O que ela sente esta noite?
Esta morta?
Esta viva?
Esta la?
Com quantas taças o vinho construiu seu esquecimento?
É sincera sob as estrelas você vê?
E não há mesmo lugar pra ir
A lua não contou nada
O firmamento sabe de coisas escusas
Aprendeu a esquecer na penumbra imensa
Chorou melancolia com a chuva
Entendeu o vento quando ele veio?
Existe melodia no arrastar e no destroçar?
Não sabe em seu coração...
Não sabe em sua aflição...
Não sabe esperar...
NÃO SABE
A terra é onírica onde Morpheus caminha
Um sonho dentro do outro
A vitória não veio
A derrota não sobrepujou
Só ha noite...
Só ha sonho...
O que ela sente esta noite?
O rei sonho vai saber
O rei sonho vai entender
O senhor das areias vai interpretar
Só ha noite...
Só ha sonho...
Não ha despertar.
RODRIGO CABRAL
Comentários
Um maravilhoso poema que nos encanta com sua total beleza
É bom quando ainda existe o sonho, se isto acontece é porque a esperança está lá, tremulando, feito um pirilampo na escuridão.
Bela crianção, Rodrigo. Parabéns!