ESTILHAÇOS

O vento seco não importa

A porta segue aberta

Aguardando a tua volta

 

A saudade arfando no peito

Eu no meu desajeito suspiro

E me inspiro em minha tristeza

 

Sobre a mesa o velho caderno

Embriagando-se com meus versos

Morrendo de cirrose celulósica

 

O latido do nosso velho cão

Acuando a agonia que ronda

O singelo casebre que te espera

 

Tua partida foi o fim de várias coisas

A caneca com resquícios do último café

Quis se fazer em cacos jogando-se contra a parede

Misturando-se ao vidro do nosso retrato

 

O vento seco bafeja em meu rosto

Escombros do nosso castelo de sonhos

Mas eu vejo nos estilhaços do espelho

A mão da esperança me pedindo calma

(Cláudio Antonio Mendes)

 

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Lindíssimo poema, Claudio.

    Parabéns pela divina hora de composição.

    Destacado!

  • Muito bom ler seus versos, Cláudio!

    Há um fio que nos conduz por uma história muito bem amarrada,

    e cheia de belas imagens .

    Um prazer ler seu texto!

  • Um belo e maravilhoso poema que traduz os momentos belos vivido de uma bela saudade, lindo

This reply was deleted.
CPP