METAMORFOSE
Eu lembro muito bem
Era ainda um fedelho
Não tinha pra ninguém
Diante de qualquer espelho
O tempo passando
No rosto o primeiro pelo
Espinhas se espalhando
Eu me cuidando com muito zelo
O corpo se moldando
Hormônios à flor da epiderme
O mundo se revelando
Uma vida ainda em germe
Sem percebemos já somos adultos
Nossos aniversários são somados
Avançamos sobre tudo, absolutos
O tempo cada vez mais consumado
De repente o primeiro amor
Descobertas em profusão
Um misto de felicidade e dor
Entre o sentimento e a razão
Prazeres são apresentados
Os desfrutamos com arrojo
Eles nos deixam embriagados
Nos viciam a cada gozo
As coisas ficando sérias
Por vezes certos encontros
Vida circulando nas artérias
Vezes outras, desencontros
Sem saber, atingimos o ápice
A vida tem os seus encantos
O bebemos como vinho no cálice
Entre sorrisos e entre prantos
Cada dia uma realidade
A vida é feita de pétalas
Cada noite uma saudade
Um ciclo que se completa
O tempo passa e acontece
A memória se atrapalha
O corpo se entorpece
Uma hora tudo falha
Todo início tem o seu fim
O corpo modificado
Viver é mesmo assim
Agora, carece de cuidados
Samuel De Leonardo (Tute)
Comentários
Bao noite poeta! Jeito peculiar de escrita! 1 ab
Maravilha. Aplausos, poeta
Realmente o poeta Tute tem uma escrita suave, leve, doce... quase posso ouvir sua poesia sussurrar.
É maravilhoso o seu jeito de escrever Samuel De Leonardo!