calado
Buscava um broto de flor,
Em vão, em vão...
Até que um dia, cedinho,
Tímida folhagem surgiu.
Debrucei-me, esperançoso,
Logo vi, não era minha florzinha:
Era, pensei, só uma erva daninha...
O tempo seguiu seu rumo
Com os dias de sol brilhante,
E chuva e orvalho e vento.
À noite, luar e alguma estrela.
Não se fez no quintal um jardim
Nem roseiras, lírios, jasmins...
Mas, defronte minha janela
Frondosa árvore cresceu
Da “erva daninha” que não plantei
E não cultivei, mas floresceu!


pedro avellar


*Clique no Vídeo abaixo, caso deseje ver nesse formato.

 

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Pedro Avellar

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Comentários

  • Muitas vezes é assim, o que não semeamos nasce tão belo e frondozo.

    Belo poma, Pedro.

  • 8500784669?profile=RESIZE_710x

  • Caro Pedro:

    Parabéns pelo belo seu poema. Fiquei sensibilizado, pois nos matos sem "pedigree" é que, por vezes, encontraremos o consolo de um dossel de sombra e um afago cromático às retinas. Obrigado.

    Abraço; j. a.   

    • Com inteira razão. Muito grato, caríssimo. 

  • Espetacular!!!

    Muito lindo, mesmo.

    Parabéns, Pedro!

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