NATIVA
Eu era nativa, natural das terras tupis,
Nascida da lua, nas flores do manacá,
Eu era livre e suave,
Como as filhas do vento,
E a lança destemidas nas mãos de Anhangá.
Eu era mistério no canto lancinante do triste Uirapuru
E o hino das águas à voz de Yamandú.
Eu era serena como a linda Iracema,
Virgem de Tupã.
E tão corajosa quanto ao Peri,
dos povos guaranis.
Mas veio de longe a morte,
mudou minha sorte,
Cativa vivi.
E entristecida eu adoeci...
Vieram as queimadas,
Vieram as serras,
Derrubando as árvores,
Poluindo o solo,
Ferindo a Mãe Terra sem dó, sem devoção.
Eu quero de volta
O rio, as matas, os bichos libertos,
Os espíritos da aldeia,
De meus anciãos
Dançando e cantando no lugar que é meu,
Na terra de meus pais,
Chão onde nasci.
By Nina Costa, in 30/12/2017,
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
Comentários
Bela expressão poética, meus aplausos. Abraços, Nina.
A canção poética entoada por todas as tribos desimadas pela ganância do homem "civilizado". Magnífico, Nina!
É a natureza que grita sua veracidade plenamente. lindo
Bom dia, amigo!
Bjs!
Nina
Feliz 2018, amigo!
Beijos!!!
Nina